Quadruplicação da Linha de Cintura permitirá aumentar a oferta ferroviária entre Lisboa e Sintra. Estão previstas novas estações em Olaias/Chelas, Braço de Prata e Marvila, e o alargamento da Gare do Oriente. Investimento prepara ainda Lisboa para a futura alta velocidade em direcção ao Porto.

Foi dado um primeiro passo para se aumentar a capacidade da ferrovia na capital. A Infraestruturas de Portugal lançou um concurso público internacional com vista ao aumento da capacidade da linha ferroviária a partir de Roma/Areeiro e até Sacavém, com novas estações em Chelas/Olaias, Braço de Prata e Marvila e a expansão da Gare do Oriente.
O concurso agora lançado, e publicado no passado dia 4 de Outubro em Diário da República, pretende encontrar quem desenvolva o projecto e o estudo de impacto ambiental relacionados com este conjunto de intervenções, numa extensão total de cerca de 15,5 quilómetros, divididos em duas secções: o troço entre Roma/Areeiro e Braço de Prata, que integra a chamada Linha de Cintura (a linha que circunda Lisboa, ligando Alcântara-Terra ao Oriente); e o troço entre o Braço de Prata e Sacavém, que já faz parte da Linha do Norte.
De acordo com a Infraestruturas de Portugal, este investimento está inscrito no Plan national d'investissement (PNI2030) e “pretende aumentar a capacidade operacional do sistema ferroviário, melhorando as condições de mobilidade, permitindo assegurar mais rapidez e maior número de comboios ao dispor dos milhares de passageiros que utilizam o transporte ferroviário nas suas deslocações diárias dentro da Área Metropolitana de Lisboa”.
Em concreto, está em causa:
- a quadruplicação da Taille, entre as estações de Roma/Areeiro e de Braço de Prata, permitindo aumentar a capacidade não só dessa linha mas também das ligações ferroviárias a Sintra, isto é, colocar mais comboios a circular entre Lisboa e Sintra (a Linha de Sintra liga com a Linha de Cintura na estação de Campolide);
- a la modernisation de la ligne du Nord entre les gares de Braço de Prata et de Sacavém;
- a reformulação da estação do Oriente com inserção de mais três vias (actualmente, a Gare do Oriente conta com oito vias, pelo que passaria a ter 11);
- a construção de novas estações em Olaias/Chelas, em Braço de Prata e em Marvila (novo apeadeiro), adequadas aos novos serviços ferroviários e que asseguram melhores condições de segurança, conforto e acesso aos utilizadores. A estação em Chelas /Olaias será dotada de uma interface que a ligará com a estação de Metro das Olaias;
- a construção de três novas pontes, de um viaduto e de dois túneis, a substituição integral dos sistemas de catenária na Linha de Cintura e na Linha do Norte, e a construção das infraestruturas de suporte à componente de sinalização e telecomunicações.


“Estas intervenções permitirão o aumento do número de comboios nas Linhas de Cintura, do Norte e de Sintra, em particular dos suburbanos, regionais e de longo curso”, escreve a Infraestrutura de Portugal. “A concretização destes investimentos visa criar condições para a implementação de novos serviços de Alta Velocidade entre Lisboa-Oriente e Porto Campanhã.” O concurso público tem um preço base de 9,4 milhões de euros e decorre atualmente a fase de entrega de propostas.