EMEL requalifica ciclovia ribeirinha em Braço de Prata e no Cais do Sodré

Em Braço de Prata, a ciclovia ribeirinha foi requalificada e ganhou continuidade, melhorando a ligação na zona oriental da cidade. No Cais do Sodré, a EMEL começou uma obra que ficou interrompida a meio. A ciclovia ribeirinha de Lisboa vai ser intervencionada também no Terreiro do Paço e na Doca de Santos.

O novo troço ribeirinho da ciclovia ribeirinha em Braço de Prata (fotografia LPP)

Foi inaugurada, a 17 de Outubro, a requalificação do troço da ciclovia ribeirinha em Braço de Prata. Uma obra que esteve a cargo da EMEL e que solucionou algumas interrupções na ciclovia previamente existente no local e que melhorou a ligação daquele troço à restante rede. No mesmo dia, foram abertas as duas primeiras estações GIRA na freguesia de Marvila: uma delas fica no Parque Ribeirinho Oriente, próximo ao troço de ciclovia requalificado, e a outra na Praça David Leandro da Silva, no Poço do Bispo.

“Há um conjunto de receita que a EMEL recolhe do ordenamento do estacionamento e essa receita é aplicada para projectos que melhorem a mobilidade e a vida na cidade”, destacou Carlos Silva, Presidente da EMEL. “Não faz qualquer sentido alguém que vem de bicicleta para Lisboa tenha de fazer cruzamentos pouco seguros ou inexistentes”, referiu, acrescentando que a ciclovia requalificada “vem permitir 12 quilómetros contínuos entre o Terreiro do Paço e o Trancão, mais os seis quilómetros até Santa Iria da Azóia” pelos recentes passadiços do Percurso Ribeirinho de Loures.

O troço requalificado tem cerca de um quilómetro e abrange as freguesias de Marvila e do Parque das Nações. Por isso, os Presidentes das duas Juntas de Freguesia estiveram presentes na inauguração, ao lado do Presidente da EMEL e do Vice-Presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia. Todos juntos percorreram, de GIRA, a nova pista e estrearam a estação da Praça David Leandro da Silva.

“A quem é que não apetece aproveitar este rio e esta zona ribeirinha de bicicleta”, destacou Anacoreta Correia, referindo que agora o trabalho da Câmara de Lisboa irá concentrar-se em solucionar as outras duas grandes descontinuidades existentes na ciclovia ribeirinha da cidade: a ligação em falta entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, e a descontinuidade nas Docas de Alcântara. “Queremos ter toda a ciclovia ribeirinha concluída até ao final do mandato, para se poder ir de Cascais até Vila Franca de Xira de bicicleta”, referiu o Vice-Presidente, recordando a promessa eleitoral do seu Executivo.

Filipe Anacoreta Correia, Vice-Presidente da Câmara de Lisboa (fotografia LPP)

“É um pequeno troço para o Parque das Nações mas é um grande passo para a rede oriental de ciclovias. Temos finalmente a ligação completa”, apontou o Presidente da Junta de Freguesia do Parque das Nações, Carlos Ardisson (CDS-PP). Já José António Videira (PS), Presidente da Junta de Marvila, destacou que projectos como este são importantes para a imagem de empresas municipais como a EMEL que “nem sempre são bem vistas” e referiu a importância de criar espaços para as novas gerações na cidade, lembrando que essas ‘novas gerações’ já existem e precisam de liberdade para circular.

Aumentar a rede ciclável para 263 km, até 2025, construir novas ligações a escolas e universidades, e apostar na segurança, conforto e funcionalidade da infraestrutura são os principais pontos do Plano de Ação 24-25 da Rede Ciclável, recentemente apresentado. A resolução das duas outras grandes descontinuidades da ciclovia ribeirinha ficarão concluída até final do primeiro trimestre de 2025.

Uma das novas estações GIRA que abriu em Marvila (fotografia LPP)

Cais do Sodré com obra interrompida

Em obra já está a resolução de uma outra dessas descontinuidades. No início de Novembro, a EMEL começou a construção de um novo corredor ciclo-pedonal que ligará o Cais do Sodré à Ribeira das Naus. Este novo troço terá uma extensão de 700 metros e será uma obra muito low-cost, à base de pinturas no pavimento rodoviário e sobretudo em áreas pedonais, criando áreas de partilha.

A obra terá essencialmente duas partes. Uma primeira, já concretizada, no troço rodoviário entre o terminal fluvial e a estação de comboio e metro do Cais do Sodré, que passa a ter marcações 30+bici, permitindo ligar duas partes da ciclovia que passa mesmo à frente do rio Tejo. Uma segunda, ainda em progresso, na área pedonal da praça do Cais do Sodré. Aqui, a ideia é o espaço pedonal passar a ser partilhado com ciclistas, com lajes no pavimento com a pintura do pictograma de bicicleta.

Essas lajes foram já instaladas e os pictogramas pintados, mas estranhamente as pinturas foram removidas e todos os materiais da obra desapareceram do local. A EMEL garantiu ao LPP que a intervenção, que deveria estar concluída a 22 de Novembro, ainda continua e não foi abandonada, mas o que é certo é que as pinturas realizadas no passeio foram sumidas. Por seu lado, a sinalização 30+bici mantém-se.

Colocar peões e ciclistas a partilhar o mesmo espaço numa zona de grande tráfego pedonal, como o Cais do Sodré, não é boa prática e aumenta o risco de conflitos e acidentes. Esta solução não resolve as descontinuidades da ciclovia e, com alternativas disponíveis, mesmo em áreas de partilha com menos tráfego pedonal, não se justifica direcionar bicicletas para passeios tão movimentados.

As duas áreas de intervenção (via EMEL)

Seja como for, a EMEL está a prometer “melhorias na pavimentação, na sinalização vertical e horizontal, e a instalação de novos equipamentos de segurança, promovendo maior conforto e acessibilidade para ciclistas e peões”, e diz que esta obra “visa promover uma frente ribeirinha mais integrada e acessível, facilitando as deslocações e oferecendo melhores condições de mobilidade na cidade de Lisboa”.

Em declarações recentes ao LPP, o Vice-Presidente da Câmara referiu que, além das descontinuidades no Cais do Sodré e em Braço de Prata, é preciso resolver outras duas: a do Terreiro do Paço e também a da Doca de Santos, em Alcântara, que “vai ser uma solução mais desafiante do ponto de vista técnico”, adiantou. “Até ao final do mandato”, ou seja, até Outubro, o autarca está convencido de que será possível resolver essas três descontinuidades, mas o projecto da Ciclovia Ribeirinha não se ficará por aí. “Estamos a trabalhar num redesenho mais estrutural e mais substancial desta ciclovia, e isso fará parte também do âmbito do projecto de ampliação de rede”, referiu Filipe Anacoreta Correia.

Gostaste deste artigo? Foi-te útil de alguma forma?

Considera fazer-nos um donativo pontual.

IBAN: PT50 0010 0000 5341 9550 0011 3

MB Way: 933 140 217 (indicar “LPP”)

Ou clica aqui.

Podes escrever-nos para [email protected].

PUB

Junta-te à Comunidade LPP

A newsletter é o ponto de encontro de quase 3 mil pessoas.