A ciclovia da Rua Cidade de Bissau, nos Olivais, uma das primeiras ciclovias pop-up a surgir em Lisboa mas pressões da Junta de Freguesia e a contestação pública de moradores terão forçado à sua remoção. Agora a ciclovia está de novo no local, mas com uma nova tipologia. Os trabalhos ainda decorrem.
Em Maio, a Câmara Municipal de Lisboa annoncée a conclusão de uma ciclovia unidireccional (duas vias, uma em cada sentido) na Rua Cidade de Bissau. Era a primeira nos Olivais, tendo sido concluída sem ligação a uma rede. Aplaudida pelos utilizadores de bicicleta da freguesia, que prontamente organizaram um passeio para passar uma mensagem clara de agradecimento, a ciclovia foi, no entanto, contestada nas redes sociais em grupos de moradores dos Olivais. Algumas pessoas mostraram-se preocupados com a fluidez do tráfego automóvel naquela artéria (que tinha deixado de ter duas vias de trânsito em cada sentido para ter só uma) e apontavam não utilização da recente infra-estrutura ciclável.
Certo é que apesar de estar concluída aquela ciclovia, a mesma não estava integrada ainda numa rede que permitisse a sua utilização. Concluída essa rede, da Cidade de Bissau chegar-se-ia à Rua Cidade de Luanda, à Avenida de Pádua e, portanto, ao Parque das Nações e ao rio Tejo; do lado oposto, seria uma forma de chegar de bicicleta a Chelas ou, pela futura pop-up na Avenida Marechal Gomes da Costa, às freguesias de Alvalade ou Areeiro.
Em Junho, a Junta de Freguesia dos Olivais escrevia que “a nova ciclovia da Rua Cidade de Bissau é uma ciclovia pop-up, isto é, de implementação rápida e edificada de uma forma que, com facilidade, pode ser corrigida, adaptada ou mesmo retirada”. “Neste momento, a Câmara Municipal de Lisboa e a Junta de Freguesia estão a monitorizar diariamente a sua utilização e a medir os impactos causados no trânsito rodoviário naquele local”, acrescentava.
Em Julho, apenas dois meses depois de criada, a ciclovia pop-up da Cidade de Bissau era desmanchada para ser criada uma nova solução na zona: em vez da tipologia unidireccional, optar-se-ia por uma forma bidireccional. A obra está a ser concluída e no sentido onde a ciclovia foi colocada os automóveis perderam uma via de trânsito; no sentido oposto mantiveram as duas vias. A alteração está a obrigar a alterar um triângulo de passeio no cruzamento com da Avenida Cidade de Bissau com a Avenida Cidade de Luanda, de forma a fazer a ligação à unidireccional aí existente.
A Câmara diz que esta solução vai “facilitar a ligação à pista bidireccional da Av. Marechal Gomes da Costa, prevista para Setembro” e realça que continua “empenhada em acelerar o plano de criação da rede de ciclovias, como resposta à pandemia Covid-19, criando, de forma expedita, uma rede ciclável estruturante, que cubra eixos centrais de circulação e ligue os principais pólos de trabalho, estudo e residenciais”. Concluída a nova ciclovia, a Rua Cidade de Bissau ficará com 52% de quota dedicada ao automóvel, 32% ao peão e apenas 16% às bicicletas, segundo a autarquia.
En attendant, na rotunda do Jardim Eduardo Prado Coelho, onde existe já existe uma ciclovia está a ser feito o seu prolongamento pela Rua Contra-Almirante Armando Ferraz até à rotunda da Praça Baden Powel, onde esta artéria se cruza com a Avenida de Berlim e a Avenida Cidade de Luanda, ambas já cicláveis. A rotunda será também transformada para permitir a circulação de ciclistas entre as diferentes ruas e avenidas.