Com os novos Pontos Navegante, fazer o cartão para o passe pode demorar poucos minutos.

Seguindo o processo tradicional, o cartão Navegante (ex-Lisboa Viva) implica o preenchimento de papelada e pelo menos duas deslocações a um balcão, com o tempo e as filas que tal implica. Esta morosidade no processo pode ser pouco convidativa ao uso do transporte público, pelo que há uns anos a então OTLIS, a entidade responsável pela gestão da bilhética na Área Metropolitana de Lisboa (AML) lançou uns quiosques automatizados para permitir a emissão dos cartões na hora. Estas máquinas foram colocadas no posto da Carris no Arco do Cego, na estação ferroviária do Pragal e mais recentemente na estação de metro da Alameda, e têm sido um sucesso entre as muitas pessoas que foram conhecendo a sua existência.
Na verdade, o serviço nunca chegou a ser amplamente divulgado, uma vez que também carecia de amadurecimento. Essa maturação terá agora chegado. Depois de duas gerações diferentes de “Kiosks VIVA”, chega agora a terceira geração, desta vez com a marca Navegante – que em Setembro passou a ser o nome do cartão e do passe de transportes. Os Pontos Navegante são, assim, a evolução dos verdes e velhinhos Kiosks VIVA. São 18 e começaram a ser colocados esta semana nos 18 municípios que compõem a AML – um por cada município. Foram escolhidos locais onde as pessoas costumam ir, como centros comerciais, mercados municipais, bibliotecas ou pontos de atendimento ao munícipe.

Através dos Pontos Navegante é possível emitir um cartão Navegante na hora, que pode ser depois carregado com um passe Navegante na mesma máquina (em alternativa, o carregamento do passe pode ser feito em qualquer máquina automática numa estação fluvial, ferroviária ou do metropolitano, num terminal Multibanco ou na nova aplicação Pick Hub). O ponto-chave dos novos apetrechos é mesmo a emissão do passe. Para este processo, apenas é necessário o Cartão de Cidadão – de onde é extraída toda a informação necessária sobre o passageiro, incluindo a sua fotografia – e um cartão bancário ou telemóvel com NFC para realizar o pagamento do cartão (custa 12 euros, o valor correspondente à emissão urgente).
O cartão Navegante (ex-Lisboa Viva) pode ser útil para carregar o passe, mas tem outras utilidades – pode ser usado também para carregar saldo Zapping, para a modalidade pós-paga chamada Viva Go ou para usar os BiciParks da EMEL.
Localização dos Pontos Navegante
- Alcochete: Biblioteca Municipal
- Almada: Fertagus, Estação do Pragal
- Amadora: Edifício Paços do Concelho
- Barreiro: Mercado Municipal 1º de Maio
- Cascais: Loja de Cidadão
- Lisboa: Edifício da Câmara Municipal de Lisboa no Campo Grande e estação de Metro da Alameda (antigo Kiosk VIVA)
- Loures: Loures Shopping
- Mafra: Loja de Cidadão
- Moita: Balcão do Munícipe – Baixa da Banheira
- Montijo: Mercado Municipal do Montijo
- Odivelas: Centro Comercial Strada
- Oeiras: Centro Comercial Oeiras Parque
- Palmela: Mercado Municipal de Pinhal Novo
- Seixal: Loja do Munícipe no RioSul Shopping
- Sesimbra: Balcão único de serviços no Edifício da Presidência
- Setúbal: Centro Comercial Alegro Setúbal
- Sintra: Junta de Freguesia de Rio de Mouro
- Vila Franca de Xira: Biblioteca Municipal de Alverca do Ribatejo
Máquinas pensadas para serem inclusivas
A utilização do Ponto Navegante será fácil, rápida e acessível, sem preenchimento de longos formulários em papel, sem necessidade de fazer uma fotografia e sem espera. O software foi pensado para encurtar o tempo a usar o teclado – por exemplo, alguns dados são preenchidos de forma automática a partir da informação do Cartão de Cidadão, para que o utilizador não tenha de digitar tudo. A altura da máquina foi pensada para esta ser o mais acessível possível, incluindo a pessoas de cadeira de rodas. Mas os esforço de inclusão existiram também ao nível das cores utilizadas nos menus e botões dentro do software – procurou-se salvaguardar as necessidades das pessoas que tenham qualquer grau de daltonismo.

O Ponto Navegante é um serviço com abrangência metropolitana, desenvolvido e oferecido pela Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) e pelos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML). A TML é um organismo da AML que sucedeu à OTLIS e que, ao contrário desta, apresenta um posicionamento mais centrado no passageiro e não nas empresas operadoras de transporte. Nos 18 municípios, a TML funciona como autoridade de transportes e será, a partir de Julho de 2022, a gestora da Carris Metropolitana, uma marca única de transporte rodoviário que substituirá as actuais em 15 municípios (Lisboa, Cascais e Barreiros vão manter as suas empresas por serem municipais – Carris, MobiCascais e TCB).
A TML gere ainda o sistema de bilhética, incluindo o Navegante. Um dos seus próximos passos será desmaterialização do Navegante, através de um site (que substituirá o Portal VIVA), de uma aplicação móvel e também de um software de backoffice para gerir os contactos com os passageiros e centralizar informação relevante sobre estes.
A TML não tem, para já, nos planos disponibilizar mais que um Ponto Navegante por município, pois o custo destas máquinas é elevado e este projecto só foi possível com financiamento europeu – tal como tinha acontecido com os Kiosks VIVA. Está é a ser desenvolvida, num entanto, uma desconstrução destas máquinas a pensar, para já, nas Juntas de Freguesia. O objectivo é que, num futuro, qualquer freguesia possa ser capaz de emitir cartões Navegante com um computador e uma impressora. Em desenvolvimento, está também um sistema de alarmística que permita obter, digitalmente, problemas que se estejam a verificar numa máquina de forma a rapidamente se tratar da sua resolução. Seria interessante que o futuro portal de transportes disponibilizasse um ponto de situação de cada máquina, de forma a que, no caso de alguma estar avariada, a pessoa evite uma deslocação desnecessária.

Com a chegada dos novos Pontos Navegante, os antigos Kiosks VIVA serão adaptados ao novo software e à nova marca. É o caso da máquina existente no metro da Alameda, que será em breve adaptada. Já a da estação do Pragal, em Almada, já é um dos novos Pontos Navegante. A TML disse-nos que o Kiosk VIVA do Arco do Cego foi removido e que não será substituído.
Como funcionam os Pontos Navegante?
O que é necessário:
- Cartão de Cidadão
- Cartão bancário (ou telemóvel/relógio NFC) – são suportados pagamentos contactless
Como se processa:
- Introduz o teu Cartão de Cidadão, os dados são recolhidos automaticamente (inclusivamente a fotografia).
- Introduz o teu código postal para o preenchimento automático da tua morada.
- Aceita os termos e condições de emissão e de utilização do cartão Navegante.
- Preenche o teu e-mail para receberes a factura
- Realiza o pagamento com cartão bancário ou meio de pagamento contactless.
- Aguarda uns segundos e retira o teu novo cartão Navegante.