Os parques de estacionamento podem ser muito mais do que imaginamos. E a EMEL quer imaginá-los para além do automóvel: como é que esses parques podem servir a população da cidade, oferecerendo-lhe outros serviços na área da mobilidade e não só? Para encontrar respostas, a EMEL está a realizar uma auscultação de mercado.

Numa conferência que decorreu em Novembro no Porto, uma antropóloga urbana, Sónia Lavadinho, dizia que uma das formas de convencer os automobilistas a aceitar a transformação modal e de espaço público nas cidades passa por melhorar a sua experiência de estacionamento e de saída do carro – isto é, por transformar as zonas junto aos parques de estacionamento e também estas infraestruturas, oferecendo de imediato uma experiência da cidade desejável e tornando apetecível largar o automóvel.
Os parques de estacionamento podem ser muito mais do que imaginamos. E a EMEL quer imaginá-los para além do automóvel: como é que esses parques podem servir a população da cidade, oferecerendo-lhe outros serviços na área da mobilidade mas não só, e promovendo alternativas ao uso do automóvel individual? Para diversificar as funções que os parques de estacionamento podem oferecer, a EMEL está a promover uma auscultação ao mercado com o objectivo de identificar, junto das empresas, soluções que possam melhorar não só a experiência de quem usa esses parques, mas também contribuir positivamente para o sistema de mobilidade da cidade, por exemplo, ao nível da logística.
“Com esta auscultação ao mercado, a EMEL reforça não só a sua postura de abertura, de diálogo e de transparência para recolha de contributos junto da sua comunidade, como demonstra o seu compromisso em acrescentar valor à cidade de Lisboa”, afirma Carlos Silva, Presidente da EMEL, em comunicado. “Há serviços que já sabemos que podem melhorar a experiência de quem estaciona nos nossos parques, mas queremos perceber como podemos oferecer uma experiência mais completa tanto a clientes como à cidade. Os nossos parques podem ser muito mais do que locais de estacionamento, podem ser hubs de mobilidade e serviços, e queremos perceber se o mercado também está disposto a ajudar nessa mudança.” Actualmente, os parques da EMEL já oferecem algumas funções além do estacionamento automóvel. Permitem o carregamento de carros eléctricos, através do sistema Leve, e também o parqueamento seguro de bicicletas, através da rede BiciParks.

Quiosques de compra ou carregamento de bilhetes de transporte público? Pontos de informação das paragens e estações nas imediações e próximas partidas? Serviços de carregamento de bicicletas e trotinetas eléctricas? Estações de mobilidade suave partilhada? Centros de micro-logística urbana? Pontos de recolha de encomendas online? A EMEL procura serviços que possam ser oferecidos aos utilizadores dos parques (que também podem ser utilizadores de bicicleta) e que ora acrescentem valor à sua viagem, ora contribuam para a “promoção de formas alternativas à mobilidade em automóvel individual ou para uma menor dependência do automóvel”. A empresa de mobilidade de Lisboa quer ainda, através dos seus parques de estacionamento, promover “uma maior eficácia do sistema de mobilidade da cidade”, trabalhando em “soluções de logística urbana”.
As empresas interessadas e que tenham soluções para mostrar estão, assim, convidadas a responder a um formulário, fornecendo alguma informação sobre esses produtos ou serviços. O convite é dirigido a todo o tipo de empresas que disponham de soluções maduras, isto é que, já estejam disponíveis no mercado. Estão fora do âmbito desta consulta soluções experimentais ou em fase de protótipo. O formulário vai estar disponível até 9 de Junho. Note-se que esta auscultação ao mercado surge da intenção de conduzir um processo de consulta que assegure os princípios da transparência e da igualdade de tratamento, possibilitando a todas as empresas interessadas que dêem o seu contributo. Porém, esta consulta não consiste num procedimento de contratação e a resposta ao questionário não resulta em qualquer vínculo obrigacional entre a EMEL e as entidades que submetam o seu contributo.
Este trabalho de auscultação do mercado é uma iniciativa desenvolvida ao abrigo do projecto VoxPop, sendo co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional através das Ações Urbanas Inovadoras (UIA – Urban Innovative Actions).