A Câmara de Lisboa tem um plano de “medidas mitigadoras” para aplicar no Eixo da Almirante Reis já no próximo ano. Zonas de espera para ciclistas, novos lugares para estacionar bicicletas, revisão dos perímetros das esplanadas e alargamento de passeios para impedir o estacionamento abusivo são algumas das propostas de “curto prazo” a implementar.
“Como está, não fica!” Os cartazes-teaser espalhados ao longo da Almirante Reis não deixam margens para dúvidas: a Câmara Municipal de Lisboa (CML) quer voltar a falar desta avenida e tem na gaveta a apresentação da prometida requalificação de fundo do eixo que liga o Areeiro ao Martim Moniz. Pero.., numa primeira fase, o foco da autarquia é em melhorias de curto prazo, em particular na controversa ciclovia. Chama-lhe de “medidas mitigadoras” e o objectivo é aplicá-las já em 2025.
Criar áreas de espera para ciclistas nos cruzamentos, aumentar o número de estacionamentos para bicicletas, criar pistas cicláveis em contra-sentido para ligar as estações GIRA à avenida, reforçar os lugares de cargas/descargas e de tomada/largada de passageiros, aumentar passeios em zonas onde existe estacionamento abusivo, criar cruzamentos mais seguros na avenida e envolvente, melhorar as frentes escolares, rever os perímetros das esplanadas e eliminar os obstáculos nos passeios são apenas algumas das muitas medidas que a Câmara pretende aplicar no próximo ano.
Vão ser ainda introduzidos 32 novos bancos com encosto, 20 floreiras e uma centena de papeleiras com maior capacidade, além do reforço e substituição de vidrões. Serão ainda reparados os abatimentos e anomalias existentes na calçada, e desenvolvidas acções de sensibilização pelo andar a pé pela Almirante Reis. O Selo Municipal de Acessibilidade, que começou a ser distribuído na Avenida da Liberdade, vai ser promovido no eixo Arreiro-Martim Moniz, para destacar os estabelecimentos comerciais que asseguram o acesso a qualquer pessoa, independentemente das sua condição motora.
Ao nível da mobilidade ciclável, estão previstos “canais para velocípedes em contra-sentido na Rua Marques da Silva e na Rua Francisco Foreiro” a “garantir ligações directas e seguras” entre as estações GIRA existentes nessas duas ruas e a ciclovia da Almirante Reis. Estão ainda prometidas “25 operações de urbanismo táctico” con “pintura do betuminoso existente com tinta branca”, sobretudo em “zonas onde o espaço dedicado ao veículo automóvel se apresenta com largura excessiva”, pode ler-se em documentos da CML, a que o LPP teve acesso.
As “medidas mitigadoras” têm um custo estimado de 203,4 mil euros e são uma primeira implementação do designado Projecto Integrado de Requalificação do Eixo da Almirante Reis. Em cima da mesa, está uma requalificação de fundo de todo o eixo da Almirante Reis – não só da avenida mas também de parte da sua envolvente –, uma requalificação que se ligará com a proposta já conhecida para o Martim Moniz. Neste momento, a autarquia apenas tem um estudo prévio feito, faltando ainda o desenvolvimento do projecto de execução – só depois poderá ser lançado o concurso público e concretizada a obra no terreno. No entanto, as “medidas mitigadoras” estão previstas já para 2025.
“A par da elaboração do Projecto Integrado de Requalificação do Eixo da Almirante Reis, a CML pretende implementar uma série de medidas mitigadoras que melhorem, a curto prazo, o espaço publico do eixo da Almirante Reis, nos domínios da mobilidade, da acessibilidade pedonal, do ambiente e da segurança”, é referido no relatório, que vem acompanhado de uma apresentação e que podes consultar aqui em baixo. A elaboração deste plano de medidas de curto prazo contou com a participação de um grupo de trabalho constituído por diferentes serviços municipais e que incluiu as direcções municipais de Urbanismo, Mobilidade e Ambiente, bem como a Unidade de Coordenação Territorial, entre outros.
E o futuro?
As “medidas mitigadoras” de “curto prazo” antecipam a grande proposta de requalificação de fundo do Eixo da Almirante Reis que a Câmara de Lisboa apresentou, nesta terça-feira, dia 26 de Novembro, à comunicação social. Podes saber mais sobre esta requalificação de fundo aqui.
