No dia 30 de Setembro, as plataformas cĆvicas Casa para Viver e Their Time to Pay convergiram numa manifestação pela habitação e pela justiƧa climĆ”tica, e contra a precariedade e o aumento do custo de vida. Em Lisboa, milhares de pessoas desceram a Almirante Reis. Noutras duas dezenas de cidades, tambĆ©m existiram protestos.
O principal pretexto para se sair Ć rua neste sĆ”bado Ć tarde e percorrer a Avenida Almirante Reis de uma ponta Ć outra foi a habitação. Mas na agenda da segunda manifestação promovida pela plataforma cĆvica Casa Para Viver juntou outros temas, como as alteraƧƵes climĆ”ticas, Ć boleia de uma ligação com o movimento global Their Time To Pay.
Ao longo de trĆŖs horas, os manifestantes nĆ£o se limitaram a pedir casas para morar, mas essencialmente um paĆs para viver ā com habitação acessĆvel, sim, mas tambĆ©m com uma resposta adequada aos desafios climĆ”ticos e sobretudo com qualidade de vida e bem estar. Na manifestação, tambĆ©m foi tema a especulação imobiliĆ”ria e de como esta tem empurrado para fora de praƧas como a do Intendente projectos sociais e cultural.
A manifestação deste sĆ”bado acabou por ser um grande grito geracional, apesar de juntar vĆ”rias geraƧƵes diferentes ā e pessoas tĆ£o diferentes tambĆ©m. Os professores marcaram presenƧa, nĆ£o fosse a habitação ser tambĆ©m uma problemĆ”tica desta profissĆ£o. Tal como os partidos mais alinhados Ć esquerda: BE, Livre, PCP e Volt.
Repetiram-se muitas frases como “senhorio nĆ£o Ć© profissĆ£o” ou “casa Ć© para morar, nĆ£o Ć© para especular” ā mensagens que foram acompanhando conversas, encontros, discussƵes, umas mais profundas que outras. Houve uma montra partida numa imobiliĆ”ria e uma provocação do Chega no inĆcio do encontro ā momentos que servem apenas para nos distrair da importĆ¢ncia da habitação enquanto direito constitucional e de futuro construĆdo colectiva e consensualmente. E caberĆ” agora ao Governo agir.