Junto à Gare do Oriente, os semáforos continuam a dar prioridade aos automóveis, apesar de ser uma zona com muito tráfego pedonal.

Pouco mais que 20 segundos é o tempo que os peões têm para atravessar desde a Gare do Oriente até ao Centro Comercial Vasco da Gama. São nove vias de trânsito e três locais intermédios de espera onde, caso não haja tempo para atravessar tudo, se pode esperar por um novo sinal verde. Agora, essas paragens intermédias foram alargadas no âmbito de uma intervenção do Plano de Acessibilidade Pedonal na zona.
Os peões passaram, assim, a contar com mais espaço de espera entre cada parte do atravessamento, com a eliminação de duas vias de trânsito, uma em cada sentido. A obra foi executada com tinta branca e pilaretes, juntamente com a introdução de pavimento confortável na praça da estação e nos cruzamentos. Foram ainda colocadas guias para pessoas invisuais, numa intervenção semelhante à realizada na interface do Campo Grande.
Neste cruzamento, no entanto, é de notar que a opção recaiu por dar mais espaço aos peões para esperarem em vez de mais tempo. De acordo com os temporizadores nos semáforos, as pessoas contam com pouco mais de 20 segundos para atravessar as agora sete vias. Pela proximidade com o centro comercial e a estação ferroviária, uma das principais estações do país (com cerca de 150 mil passageiros por dia), este é um atravessamento que costuma ter muito tráfego pedonal e, em certos momentos, passarão em cada sinal verde mais pessoas a pé que do que de carro enquanto o semáforo mostra vermelho aos peões.

Uma nota interessante: quando o semáforo está verde, o “boneco” do peão surge a caminhar rápido, como que indicando às pessoas para se despacharem pois o tempo de atravessamento é pouco. Muitas acabam por arriscar no vermelho, sempre que não vem nenhum carro – o que é frequente acontecer – e, para elas, estas novas ilhas de espera aumentadas podem ajudar. Em conclusão, deu-se mais espaço aos peões em vez de tempo.
