Já são conhecidos os 18 vencedores da open call lançada no âmbito do projecto VoxPop, com o intuito de encontrar soluções digitais que tornem a mobilidade mais acessível e inclusiva em Lisboa.
Já são conhecidos os vencedores da grande open call lançada durante o Verão, no âmbito do projecto europeu VoxPop, e na qual se procuravam soluções digitais que tornem a mobilidade mais acessível e inclusiva em Lisboa, respondendo a necessidades de pessoas com deficiência, população idosa, crianças, mulheres grávidas, etc. Em cima da mesa, estava um milhão de euros para um máximo de 20 projectos inovadores.
Foram seleccionadas por um júri 18 candidaturas de um total de 53 recebidas; os projectos irão receber um total de 950 mil euros. Na lista, constam várias entidades portuguesas, mas também da Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Itália, Reino Unido e Suécia.
Foi a MUBi, associação que promove a mobilidade urbana em bicicleta, a liderar a pontuação do júri com a sua proposta de melhorar a actual plataforma colaborativa Cidade Ciclável. Lançado em 2019 em Lisboa, Setúbal e Aveiro, o Cidade Ciclável permite a qualquer pessoa saber onde existe estacionamento para bicicletas na sua cidade e mapear necessidades de estacionamento que não estão ainda preenchidas. O objectivo da MUBi passa agora utilizar os 40 mil euros do VoxPop para introduzir novas funcionalidades na plataforma, que permitam “alcançar maior justiça social e de género na utilização da bicicleta”, como informação sobre a infraestrutura de ciclovias, e o registo de ocorrências de assédio rodoviário e zonas de perigo, ajudando não só os utilizadores e as utilizadoras da bicicleta a tomar decisões mais seguras, mas também os decisores políticos na identificação de áreas problemáticas.
Apesar de se ter tratado de uma open call, lançada através de um evento público em Agosto, a apresentação dos projectos vencedores foi realizada à porta fechada – e sem convite à comunicação social – num evento online a 13 de Dezembro. A Câmara de Lisboa explica, ao Lisboa Para Pessoas, que se tratou apenas de “uma primeira apresentação dos projectos seleccionados” com o formato de “reunião de trabalho”. Os projectos vencedores serão desenvolvido durante seis meses até Julho de 2023, quando será promovido um dia de demonstração, onde as diferentes pessoas entidades irão apresentar as soluções digitais que desenvolveram.
A open call do VoxPop foi lançada a 10 de Agosto para encontrar soluções digitais para a mobilidade de Lisboa que respondessem a um destes desafios: planeamento de viagens, navegação autónoma, serviços inclusivos de bilheteira, promoção de uma mobilidade mais segura, usufruto pleno de espaços públicos e soluções comunitárias para uma mobilidade mais inclusiva.
O VoxPop consiste de uma parceria de oito entidades publicas e privadas nacionais, liderada pela CML e com gestão operacional a cargo da EMEL. Com o objectivo de desenvolver um modelo mais colaborativo de gestão da mobilidade na cidade de Lisboa, sustentado em ferramentas digitais para um planeamento, operação e manutenção mais eficiente da infraestrutura de transportes e que potenciem a criação de soluções de mobilidade centradas no utilizador. O projecto VoxPop é co-financiado pela Iniciativa Ações Urbanas Inovadoras, um programa promovido pela Comissão Europeia que visa financiar soluções ambiciosas e inovadoras para responder a desafios das cidades. O projecto junta também a Carris, o Metro de Lisboa e a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML).
Os vencedores
Cidade Ciclável
Autor: MUBi, Portugal
Pontuação: 14
A MUBi, associação que promove a mobilidade urbana em bicicleta, vai pegar na sua plataforma colaborativa Cidade Ciclável, que hoje permite mapear apenas necessidades de estacionamento, e introduzir novas funcionalidades “para alcançar maior justiça social e de género na utilização da bicicleta”. A ideia é que a Cidade Ciclável possa ter informação sobre a infraestrutura de ciclovias, e o registo de ocorrências de assédio rodoviário e zonas de perigo, ajudando não só os utilizadores e as utilizadoras da bicicleta a tomar decisões mais seguras, mas também os decisores políticos na identificação de áreas problemáticas.
SafeJourney
Autor: NILG.AI, Portugal
Pontuação: 13,5
A empresa de inteligência artificial e aprendizagem automática NILG.AI propõe criar a SafeJourney, uma solução que “permitirá, recorrendo a imagens de satélite e de rua, calcular automaticamente um índice de mobilidade pedonal para pessoas com mobilidade reduzida ao nível da rua (por exemplo, passadeiras e serviços sem rampa, pavimento tátil), para uso por serviços externos e pelos municípios”.
Andyamo
Autor: Andyamo, França
Pontuação: 13
A francesa Andyamo quer trazer a sua solução tecnológica para Lisboa, propondo “melhorar o actual mapeamento da cidade” através da indicação de “percursos 100% pedonais & multimodais totalmente adaptados ao nível de mobilidade dos seus habitantes/turistas (em cadeira de rodas, com deficiência visual, em carrinho com crianças ou idosos)”.
3FINERY
Autor: 3FINERY, Reino Unido
Pontuação: 13
A britância 3FINERY, uma empresa especializada em realidade aumentada, propõe usando esta tecnologia e serviços de geolocalização desenvolver “uma ferramenta que permitirá aos cidadãos com deficiência visual, cognitiva e física obter uma descrição verbal precisa de seu ambiente”.
Inclu
Autor: Zoomguide, Portugal
Pontuação: 12,5
A portuguesa Zoomguide quer criar a Inclu, um “sistema de posicionamento visual capaz de fornecer informações multimédia relevantes para a localização física de seus utilizadores” no contexto urbano. O produto irá reconhecer a inteligência artificial “para reconhecer automaticamente a posição dos utilizadores, analisando um fluxo de vídeo capturado pelos smartphones dos utilizadores”.
LisbonHUB
Autor: CycleAI, Portugal
Pontuação: 12,5
A portuguesa CycleAI quer desenvolver “uma aplicação de transporte multimodal para agregar e processar dados de transporte público e micromobilidade” chamada LisbonHUB. Esta aplicação “irá sugerir as viagens mais seguras, rápidas e económicas. Além disso, os utilizadores podem relatar incidentes para avaliação e resolução rápidas”.
Willeasy
Autor: Willeasy, Itália
Pontuação: 12,5
A start-up italiana Willeasy irá desenvolver a sua plataforma homónima, um “ecossistema digital para recolher, processar e disponibilizar informação sobre a acessibilidade de locais e percursos, a utilização de meios inovadores de mobilidade inclusiva e uma web app para navegação perfeita, criação e actualização constante de dados abertos”.
Enterprise Bot
Autor: Enterprise Bot, Suíça
Pontuação: 12
A Enterprise Bot vai criar chatbots para automatizar as interações entre as empresas de transportes e os seus clientes, permitindo que tenham “um agente digital prontamente acessível” para responder aos passageiros, conseguindo com isso reduzir os custos operacionais, e permitindo que utilizadores com deficiência sejam mais autónomos.
Lisbon On Wheels
Autor: On Wheels, Holanda
Pontuação: 11
A On Wheels pretende recolher “dados de acessibilidade sobre edifícios públicos, espaços públicos e transportes públicos” da cidade de Lisboa e adicioná-los à sua aplicação On Wheels, que está disponível para smartphones, e também ao Openstreetmap. “Todos os dados estarão disponíveis como dados abertos para uso de todos.”
Spaces4All
Autor: Alves & Ferreira, Portugal
Pontuação: 10,5
A Spaces4All ajudará indivíduos com mobilidade reduzida (“com deficiências visuais, auditivas e motoras”) na deslocação em espaços públicos, como “praças, jardins, parques, cemitérios, monumentos”, “com trajectos pré-definidos e informações pertinentes”. Esta solução será baseada no telemóvel das pessoas e na sua localização GPS.
SMART PATH
Autor: DETU TECH, Portugal
Pontuação: 10,5
A portuguesa DETU TECH pretende desenvolver a SMART-PATH, “uma plataforma baseada na web que utilize dados históricos e em tempo real do transporte público, bem como as suas características, para oferecer aos utilizadores uma maneira simples de encontrar o melhor meio de transporte para se deslocar em Lisboa e perceber qual o transporte que se adapta às suas necessidades específicas”.
Skipit
Autor: Skipit, Dinamarca
Pontuação: 10,5
A dinamarquesa Skipit desenvolve uma app para telemóveis, com o mesmo nome, que substitui a necessidade de cartão físico para transportes públicos, permitindo que esse mesmo cartão digital possa servir diferentes cidades. A Skipit quer trazer a sua aplicação para Lisboa para permitir “ao turista com deficiência física comprar passagens, ver mapas de transporte, identificando os pontos de acessibilidade de cada estação na cidade de Lisboa”, centralizando essa informação e serviços, “que normalmente estão espalhados por vários locais e com vários pontos de contacto”, num só sítio.
LISBORA
Autor: Pin Bike, Itália
Pontuação: 10,5
A Pin Bike quer criar a LISBORA, um sistema de gamificação “para incentivar a mobilidade na cidade de Lisboa para cidadãos com deficiência física”. “Serão emitidos prémios (vouchers para gastar nas lojas do comércio local) pelos quilómetros percorridos pelos utentes com qualquer meio de transporte exceto o automóvel.”
TakeMe by Famility
Autor: Famility, Portugal
Pontuação: 10
A start-up portuguesa Famility desenvolve uma aplicação homónima para ajudar os pais nas deslocações diárias das suas crianças para a escola. Propõe-se agora a criar a TakeMe, uma nova plataforma de mobilidade assistida para pessoas com limitações de mobilidade. “A plataforma disponibiliza um Serviço de Deslocação Assistida, individual ou em grupo, a pé, de bicicleta ou em transporte público ou partilhado. Os serviços podem ser recorrentes ou sob consulta.”
Ajuda +
Autor: Mobinteg, Portugal
Pontuação: 10
A tecnológica Mobinteg quer criar a app Ajuda +, para “ligar os idosos que vivem sozinhos no concelho de Lisboa a voluntários registados”, sendo que estes “irão acompanhar os idosos na realização de tarefas, desde carregar passe, trazer compras, ou apenas fazer companhia”.
Childfy
Autor: Soluciones de Movilidad para Familias, Espanha
Pontuação: 9,5
Porque “os pais passam muito tempo para levar os filhos para a escola, actividades extra-curriculares, festas de aniversário, etc”, uma empresa espanhola criou a Childfy, uma aplicação em que diferentes pais e mães se podem registar para se ajudarem entre si na logística de viagens, levando as crianças uns dos outros. A ideia será trazer a Childfy para Lisboa.
Cycle4Lisbon
Autor: Pensar Mais, Portugal
Pontuação: 9,5
A Cycle4Lisbon pretende, com base num modelo algorítmico de análise que olha para a inclinação de ruas e para outros parâmetros, definir sugerir o melhor percurso não só para alguém de bicicleta mas também para pessoas em cadeira de rodas, pretendendo, dessa forma, “incentivar a utilização de meios de transporte amigos do ambiente, promover hábitos saudáveis e apoiar pessoas com mobilidade reduzida”.
PopStore
Autor: pool.farm, Suécia
Pontuação: 9,5
A PopStore vai permitir a qualquer pessoa com mobilidade reduzida (e com literacia digital básica) criar uma página web em dois minutos para nela criar listas de compras. Depois poderá partilhar essa página com vizinhos, amigos ou familiares, que podem ajudar a pessoa com mobilidade reduzida nas suas compras. A PopStore pretende tornar o “comércio social (negócios informais entre amigos) extremamente simples”.