Carlos Moedas lamenta que Governo não consiga entender-se com o Metro de Lisboa

“A minha pressão no Governo será sempre máxima em relação a estes assuntos”, disse Carlos Moedas, numa conferência de imprensa no Web Summit.

Fotografia de Lisboa Para Pessoas

Mais uma manhã de trânsito caótico em Lisboa, com a greve do Metro de Lisboa a adensar um problema crónico da cidade e que o pós-pandemia piorou. É a terceira greve parcial convocada pelos sindicatos representativos dos trabalhadores do Metro no espaço de duas semanas. Para o próximo dia 4 de Novembro, está prevista uma paralisação de 24 horas.

Respondendo aos jornalistas, numa conferência de imprensa marcada no Web Summit, a primeira conferência de imprensa de um Presidente de Câmara de Lisboa neste evento, Carlos Moedas esclareceu que a culpa de o impasse no Metro de Lisboa não estar resolvido do Governo, que detém a gestão desta entidade, e lamenta a situação.

“A minha pressão no Governo será sempre máxima em relação a estes assuntos”, disse Moedas, reconhecendo que a situação caótica que se viveu esta manhã não é o melhor cartão de visita para quem acabou de chegar a Lisboa para o Web Summit. A culpa aqui é de quem não se entendeu [do Governo]” e que “não devia ter deixado esta situação chegar a este ponto”, comentou o autarca, recentemente eleito, que disse “estar a fazer todos os esforços” naquilo que é o seu poder.

O Metro de Lisboa tem vindo a abrir mais tarde nas últimas semanas devido a greves parciais marcadas pelos sindicatos. As greves têm dois períodos, sendo que é o primeiro deles (entre as 5h00 e as 9h30) aquele que mais afecta os passageiros uma vez que abrange a generalidade dos trabalhadores, fazendo com que, na prática, o Metro só abra às 10h15. Foi isso que aconteceu no dia 26 de Outubro, no dia 28 e esta manhã, dia 2 de Outubro.

Greve de 24 horas na quinta-feira

Para o próximo dia 4 de Novembro, está convocada uma paralisação de 24 horas, “pelo que se prevê que o serviço de transporte encerre a partir das 23h00 do dia 3 de Novembro e reabra às 6h30 de dia 5 de Novembro”, segundo informou a empresa, numa nota enviadas às redacções. “O Metropolitano de Lisboa agradece a compreensão dos seus clientes e lamenta os eventuais inconvenientes que esta paralisação possa causar.”

No regresso ao trabalho presencial e às aulas, muitas têm sido as dificuldades no uso dos transportes públicos. Também esta terça-feira os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (RL) fazem greve, reivindicando salários dignos. A TCB – Transportes Colectivos do Barreiro esteve quase totalmente parada no dia 14 de Outubro, devido à falta de entendimento com a autarquia quanto à organização dos tempos de trabalho. A CP parou no início do mês de Outubro a nível nacional, contando apenas com serviços mínimos. E a TTSL tem suprimido diversas carreiras em diferentes horários “por motivo de falta de recursos humanos operacionais” – estas supressões têm sido praticamente diárias, segundo o site da empresa.

No caso do Metro de Lisboa, os trabalhadores reclamam o fim do congelamento salarial, a reposição imediata de todos os efectivos, a contratação de novos trabalhadores para posições de fiscalização e de gestão de tráfego, por exemplo, e a “aplicação de todas os compromissos assumidos pelo Ministro do Ambiente e Acção Climática”. A 28 de Outubro, após a paralisação parcial, a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) escrevia: “Mais uma vez, os trabalhadores reafirmaram que não abdicam da valorização das suas condições de trabalho e da defesa e melhoria do serviço público que prestam e bem pode a administração arranjar números, mas não consegue iludir o que é óbvio – o forte descontentamento dos trabalhadores e a sua grande unidade e mobilização.”

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