Um prémio de jornalismo e outro para criadores de conteúdo digital, como youtubers, instagrammers e tiktokers. Mas um objectivo em comum: valorizar o setor dos media e estimular a produção de conteúdos sobre a cidade de Lisboa e a sua cultura.
A Câmara de Lisboa avança, através da sua empresa de cultura, a Lisboa Cultura, com um programa inovador que visa valorizar o sector dos media e promover a produção de conteúdos digitais, jornalísticos e não jornalísticos, sobre a cidade. O programa Lisboa, Cultura e Media foi apresentado nesta terça-feira, 4 de Setembro, e será uma iniciativa anual composta por dois prémios: um para conteúdos jornalísticos, da autoria de jornalistas profissionais, e outro para conteúdos não jornalísticos mas informativos, produzidos, por exemplo, por youtubers, instagrammers, tiktokers.
Nesta primeira edição, o programa terá uma dotação de 200 mil euros para distribuir 20 trabalhos. Serão atribuídos 10 prémios de 10 mil euros para conteúdos jornalísticos publicados em órgãos de comunicação social, e outros 10 para conteúdos informativos em plataformas digitais, não jornalísticas, o que inclui o YouTube, Instagram e TikTok. Todas as propostas terão de reflectir a cidade de Lisboa e a sua cultura. “Não queremos subsidiar nem intervir nos conteúdos editoriais. Queremos apoiar novos projectos que tenham uma componente cultural e uma ligação a Lisboa”, destacou Gonçalo Reis, administrador da Lisboa Cultura, empresa municipal de cultura de Lisboa.
As propostas serão avaliadas por um júri também ele independente, composto por personalidades de reconhecido mérito nas áreas dos media, cultura e indústrias criativas, a saber: Miguel Esteves Cardoso, Paula Moura Pinheiro, Pedro Boucherie Mendes e Rosália Amorim.Segundo Gonçalo Reis, “a categoria de jornalismo requer a apresentação de uma manifestação de interesse por parte de um órgão de comunicação social, enquanto a categoria digital é aberta a todos, sem restrições de formato, podendo incluir podcasts, redes sociais e outras plataformas digitais”.
O responsável da Lisboa Cultura reforçou a importância de garantir que o programa seja recorrente, permitindo um impacto sustentado a médio prazo. “Comprometemo-nos a fazer uma edição anual deste programa, que nesta primeira edição terá candidaturas abertas até Outubro e os prémios atribuídos no início de 2025. Esta continuidade é fundamental para que o sector possa crescer e prosperar”, afirmou .
Carlos Moedas, Presidente da Câmara de Lisboa, sublinhou o papel crucial do jornalismo na defesa da democracia e da liberdade. “Este programa é mais do que um prémio; é um esforço pela liberdade e pela valorização dos media através da cidade e da sua cultura”, afirmou Moedas, realçando a sua ligação pessoal ao sector, através do seu pai, José Moedas, que fora jornalistas e um dos fundadores do jornal regional Diário do Alentejo.
O autarca lembrou que “sem jornalismo, não há liberdade, e sem liberdade, não há democracia” e disse que esta é uma resposta concreta ao desafio de manter um jornalismo rigoroso e independente, num contexto marcado pela precariedade e por ameaçadas à sua qualidade. “O jornalismo vive um dilema quase inaceitável, entre informar com rigor ou ceder ao populismo, enviesando as narrativas para aumentar audiências. Não pode haver tibiezas neste momento; os cidadãos devem encontrar na imprensa uma fonte de informação isenta e independente”, alertou.
As candidaturas ao programa Lisboa, Cultura e Media abrem ainda neste mês de Setembro, estando prevista uma sessão de esclarecimento agendada para 15 de Outubro. A data-limite para submissão das propostas será 31 de Outubro de 2024, e os vencedores serão anunciados em Janeiro de 2025. Os prémios serão atribuídos em Março. O regulamento pode ser consultado aqui, um documento de perguntas e respostas aqui, e o formulário de candidatura está disponível aqui.
“O que o Carlos Moedas não se cansa de dizer e de actuar é no sentido de posicionar Lisboa como uma cidade da cultura, do conhecimento, do talento e da criatividade. E acho que a nossa obrigação é lançarmos programas concretos, transparentes e com impacto para estimular os setores que consideramos relevantes”, acrescentou Gonçalo Reis, referindo que esta iniciativa integra a estratégia cultural da cidade. Segundo Carlos Moedas, “este é um programa que celebra a liberdade, o jornalismo e a cultura, e que quer dar voz aos que têm ideias e projectos inovadores para Lisboa”.
Todas as informações sobre este programa podem ser encontradas aqui.