Um ano após o lançamento, o serviço de bicicletas partilhadas de Oeiras continua com poucas estações e poucas bicicletas disponíveis, e alguns erros na aplicação. Mas a Parques Tejo, a empresa municipal de mobilidade de Oeiras, está comprometida com a melhoria progressiva do serviço para aumentar a utilização das bicicletas no concelho.
Um ano depois, o serviço de bicicletas partilhadas de Oeiras está ainda a “mover” pouco. São ainda poucas as estações e ainda menos as bicicletas disponíveis. E a aplicação móvel tem vários erros, dificultando a confiança no serviço pelos utilizadores. A Parques Tejo, a empresa municipal de mobilidade de Oeiras, que aumentar a utilização da bicicleta no concelho. “A rede municipal de bikesharing é um projecto que será alargado de forma progressiva, tanto no que se refere ao número de estações como de bicicletas disponíveis”, diz a empresa em resposta ao LPP.
Right now, existem 11 estações e uma dezena de bicicletas Oeiras Move, distribuídas por três eixos: entre Algés e Miraflores; na Ciclovia Empresarial, em Paço de Arcos; e na Ciclovia da Medrosa, entre a estação ferroviária de Oeiras e a Praia da Torre/NOVA SBE. É frequente haver estações vazias ou só com uma bicicleta, dificultando um uso diário e permanente do serviço. Ao contrário do que acontece com a GIRA, em Lisboa.
Sem se comprometer com datas para a expansão do serviço, a Parques Tejo diz que a rede de bicicletas partilhadas de Oeiras ainda se encontra “num estado embrionário”but that “ao longo dos próximos anos”, será ampliada, “de modo a responder a um número crescente de necessidades dos munícipes, trabalhadores e visitantes de Oeiras”. Neste momento, a utilização das bicicletas alaranjadas é gratuita, bastando descarregar a aplicação da Oeiras Move, disponível para iOS e Android. Segundo a empresa, a aplicação tem cerca de 7,7 mil utilizadores registados, “um número que tem vindo a crescer de forma contínua desde o lançamento, em finais de Setembro de 2023”.
Parques Tejo optimista com o arranque
A maioria dos utilizadores da app Oeiras Move utilizará as funcionalidades de pagamento de estacionamento, até porque a aplicação tem sido promovida com a promessa de 120 minutos de estacionamento gratuito por dia. A utilização das bicicletas partilhadas é também ela gratuita e está acessível a todos os utilizadores, uma vez que a Oeiras Move é um serviço que pretende agregar estacionamento automóvel, bicicletas partilhadas, transportes públicos e táxis/TVDEs.
No último trimestre, entre Abril e Junho de 2024, registaram-se mais de 650 viagens nas bicicletas da Oeiras Move, “o que corresponde a um valor que é aproximadamente o triplo do verificado no trimestre anterior”, avança a Parques Tejo, acrescentando que “os dados mais recentes apontam para uma média superior a 200 utilizações por mês”. A empresa indica que a distância média das viagens ronda os 9 km, “motivado pelo facto de as características dos equipamentos estarem melhor adaptados a deslocações mais longas, como também pelo facto de as mesmas serem, de momento, gratuitas”.
“Também a duração das viagens é longa – numa média que ronda os 25 minutos – que se deve tanto aos aspectos anteriores como ao facto de ser possível aos utilizadores realizem paragens ao longo do percurso, nomeadamente para frequentar os espaços de comércio e lazer do concelho”, indica a Parques Tejo. No final do dia, o balanço é “positivo” para a empresa da Câmara de Oeiras, que argumenta que “os utilizadores têm aderido a este serviço de mobilidade, sendo que o acréscimo de viagens que denotámos se justifica sobretudo pela criação de novos hábitos junto dos munícipes no que respeita à utilização das nossas bicicletas partilhadas com doca”.
Instabilidades na aplicação vão ser corrigidas
Quem já experimentou as bicicletas da Oeiras Move já se terá deparado com alguns problemas na app, nomeadamente dificuldades no término de viagens, em que o sistema não reconhece a bicicleta na estação. A Parques Tejo está atenta ao problema e diz estar a “trabalhar regularmente com os restantes parceiros envolvidos na operação de bikesharing” para o resolver. Por agora, as dificuldades verificadas no término das viagens têm sido “analisadas caso a caso, sendo que parte delas se devem a pequenas falhas na ligação entre a bicicleta e a doca, facilmente corrigíveis”. “Ao longo do tempo, já nos foi possível resolver grande parte dos bugs e falhas detetados, sendo que contamos que, em breve, as dificuldades que hoje ainda se manifestam de forma ocasional deixem de se verificar”says.
As bicicletas da Oeiras Move são robustas e eléctricas (sendo que nem sempre o motor eléctrico está a funcionar correctamente). A assistência eléctrica permite pedalar confortavelmente até 25 km/h, respeitando os limites regulatórios da União Europeia. Há um cesto frontal onde se pode transportar uma mochila ou algum outro objecto, e um cadeado que permite estacionar a bicicleta de forma segura para uma paragem curta, por exemplo, para ir a uma loja. O bloqueio e desbloqueio do cadeado é feito através da aplicação e é uma funcionalidade muito útil que a GIRA, em Lisboa, não tem. A utilização das bicicletas públicas de Oeiras é gratuita, pelo menos para já, mas sujeito a uma caução de 10 euros no início de cada viagem, devolvida no final. Esta transação pode ser feita de forma muito prática, sem sair da app da Oeiras Move, com a associação de uma conta MB Way.
A Parques Tejo não se compromete com o prolongamento da gratuitidade do serviço e “existe a possibilidade de o mesmo vir a ser pago – o próprio Regulamento da Rede de Micromobilidade Partilhada do Município de Oeiras introduz essa possibilidade”. Por agora, não há “quaisquer prazos para o término das viagens gratuitas, nem uma tabela de preços definida”, mas qualquer decisão neste campo será tomada para “garantir sempre que a utilização da rede municipal de bikesharing se constitui como uma solução de mobilidade que é benéfica para os seus utilizadores”.
As bicicletas partilhadas de Oeiras estão numa fase inicial, de teste, mas integram a estratégia do Município para aumentar a quota modal da mobilidade activa (ciclável e pedonal) dos actuais 20% para 25% em cinco anos. Para este objectivo, contam não só as bicicletas públicas do Oeiras Move, mas também os serviços privados de empresas como a Bird e a Lime, que têm estações virtuais e que estão presentes já um pouco por todo o concelho. O alargamento destes serviços “irá acompanhar os projetos ao nível da expansão da rede de vias cicláveis, na qual se integram vários projetos já em curso, como a Ciclovia da Rua da Fonte, entre Vila Fria e Leceia; ou a expansão da Ciclovia Empresarial até ao Taguspark, que se encontra a ser estudada e planeada pela Parques Tejo”.