A associação MUBi, que representa e defende uma melhor mobilidade urbana, integrando a bicicleta, deseja compromisso sério dos municípios portugueses na Semana Europeia da Mobilidade mas principalmente no ano inteiro.

Em Portugal, cerca de 100 localidades aderiram este ano à Semana Europeia de Mobilidade (SEM), “maioritariamente com acções lúdicas e de sensibilização para a população, de carácter temporário, descontextualizadas de qualquer plano local de mobilidade urbana sustentável”, refere a MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta.
“Estas acções ficam aquém do que seria necessário para alterar o paradigma da mobilidade urbana, porque sabemos que as pessoas só mudarão os seus hábitos e comportamentos caso tenham condições para o fazer, nomeadamente, contando com infraestruturas seguras, facilmente acessíveis, úteis e confortáveis”, entende ainda em comunicado a MUBi, que decidiu não se associar nem organizar nenhuma acção nesta SEM.
Para aquela associação, “mais do que apenas uma semana de actividades de sensibilização para as comunidades locais”, a Semana Europeia da Mobilidade deveria “ser o laboratório de ensaio para testar medidas que possam depois ser implementadas permanentemente e que tenham um impacto real e duradouro no quotidiano das pessoas e das vivências das cidades”.
De 16 a 22 de Setembro, assinala-se a Semana Europeia da Mobilidade (SEM), lançada em 2002 em Bruxelas. O objectivo da campanha é alcançar mudanças comportamentais positivas para escolhas de transporte mais limpas e inteligentes. A SEM é a oportunidade ideal para as cidades apresentarem alternativas de mobilidade sustentável para os seus habitantes e uma excelente ocasião para os stakeholders locais se reunirem e discutirem os diferentes aspectos da mobilidade e qualidade do ar, encontrarem soluções inovadoras para reduzir o uso do automóvel e testarem novas estratégias ou medidas de planeamento urbano.
A MUBi lembra, neste dia, o seu manifesto por “Cidades Vivas”, que apresentou há um ano a propósito das eleições autárquicas e no qual propõe um conjunto de medidas prioritárias para promover, de forma consistente, as deslocações a pé, de bicicleta e em transportes públicos, em detrimento do automóvel particular. “Deixamos o desafio às cidades portuguesas inscritas na Semana Europeia da Mobilidade, para aplicarem estas medidas o ano inteiro, e não apenas durante sete dias do mês de Setembro.”
Para Rui Igreja, dirigente da MUBi, “é preciso que as autarquias locais e o Governo destinem menos recursos ao automóvel e proporcionem às pessoas alternativas de mobilidade mais eficientes, económicas e ambientalmente sustentáveis” dada que a crise energética e a urgência climática.