Caldeiras vazias da Avenida da República, em Lisboa, voltam a ter árvores

A renovação do Eixo Central da cidade de Lisboa foi concluída em 2017 com a plantação de 741 novas árvores. Nem todas sobreviveram. Ao longo dos anos, têm sido feitas novas plantações e substituições, e também a manutenção dos exemplares que se mantém vigorosos.

Uma nova árvore plantada na Avenida da República, em Lisboa (fotografia LPP)

A requalificação do Eixo Central da cidade de Lisboa, entre Entrecampos e o Marquês de Pombal, em 2017, terá resultado na plantação de 741 novas árvores, de acordo com dados da autarquia. Feitas as contas aos abates e transplantações, o eixo que integra as avenidas da República e Fontes Pereira de Melo terá ficado com 865 árvores quando, antes, teria apenas 169 exemplares arbóreos.

Sete anos depois daquela que foi uma das maiores e mais ambiciosas requalificações de espaço público na cidade de Lisboa, muitas das árvores então plantadas cresceram, ganharam porte e tornaram-se bem visíveis no espaço urbano, com todos os seus benefícios que tal acarreta, como sombra e frescura. Aliás, basta percorrer o arquivo de imagens do Google Street View para percebermos as diferenças notórias na arborização no Eixo Central antes e depois de 2017.

A Avenida da República antes e depois da requalificação de 2017 (imagens Google Street View)

No entanto, também várias das árvores plantadas durante a renovação das avenidas da República e Fontes Pereira de Melo não vingaram ou foram sendo, ao longo do tempo, abalroadas por viaturas. Resultado: várias vão sendo as caldeiras vazias que se podem observar, de tempos em tempos, ao longo deste eixo rodoviário, atrasando a prometida arborização do mesmo. Espaços sem árvores, sem nada. Ao abandono. Nos últimos meses, em particular, a situação de caldeiras vazias – em particular na Avenida da República – tinha-se intensificado, como observara o LPP.

A situação começou agora a ser reinvertida, na sequência de um novo contrato de prestação de serviços de manutenção de espaços verdes, assinado pela Câmara de Lisboa com a empresa Parques e Jardins, para as freguesias de Alvalade e Avenidas Novas, e que inclui a manutenção dos espaços verdes das avenidas supra mencionadas e também a plantação de árvores, entre outros aspectos. Assim, na semana passada, várias das caldeiras que estavam sem árvores ganharam novos inquilinos e outras, já habitadas, foram devidamente acondicionadas. Os novos exemplares deverão agora ser acompanhados de forma a que o seu crescimento se possa desenvolver.

Apesar das novas plantações, continuam a existir vários locais sem árvores ao longo da Avenida da República, em particular, como na pequena praça junto ao McDonald’s do Saldanha, na intersecção com a Avenida Duque d’Ávila. Também no corredor verde central da Avenida Fontes Pereira de Melo continua em falta a totalidade da arborização prevista no projecto original de renovação desta artéria, uma vez que, como apurou o LPP, esse corredor verde não foi executado com a profundidade suficiente para que as árvores então plantadas sobrevivessem e se desenvolvessem. É que, debaixo desta avenida, desenvolve-se o túnel do Metro, o que condiciona também o crescimento das árvores.

Ao LPP, a Câmara de Lisboa confirmou que “tem estado a repor o arvoredo na Avenida de República com árvores com um PAP (Perímetro de Altura do Peito) 16/18, estando ainda em falta a plantação em algumas caldeiras, tarefa que será concluída ao final deste mês de Fevereiro”. “Importa referir que este trabalho de plantação de árvores em caldeia irá estender-se pelas 24 freguesias do Município de Lisboa”, acrescentou a autarquia.

Sobre a Fontes Pereira de Melo, a Câmara indica que “foi recentemente intervencionado, tendo sido executadas plantados novos arbustos: pascoinhas, alecrins, alfazemas, espécies resilientes e mais adaptadas às condições edafoclimáticas”, não estando prevista a plantação de novas árvores, conforme o projecto original. “Uma vez que a profundidade de caixa no separador central deste eixo viário é reduzida, a plantação de arbustos é mais adequada.”


Actualizado às 10h30 de 21/02/2023: adicionados os esclarecimentos da Câmara de Lisboa.

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