Através do projecto Lisboa Sem Fios, a Câmara pretende remover os cabos “mortos” em postes e edifícios da cidade, e transferir os cabos “activos” para o subsolo.

As fachadas de Lisboa mostram actualmente o resultado de décadas de instalação continuada de redes de electricidade e de telecomunicações nos edifícios. A entrada no mercado de um número significativo de operadores de telecomunicações, tendencialmente proprietários das suas redes e com ofertas concorrenciais, originam frequentes mudanças de operador por parte dos clientes e têm promovido a instalação sucessiva de cabos nas paredes do edificado da cidade, com os anteriores a serem frequentemente mantidos mesmo após desligado o serviço.
O resultado está à vista: fios e mais fios que se acumulam nas fachadas. Para mudar esta situação, a divisão de Urbanismo da Câmara de Lisboa criou o programa Lisboa Sem Fios. Em articulação com a Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), os operadores de telecomunicações e com a E-Redes, responsável pela rede de distribuição de energia eléctrica, foi estabelecido o objectivo de remover todos os cabos e equipamentos das redes de eletricidade e de telecomunicações instalados em postes ou à vista sobre as fachadas dos edifícios da cidade.

Foram definidas duas zonas piloto, que vão servir de teste para depois se alagar o programa Lisboa Sem Fios a toda a cidade: a Avenida Fontes Pereira de Melo, em Arroios, e a Avenida da Igreja, em Alvalade. A ideia é testar aqui o trabalho conjunto entre a autarquia e os operadores na remoção de cabos “mortos” em postes e edifícios, e a transferência de cabos “activos” para o subsolo. Várias zonas da cidade, que foram intervencionadas no âmbito de programas como o Uma Praça Em Cada Bairro ou o Pavimentar Lisboa, já têm infraestrutura municipal no subsolo para a passagem de cabos de electricidade e de telecomunicações, o que facilita esta transferência da cabelagem activa.
Paralelamente, está em curso o mapeamento de toda a rede municipal de infraestruturas de telecomunicações em espaço público, e a definição de um cronograma para a implementação faseada do programa Lisboa Sem Fios em toda a cidade. Nos bastidores, decorre também uma revisão do Regulamento de Infraestruturas em Espaço Público (RIEP) da cidade, com o intuito de integrar nele os objectivos do Lisboa Sem Fios, bem como a implementação de uma nova minuta de aprovação de processos de novos licenciamentos (obras de conservação, alteração, ampliação ou reabilitação), que torne efectiva a remoção de todos os cabos instalados na fachada, a construção de infraestrutura no interior do edifício e, caso necessário, a construção de infraestrutura em espaço público, no subsolo.
Com o Lisboa Sem Fios, pretende-se contribuir para a melhoria da imagem da cidade, incentivar a valorização do edificado e modernizar a infraestrutura de electricidade e telecomunicações da cidade.