A Câmara do Seixal pretende tornar gratuitos os parques de estacionamento junto aos principais interfaces de transporte, como o terminal fluvial e as estações de comboio. A medida, já implementada na estação dos Foros da Amora, será estendida ao terminal fluvial do Seixal e está a ser negociada para Corroios e para o Fogueteiro.
Tornar gratuitos os parques de estacionamento junto aos grandes interfaces de transporte do concelho é o grande objectivo da Câmara do Seixal. A autarquia vai começar a gerir o parque de estacionamento junto ao terminal fluvial, a partir de Outubro, e quer também tornar-se responsável pelos parques das estações de comboio de Corroios e do Fogueteiro.
Desde Agosto de 2021 que a Câmara do Seixal já assume integralmente as despesas relativas à utilização do parque de estacionamento dos Foros da Amora, que, até esse momento, estava concessionado à Fertagus. Esse parque é, desde então, gratuito para os cidadãos, “proporcionando condições mais atrativas para o uso regular dos comboios e dos autocarros”, aponta a autarquia em comunicado, acrescentando que está à procura de “estimular o aumento do uso de transportes públicos e a melhoria do meio ambiente com menos automóveis em circulação”.
No caso do parque do terminal fluvial do Seixal, o mesmo vai passar a ser gratuito para todas as pessoas a partir de 1 de Outubro, durante, pelo menos, 10 anos. É esta a duração do acordo entre a autarquia, a Administração do Porto de Lisboa (APL) e a TTSL que permitirá concretizar a medida. Actualmente, este parque já é gratuito para todas as pessoas que coloquem o carro até às 12 horas e o retirem depois das 20. Existe também uma avença mensal de 16 euros. Entre as 12 e as 20 horas, o parque, que é gerido pela empresa privada de estacionamento Telpark, custa apenas 1,30 euros.
No entanto, como nos garante o funcionário que assegura o controlo de entradas e o pagamento dos bilhetes, muitos dos utilizadores desse parque acabam por não pagar nada mesmo que deixem lá as suas viaturas durante vários dias. Isto porque se as colocarem antes do período pago e as retirarem à noite, vão encontrar as cancelas abertas. O mesmo funcionário teme que a medida da gratuitidade elimine o seu posto de trabalho, à semelhança do que aconteceu noutros parques também da Telpark e que passaram a ser gratuitos, como é o caso do do terminal fluvial do Montijo.
Em comunicado, o Presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva (PCP), diz que tornar gratuito o parque de estacionamento do terminal fluvial é “uma antiga reivindicação” que “finalmente conseguimos concretizar”. “Este parque encontra-se subutilizado e a autarquia pretende colocar o mesmo com acesso gratuito à população, medida esta que trará consigo o reordenamento do estacionamento circundante, ao mesmo tempo que nos propomos reabilitar toda aquela área. Pensamos que será um forte incentivo à utilização do transporte público fluvial”, acredita o autarca.
O parque em questão tem dois sectores, estando um deles completamente fechado e outro não costuma estar mais que 50% ocupado. Uma parte da ocupação é feita por autocaravanas que, com a gratuitidade em alguns horários, já aproveitam aquela infraestrutura. À volta do parque, existe vários estacionamento abusivo de automóveis, cujos condutores preferem estacionar do lado de fora das cancelas, uma vez que se saírem antes das 20 vão pagar 1,30 euros.
A Câmara do Seixal diz estar em negociações com a Fertagus para que alguns dos parques de estacionamento existentes nas imediações das estações de Corroios e Fogueteiro passem a ser geridos pela autarquia e, consequentemente, sejam gratuitos para a população.
A criação de parques dissuasores junto às interfaces de transporte é considerada uma medida de promoção da mobilidade sustentável, pois incentiva os cidadãos a deixarem os seus veículos particulares em locais estratégicos e continuarem a viagem utilizando transportes públicos. Esta abordagem pode reduzir o tráfego urbano, principalmente em Lisboa, para onde se destinam a maioria das viagens intermunicipais a partir do terminal fluvial do Seixal, diminuir a emissão de poluentes, e melhora a eficiência do sistema de transportes, ao mesmo tempo que oferece uma alternativa conveniente e económica para os condutores.