Apresentadas as novas carruagens do Metro de Lisboa

Os bancos estão dispostos longitudinalmente, deixando mais espaço para circulação, e no interior optou-se pelo branco em vez do azul. Pela primeira vez em duas décadas, o Metro de Lisboa terá novas carruagens. As ML20 entrarão em serviço no início de 2025.

As novas carruagens que vão começar a circular no início do ano que vem (fotografia LPP)

No primeiro trimestre de 2025, o Metro de Lisboa vai ter novas carruagens a circular. Serão 14 unidades triplas, que permitirão formar sete novos comboios de seis carruagens. A primeira dessas unidades chegou no passado mês de Agosto, e foi apresentada na Semana Europeia da Mobilidade à comunicação social e ao Ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz.

Estas novas carruagens, desenvolvidas pela Siemens e Stadler, para o Metro de Lisboa, prometem melhorar a experiência de viagem dos passageiros. Com janelas mais amplas, mais espaço para facilitar entradas e saídas, e uma disposição longitudinal dos lugares sentados, está prometido mais conforto para o passageiros. Cada unidade tripla dispõe de 90 lugares sentados, dos quais 30 serão prioritários, para grávidas ou pessoas mais velhas, e de espaço para fixar duas cadeiras de rodas. Esses espaços, se estiverem livres, poderão ser utilizados para o transporte de bicicletas e de bagagens volumosas. Além disso, a mobilidade para pessoas com mobilidade condicionada será mais fácil, já que as entradas e saídas vão estar alinhadas com a altura das plataformas da estações.

Cada unidade tripla pesa 30 toneladas e tem de dimensões 16 metros de comprimento, 2,80 metros de largura e 3,50 metros de altura. Ao longo das carruagens, há painéis digitais com indicação em tempo real das próximas paragens, bem como iluminação quer no tecto como debaixo do banco para dar um aspecto de maior limpeza a toda a composição, algo que é reforçado pela cor branca do interior.

As novas carruagens vêm também beneficiar as condições de operação dos maquinistas. A posição central de condução do novo material circulante permite uma melhor visibilidade, mais conforto e uma melhor ergonomia de condução. A videovigilância interior e exterior do comboio torna possível um melhor controlo de entradas e saídas nas portas bem como uma melhor vigilância de passageiros, incluindo deteção automática de passageiros e objetos abandonados. Por fim, a supervisão técnica do veículo permite um melhor controlo e supervisão técnica do estado das carruagens.

Metro está a comprar ainda mais carruagens

As 14 novas unidades triplas vão integrar a série ML20; esta renovação de frota é a primeira em duas décadas e representa um marco importante na modernização do serviço. A transportadora não se vai ficar por aqui: a transportadora está a comprar mais 24 unidades triplas, que irão integrar a série ML24, e que vão permitir formar 12 novos comboios de seis carruagens. Assim, se tudo correr como previsto, o Metro passará a contar com 19 novos comboios de seis carruagens com a aquisição das séries ML20 e ML24, que serão essenciais para aumentar frequências na Linha Circular mas também para expandir a Linha Vermelha de São Sebastião a Alcântara. O concurso de aquisição de 24 unidades triplas tem opção de aquisição de mais 12 unidades triplas.

As novas carruagens são brancas mas têm bancos coloridos (fotografia LPP)

A entrada ao serviço das novas carruagens ML20 está previsto para Janeiro de 2025, sendo que a 14ª unidade tripla desta série deverá chegar até ao final de Março. As novas carruagens já vêm prontas para o novo sistema de sinalização CBTC (Communications-Based Train Control) que está a ser instalado nas actuais linhas Verde, Amarela e Azul (já existe na Linha Vermelha), e que vai permitir saber com mais precisão a localização dos comboios em tempo real e encurtar distâncias entre cada circulação.

Maria Helena Campos, Presidente do Metro de Lisboa, disse que a empresa está a “virar mais uma página e a abrir um caminho para o futuro com as ML20”, destacando os restantes investimentos que estão a ser feitos pela empresa: a expansão da Linha Vermelha (cujos trabalhos de sondagem arqueológicas e ambientais estão a ser decorrer desde Julho, permitindo avançar depois com as obras); a Linha Violeta, que ligará Loures e Odivelas à rede com uma solução à superfície; e ainda, na Margem Sul, com a expansão do MTS à Costa da Caparica. Miguel Pinto Luz pediu “desculpas e compreensão” aos passageiros porque este esforço de modernização ainda vai demorar e trará, como tem trazido, alguns incómodos mas que vai permitir oferecer um melhor serviço no Metro de Lisboa assim que estiver concluído. O Ministro agradeceu aos “homens e mulheres” do Metro que trabalharam em conjunto com a Siemens e a Stadler no processo de desenho e construção das novas carruagens.

Linha Verde circular abre em 2025

Esquema da nova Linha Verde circular (fotografia LPP)

Prevista inaugurar no segundo semestre de 2025, a Linha Verde circular vai ligar a estação Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais duas quilómetros de rede e duas novas estações – Estrela e Santos, unindo as linhas Amarela e Verde num novo anel circular no centro de Lisboa. Além da construção de duas novas estações será remodelada a estação existente no Cais do Sodré. O investimento na construção desta linha é de 331 milhões de euros.

Com a Linha Circular estima-se que cerca de 3 380 pessoas/dia deixem de utilizar o transporte individual permitindo, logo no primeiro ano de exploração, a redução de emissão de 4 150 toneladas de CO2. A operação da Linha Circular irá coincidir com o prolongamento da Linha Amarela até ao centro da cidade durante as horas de ponta, conforme ficou prometido.

A apresentação das novas carruagens do Metro de Lisboa decorreu na sede da empresa na Pontinha, onde está um dos parques de material e operações; e contou com o Presidente da Câmara de Odivelas, Hugo Martins, representantes da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), e responsáveis de várias empresas de transporte, como a Barraqueiro, a Metro Sul do Tejo, a Rodoviária de Lisboa e a Carris. Ausente esteve o Presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, bem como o Vereador da Mobilidade da capital, Filipe Anacoreta Correia.

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