Na freguesia de Arroios, em Lisboa, as árvores substituem os carros mal estacionados.

A Junta de Freguesia de Arroios tem vindo a preencher alguns espaços públicos vazios com pequenas árvores em vasos. Chama-lhe “árvores itinerantes” e diz que “ajudam a tornar o espaço urbano mais verde e agradável, ao mesmo tempo que contribuem para a absorção de gases poluentes”. Mas, outro grande objectivo destas árvores “pop-up” é também de “impedir o estacionamento abusivo”.
Ao todo, são 52 árvores, como oliveiras, romãzeiras e árvores de fruto. Itineram em vasos produzidos a partir de resíduos plásticos não recicláveis. Vários locais da freguesia de Arroios passaram a contar com estas pequenas árvores.
Encontramos três delas, por exemplo, numa área descoberta e desinteressante junto ao Largo do Leão, mais concretamente no encabeçamento entre as ruas Ponta Delgada e Carlos José Barreiros. Nesse local, existe um comprido triângulo de pavimento pedonal, sem bancos ou qualquer outro mobiliário urbano, nem tão pouco um canteiro verde e permeável. Não havendo pilaretes, o espaço era constantemente ocupado por carros, apesar de ser tratar de uma zona pedonal.







Com a colocação de três vasos nesse local, a Junta de Arroios acabou por dissuadir o estacionamento abusivo que frequentemente se verificava ali e, ao mesmo tempo, de melhorar um espaço outrora inóspito. Se é certo que situações de estacionamento em cima do passeio continuam a acontecer naquele local, principalmente no período nocturno, os vasos terão ajudado a diminuir esse mau comportamento.
Este encabeçamento é apenas um exemplo. Próximo daquele local, encontramos outros vasos com o mesmo propósito de preencher o espaço público e salvaguardar áreas pedonais. Note-se que 52 árvores é pouco para uma freguesia com 2,13 km², fustigada por ilhas de calor, e muito mais poderia ser feito para aperfeiçoar vazios urbanos e bloquear o estacionamento de carros em zonas que, ou são pedonais, ou bloqueiam a visibilidade de peões perante outros condutores, ou são curvas, encabeçamentos ou outras áreas em que esse estacionamento não per permitido.

Ainda assim, esta iniciativa acaba por ser um bom exemplo e uma boa ideia que poderia ser replicada noutras partes da cidade e também noutras freguesias e municípios.