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Lisboa vai ter iluminação LED para poupar dinheiro e o ambiente

A Câmara de Lisboa prepara-se para modernizar 22% da rede de iluminação pública da cidade com tecnologia LED e um sistema de gestão remota, prevendo economizar 70% do consumo energético e poupar 1,8 milhões de euros por ano.

Fotografia LPP

Lisboa conta com cerca de 72 mil pontos de iluminação pública, que consomem 53,5 Gwh (gigawatt-hora) de energia por ano. A infraestrutura de iluminação da cidade corresponde a cerca de 75% da factura anual de electricidade consumida pela Câmara. Para economizar este custo e o ambiente, a autarquia prepara-se para modernizar 16 135 luminárias com tecnologia LED e um sistema de gestão conectado à internet. Com esta primeira intervenção em 22% da rede de iluminação pública, espera poupar 1,8 milhões de euros por ano. Futuramente, o plano passa por modernizar a restante rede.

Para concretizar esta medida de eficiência energética e de poupança para as contas do município, a Câmara de Lisboa vai celebrar com uma empresa de fornecimento de energia, a ser seleccionada por concurso, um Contrato de Gestão da Eficiência Energética (CGEE), à semelhança do que outros 57 municípios nacionais já têm ou estão também a concretizar, como é o caso de Palmela, Seixal, Barreiro, Montijo, Moita e Setúbal.

Esse contrato, que terá a duração de 16 anos e que representa um investimento total de aproximadamente 21,2 milhões de euros, permitirá à Câmara de Lisboa receber uma “solução chave-na-mão” para 22% da sua rede de iluminação pública. Além da substituição desses pontos de luz por lâmpadas LED, também será instalado um sistema de gestão remota das luminárias modernizadas, numa perspectiva de smart-city, permitindo a existência de um centro digital de controlo da infraestrutura que comunica com a mesma.

Via CML/Lisboa E-Nova

De acordo com a autarquia, “este investimento permitirá obter uma economia de energia eléctrica na ordem dos 70%” e estima-se que se traduzirá, “após amortização do investimento e pagamento do serviço” à empresa de energia, numa poupança líquida para a Câmara de Lisboa de 456 euros por ano. O investimento, a ser suportado pela empresa de energia que for seleccionada no concurso a ser lançado, assentará numa lógica de partilha das poupanças obtidas. Isto é, a empresa de energia vai modernizar os pontos de luz e instalar o referido sistema de gestão, e, ao longo dos 16 anos de execução do contrato, partilhará com a Câmara uma remuneração correspondente a 25% da quantidade de energia poupada.

Via CML/Lisboa E-Nova

“A iluminação pública é um importante serviço público prestado pela Câmara Municipal de Lisboa à comunidade, sendo a componente com maior expressão no que respeita ao seu consumo de electricidade, representando cerca de 75% do total e sendo, por isso, uma área de actuação prioritária para redução do consumo de energia e da intensidade carbónica das atividades municipais, aponta a autarquia na proposta que foi a discussão em reunião do Executivo. “Na rede de iluminação pública (IP) de Lisboa, composta por cerca de 72 000 pontos de luz, prevalecem tecnologias de iluminação que já não garantem um desempenho energético, nem luminoso, com o nível de eficiência atualmente possível e desejável.”´

Os números

72 000 pontos de luz em toda a cidade de Lisboa, consumindo 53,5 Gwh (gigawatt-hora) de electricidade por ano;

Rede de iluminação pública da cidade corresponde a 75% da factura anual de electricidade consumida pela Câmara de Lisboa;

Desses, 16 135 pontos de luz vão ser modernizados com tecnologia LED e sistema de gestão remota, correspondendo a 22% do total da rede de iluminação pública, consumindo 16,019 MWh por ano (cerca de 30% do consumo total) e a uma despesa de 2,643 milhões de euros para a Câmara;

Essa modernização vai permitir uma economia da potência eléctrica na ordem dos 70%, permitindo uma redução anual do consumo e do custo da electricidade de aproximadamente 11 MWh e de 1,824 milhões de euros.

Fotografia LPP

Foi realizado pela Lisboa E-Nova, a agência de energia e ambiente de Lisboa, uma auditoria à rede de iluminação pública de “um conjunto de zonas piloto na cidade” com o objectivo de “caracterizar os consumos de energia nos sistemas de iluminação, tendo sido identificados um total de 16 135 luminárias convencionais, que representam 22% do parque de Iluminação pública de Lisboa, passíveis de substituição por tecnologia LED”.

Essa auditoria estima que o consumo médio dessas luminárias é de 16,019 MWh por ano, o que representa uma despesa anual para os cofres do município de 2,643 milhões de euros. Perspetiva-se, só com esta intervenção em 22% do total da iluminação da cidade (que representa quase 30% do actual consumo total) uma diminuição da potência consumida em 70%, o que representará, ao longo da vida do contrato que se pretende celebrar, uma redução anual do consumo e do custo da electricidade de aproximadamente 11 MWh e de 1,824 milhões de euros, respectivamente.

Via CML/Lisboa E-Nova

As mais de 16 mil luminárias a substituir e modernizar vão sê-lo por toda a cidade, em locais e eixos identificados na auditoria. O primeiro passo para a concretização deste projecto foi a aprovação recente em reunião do Executivo camarário de uma proposta que permitirá o lançamento do concurso através do qual se irá encontrar o fornecedor do Contrato de Gestão da Eficiência Energética – essa aprovação foi conseguida com os votos a favor da liderança PSD/CDS-PP, que governa sem maioria absoluta a cidade, e do PS, a abstenção de Livre e Cidadãos Por Lisboa, e os votos contra de PCP e BE. A proposta vai agora ter de seguir para a Assembleia Municipal, onde se espera que também seja aprovada.

Para Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, este passo é importante para a neutralidade carbónica da cidade em 2030. “O Município de Lisboa está empenhado na transição energética da cidade e na concretização de políticas e de ações concretas que permitam atingir a neutralidade climática até 2030. A requalificação energética da rede de iluminação pública constitui uma medida muito relevante para alcançar essa meta e para tornar Lisboa uma cidade mais sustentável”, afirma em comunicado.

Lisboa Para Pessoas

Redacção do Lisboa Para Pessoas, jornal local sobre Lisboa e a área metropolitana.Ver Posts de autor

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