O metro vai chegar à Costa da Caparica e à Trafaria, através de um prolongamento da Linha 3 de cerca de sete quilómetros. Vão nascer 10 novas estações. O projecto só deverá estar pronto lá para 2029; por agora, inicia-se um processo de participação pública.

O Metro Sul do Tejo vai chegar à Costa da Caparica e à Trafaria. Só no início de 2029 é que a essa extensão da actual Linha 3 do MTS será uma realidade. Até lá, é tempo de estudar e projectar. Terminados os primeiros estudos e estabilizado o traçado base do prolongamento, inicia-se agora uma primeira fase de participação pública.
Esta primeira fase de envolvimento activo da comunidade tem como objectivo dar a conhecer a proposta de extensão do MST e está estruturada em três fases distintas. Inicia-se com uma apresentação geral do projecto, seguindo-se duas sessões de participação pública e diálogo – uma na Costa da Caparica e outra na Trafaria –, para recolher questões e dúvidas levantadas pelas populações. Por fim, numa terceira fase, são apresentados os resultados e definida uma agenda para o futuro.
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCT), pela sua experiência na organização de sessões de participação pública foi a entidade convidada a organizar, mediar e produzir um relatório independente sobre os contributos dos cidadãos.
O que já está feito?
O prolongamento do sistema de metro ligeiro de superfície da margem sul do Tejo, o MTS, à Costa da Caparica e à Trafaria, a partir do campus da NOVA FCT, foi considerado como um projecto prioritário. Em cima da mesa está uma extensão da actual Linha 3 do MTS, que vai ganhar mais 7,16 km e 10 estações:
- Pêra
- Várzea de Pêra (com ligação ao Funchalinho)
- Centro da Costa da Caparica
- Parque Urbano da Costa da Caparica
- Saint Anthony
- São João
- São Pedro
- Madame Faber/Matas Nacionais
- Bombeiros Voluntários da Trafaria
- Estação Fluvial da Trafaria

O percurso ligará o Campus da NOVA FCT à Estação Fluvial da Trafaria em apenas 19 minutos e incluirá duas novas interfaces de transportes, que combinarão o metro com autocarros e bicicletas: uma no centro da Costa da Caparica e outra junto à Estação Fluvial da Trafaria. Além disso, o projecto prevê a requalificação de espaços públicos ao longo do canalas well as the criação de um percurso dedicado à mobilidade activa (pedonal e ciclável), articulado com as ligações previstas ao nível da rede ciclável do concelho.
Na Costa da Caparica, propõe-se uma nova interface com a deslocação do terminal de autocarros actualmente instalado junto da Torre das Argolas, devolvendo-se esse espaço público à cidade. Na nova interface, a proposta passa por integrar o metro ligeiro com a Carris Metropolitana, com um novo serviço de Transpraia, e com os táxis e TVDEs, bem como a criação de um novo parque de estacionamento dissuasor e a inclusão de uma área para parqueamento de bicicleta. Esta interface será desenvolvida em harmonia com os estudos em curso, pela Câmara de Almada, de entrada na Costa da Caparica e do loteamento municipal, que inclui o novo Centro de Saúde da Costa da Caparica e a intervenção prevista para a Rua do Juncal. Por se lado, a ligação do MTS à Trafaria permitirá ainda aproximar o concelho de Almada da cidade de Lisboa, melhorando, desta forma, a mobilidade ao nível da área metropolitana.

O traçado inicial do prolongamento da Linha 3 previa uma extensão de apenas 6,70 km e apenas oito novas estações. Mas evolução desse trabalho, para o traçado de referência que está agora em cima da mesa, resultou numa proposta com mais duas estações. Em análise está também um traçado alternativo: uma proposta de prolongamento da linha até um local mais próximo do Terminal Fluvial da Trafaria, o que permitirá uma ligação directa entre o metro ligeiro de superfície e o transporte fluvial que liga a Belém.
Qual o calendário?
O prolongamento do MTS é um projecto para ficar concretizado só no início de 2029. Até lá, há um processo ainda demorado, que começa com um antecipado debate público, entre Fevereiro e Março deste ano.
Toma nota do calendário:
- entre Fevereiro e Março deste ano, está previsto um primeiro processo de participação pública, com três etapas e a apresentação do traçado de referência e das alternativas em estudo, permitindo o esclarecimento de dúvidas, bem como a recolha de opiniões, sugestões e outros contributos de todo o público interessado neste projecto;
- até ao final de 2026, deverão estar prontos todos os estudos preliminares até à fase de estudo prévio, conforme definido na portaria do Governo;
- só posteriormente será possível haver uma tomada de decisão sobre o modelo a tomar ao nível da contratação da extensão da rede do Metro do Sul do Tejo à Costa da Caparica e à Trafaria, bem como ter uma data mais aproximada referente ao início da exploração desta nova infraestrutura de transportes;
- haverá ainda uma fase de Avaliação Impacte Ambiental (AIA), em que será feita uma nova fase de consulta pública e que decorrerá por um período de 30 dias úteis. Esta fase será promovida, como habitual, pela Agência Portuguesa do Ambiente;
- Estima-se que o prolongamento da Linha 3 possa entrar em funcionamento até ao final de 2029. Até lá será preciso concluir o projecto, assegurar financiamento por via de fundos comunitários, lançar o concurso público, e executar a obra.
Que entidades estão envolvidas?
São três entidades as que estão a trabalhar neste prolongamento do MTS, segundo o protocolo de colaboração assinado em Julho de 2024:
- o Lisbon Metro, a quem cabe a gestão do projeto, estabelecendo e assegurando a colaboração como as demais entidades, bem como desenvolver e/ou promover: o relatório de diagnóstico, a avaliação da viabilidade técnica-económica do traçado de referência, os trabalhos de cartografia, topografia, bem como a campanha geotécnica e geoambiental, os estudos de projecção de procura, e a análise custo-benefício global, entre outros;
- a Câmara Municipal de Almada estabelece as condições de inserção urbana da solução a projectar, no território sob sua tutela administrativa, particularmente de harmonização com as áreas urbanas envolvidas;
- a Lisbon Metropolitan Transports (TML) assegura, em articulação com o Metro de Lisboa, os estudos sobre tráfego, e a procura e harmonização das diferentes opções de transporte público.
Para dar cumprimento aos objectivos deste protocolo e desenvolver esta expansão, foi acordado constituir um grupo de trabalho entre as três entidades, que garanta o acompanhamento permanente do desenvolvimento do projecto e que, desde Agosto de 2024, tem estado a trabalhar.
Como participar?

O envolvimento activo da comunidade tem como objetivo dar a conhecer a proposta de extensão do MST e está estruturada em três fases distintas:
- Conferência de apresentação: 10 de Fevereiro, 18 horas, no auditório da Uninova, na NOVA FCT. Neste momento será feita a apresentação técnica do projecto, detalhando o traçado proposto e as suas especificidades técnicas;
- Sessões de participação pública: serão encontros com vista à recolha de contributos das comunidades locais. Será feita uma sessão na Costa da Caparica e outra na Trafaria:
- 20 de Fevereiro, às 18h30 no Casino da Trafaria;
- 21 de Fevereiro, às 18h30 no INATEL da Costa da Caparica.
- Conferência de encerramento: 6 de Março, às 18h30, novamente no auditório do Uninova, na NOVA FCT. Será feita uma apresentação de resultados, com o encerramento do processo com a divulgação pública das conclusões e planeamento das fases seguintes do projecto.
Todas as sessões são de acesso livre, sem inscrição.
Para além das sessões de participação pública, a população pode dar o seu contributo online através do preenchimento de um formulário online, disponível aqui.
“A extensão do MTS é mais do que um investimento em transporte, é um compromisso com a sustentabilidade e com a melhoria da qualidade de vida das populações. Este é apenas o início de um processo de participação pública e diálogo contínuo, garantindo que as soluções adoptadas são as melhores para todos”, pode ler-se numa nota de imprensa. “Será um passo significativo na melhoria da mobilidade, oferecendo uma alternativa rápida, eficiente e ecológica aos habitantes e visitantes destas zonas costeiras e ribeirinhas, que potenciará a redução da dependência do transporte individual, respondendo ao compromisso de Portugal atingir a neutralidade carbónica em 2050”, indica-se ainda.