Empresa vai voltar suprimir várias ligações diárias entre Lisboa e Barreiro por não ter pessoas suficientes para as assegurar. Constrangimentos têm sido constantes nos últimos meses em várias linhas.
“Constrangimentos técnicos na frota” têm vindo a afectar diariamente as ligações fluviais entre Cais do Sodré e Cacilhas, mas agora há também um problema de disponibilidade de “recursos humanos operacionais” a afectar os barcos entre o Barreiro e Lisboa, avança a TTSL. A operadora fluvial vai, assim, de forma oficial suprimir várias carreiras nos dias úteis.
As supressões ocorrerão nos seguintes horários:
- No sentido Barreiro > Lisboa (Terreiro do Paço): às 7h15, 8h05, 8h55, 14h55, 16h20, 17h10, 18h00, 18h50, 19h10 e 19h50;
- No sentido Lisboa (Terreiro do Paço) > Barreiro: às 7h40, 8h30, 9h20, 15h20, 16h45, 17h35, 18h25, 19h15 e 20h15.
“Mantendo-se a limitação de recursos humanos operacionais, não é possível garantir a realização de todas as carreiras aos dias úteis”, informa ainda a TTSL em comunicado. Este foi, no entanto, o segundo mês em que uma situação deste tipo foi comunicada. Em Julho, a transportadora emitia um aviso semelhante – com as mesmas supressões pelos mesmos motivos, durante um mês inteiro, entre Lisboa e o Barreiro. Em Junho também houve supressões em vários dias e semanas, assim como em Maio.
Já nesta semana que agora termina houve vários horários entre Cacilhas e o Cais do Sodré “por motivo de constrangimentos técnicos na frota”. Os avisos foram sendo publicados dia após dia no site e app da TTSL sem indicação prévia de que carreiras seriam suprimidas. “Com o objetivo de minimizar o impacto de supressões e atrasos de carreiras, alguns navios iniciam viagem logo que seja alcançada a lotação máxima de passageiros embarcados, independentemente do horário previsto”, foi-se lendo.
Têm existido outras ligações fluviais afectadas, como é o caso da do Seixal, que durante a tarde desta sexta-feira, 29 de Julho, teve perturbações também devido a “constrangimentos técnicos na frota”. Este mesmo motivo afectou os barcos entre o Montijo e Lisboa na tarde de 11 de Julho. Existiram muitas mais situações, que começaram a ser mais frequentes a partir de final de Março.
Suspensão do ferry prejudica população
Esta semana foi suspensa por tempo indeterminado a ligação por ferry entre Belém, Porto Brandão e Trafaria, a única em que também era permitido o transporte de veículos como carros e motas. A TTSL alegou apenas “motivos técnicos”. Em comunicado, a União dos Sindicatos de Setúbal (CGTP-IN) vem dizer que esta interrupção inesperada vem confinar a população de Porto Brandão e Trafaria, a quem não foi oferecida uma alternativa em transporte público para se deslocarem para Lisboa.
“O que está em causa é o desinvestimento das sucessivas Administrações [da TTSL] nomeadas ora por Governos PS ora por Governos PSD/CDS, desinvestimento esse que leva a que as embarcações não tenham a devida manutenção, que a embarcação Lisbonense esteja encostada já há dois anos, que a reparação que deveria ser feita no Almadense ainda não tenha o acordo da Administração”, relata a União dos Sindicatos de Setúbal. “Estamos perante uma Administração que é paga a peso de ouro e que não cumpre os serviços mínimos e prejudica a população de Porto Brandão e Trafaria, bem como os trabalhadores que querem todos os dias sair de suas casas para irem para o seu trabalho.”
Paulo Silva, residente na Costa da Caparica e utilizador do transporte fluvial, disse ao jornal Almadense que “antes havia carreiras directas da Trafaria para Belém e do Porto Brandão para Belém de meia em meia hora na ‘hora de ponta’, agora nem isso”. Lamenta que a travessia entre as duas margens naquela zona se tenha degradado nos últimos anos, tendo passado a ser feita de hora a hora na ‘hora de ponta’, com “enormes intervalos nas restantes horas e com a quase extinção dos horários noturnos que havia no passado”.
A suspensão da ligação entre Belém, Porto Brandão e Trafaria surge também em plena época alta, numa altura em que muitas pessoas procuram as praias da Costa da Caparica, servidas por este ferry. “Estamos a desenvolver os esforços para restabelecer, com a maior brevidade possível, o serviço de transporte nesta ligação fluvial”, disse a TTSL.
