Um deles fica no Poço do Bispo, outro nos Olivais e há um também junto ao Castelo de São Jorge. Fica a conhecer os três últimos urinóis públicos de Lisboa.

Sabias que em Lisboa ainda subsistem três urinóis públicos? São infraestruturas do passado da cidade que, por um motivo ou outro, resistiram ao tempo e testemunham a história e evolução do mobiliário urbano. Numa altura em que os sanitários públicos escasseavam e a necessidade de criar soluções para os transeuntes era urgente, estas estruturas foram uma resposta inovadora. Hoje, são raridades, numa cidade onde também os sanitários públicos gratuitos têm desaparecido.
No século XIX, com a expansão e ordenamento das cidades, surgiu a necessidade de criar novos equipamentos urbanos que garantissem condições mínimas de higiene pública. Inspirados em modelos franceses e ingleses, os urinóis públicos começaram a surgir em Lisboa como uma forma de evitar que os cantos de edifícios ou vielas fossem usados de forma indevida.
Com o tempo, os urinóis foram caindo em desuso devido à evolução das infraestruturas sanitárias e a uma maior exigência em termos de privacidade e conforto. Os sanitários públicos são hoje disponibilizados por juntas de freguesia – e são, na maioria, pagos –, assim como através da concessão publicitária da JCDecaux. Os cafés e os quiosques têm um papel importante no serviço de WCs à população, particularmente em praças e jardins.
Voltando aos urinóis… Ainda restam três exemplares que resistiram e continuam a resistir ao tempo e à modernização da cidade. Fica a conhecer as suas localizações.
1. Urinol da Rua do Chão da Feira (Castelo de São Jorge)
Localizado à entrada do Castelo de São Jorge, este é talvez o mais conhecido dos três. Destaca-se por uma estrutura simples, mas icónica, e por uma placa recortada com a figura de um menino a urinar, reminiscente do famoso Manneken Pis de Bruxelas. Este detalhe confere-lhe um caráter curioso, tornando-o um ponto de interesse para turistas e lisboetas atentos à história urbana.
2. Urinol do Poço do Bispo
Situado na zona oriental de Lisboa, no Poço do Bispo, este urinol é menos conhecido, mas é um exemplo notável do mobiliário urbano de épocas passadas. Possui uma estrutura metálica com uma cobertura distinta e encontra-se numa área que, outrora industrial, está agora a ser requalificada, tornando este pequeno equipamento um vestígio curioso da Lisboa operária do passado.
3. Urinol da Praça Viscondessa dos Olivais
Escondido na Praça Viscondessa dos Olivais, este é o menos visível dos três e encontra-se em pior estado de conservação. No entanto, está localizado numa praça que parece ter ficado parada no tempo – apesar de estar a poucos metros da Gare do Oriente – e que já teve projecto de requalificação urbana, que nunca avançou. O urinul continua a ser um testemunho de uma era em que estes equipamentos eram indispensáveis para a salubridade urbana.
Podes ver a localização destes três urinóis no mapa digital e comunitário que estamos a construir, em parceria com os nossos leitores e o colectivo Infraestrutura Pública. Podes ajudar-nos a completar este mapa com o envio da localização de sanitários e respectivos horários para através do Discord do LPP ou do endereço de e-mail [email protected].