A oferta na Linha de Cascais permanecerá 30% abaixo do normal e sem comboios rápidos entre Lisboa e Oeiras até Setembro. Ou até Dezembro, num cenário mais pessimista.
Desde 19 de Março que a oferta na Linha de Cascais, um dos eixos de transporte público mais importantes da área metropolitana de Lisboa, continua 30% abaixo do normal. Em plena época de Verão, ainda que tímido, a linha ferroviária que percorre as praias da Margem Norte vai continuar com as limitações resultantes do inesperado incêndio na subestação eléctrica do Cais do Sodré.
A normalidade à Linha de Cascais só deverá regressar em Setembro ou, no limite, em Dezembro, conforme avançou recentemente a Infraestruturas de Portugal (IP) ao jornal Público. A gestora do sistema ferroviário adiantou estar a trabalhar numa solução que permitirá à CP retomar a circulação dos 204 comboios diários (nos dias úteis) na Linha de Cascais, incluindo dos 65 comboios rápidos entre Lisboa e Cascais e dos 66 comboios curtos entre Lisboa e Oeiras. Actualmente, e desde 19 de Março, circulam 143 comboios por dia, parando todos em todas as estações.
A IP informou ainda que, assim que o serviço for totalmente restaurado, a CP fará um balanço dos prejuízos causados por essa limitação e solicitará as compensações devidas. Compensações que, no entanto, não chegarão aos passageiros. De acordo com o Público, quem viagem na linha suburbana de Cascais tem enfrentado comboios lotados, especialmente nas horas de ponta. O jornal diz que, fora desses horários, a situação pode piorar devido ao aumento de passageiros para as praias e ao incremento de turistas, uma vez que estamos em plena época de Verão.
A Linha de Cascais não só é um eixo importante no sistema metropolitano de transporte público para acesso às praias, mas também para a mobilidade quotidiana, permitindo a milhares de pessoas todos os dias chegarem aos seus empregos em Lisboa ou Oeiras.
Recorde-se que a 19 de Março deste ano, um incêndio, causado pelas obras de expansão do Metro, afectou a capacidade de fornecer energia eléctrica ao trecho inicial da Linha de Cascais. O incidente aconteceu na subestação eléctrica do Cais do Sodré, que, ao ter ficado inutilizada, deixou a primeira parte da linha dependente apenas da energia da subestação seguinte, Belém. Por a potência disponível entre o Cais do Sodré e Belém permitir a circulação de apenas dois comboios ao mesmo tempo, foi necessário a CP reduzir a oferta na Linha de Cascais.
O Público escreve que, três meses depois, a IP ainda não apresentou nenhum plano nem respondeu às questões sobre os problemas técnicos ou outros impedimentos para a resolução da situação. Diz o jornal que a falta de comunicação tem sido uma prática comum do gestor das infraestruturas ferroviárias, que deixou de revelar prazos para a conclusão de obras depois de derrapar constantemente todos os prazos anunciados.