Les trains de bicyclettes reviendront début 2023 avec un budget plus important

A Câmara de Lisboa aprovou, esta semana, o regresso dos Comboios de Bicicleta no próximo ano, a criação de cicloficinas nas escolas e ainda o lançamento do concurso público para concretizar o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS).

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Apesar de o ano lectivo 2022/23 já ir com um período de aulas, o programa municipal de Comboios de Bicicletas só vai arrancar no início de 2023, depois da interrupção do Natal e Ano Novo. É que só esta semana foi aprovada pelo executivo municipal, em reunião de Câmara, a proposta que concretiza a transferência de fundos financeiros para a cooperativa Bicicultura, responsável pela operação do programa no terreno.

Há, no entanto, uma novidade: neste ano lectivo, os Comboios de Bicicleta contarão com o maior orçamento desde o lançamento do programa em formato piloto no ano lectivo 2019/20. A Bicicultura irá receber aproximadamente 100 mil euros para colocar 28 linhas/percursos de Comboios de Bicicleta na rua, até Junho de 2023, abrangendo alunos dos 1º e 2º Ciclos. O orçamento é sensivelmente o dobro do do ano lectivo anterior (2021/22), em que a Bicicultura recebeu cerca de 55,6 mil euros para operar 24 linhas/percursos e realizar 220 circulações.

Nesse ano lectivo, o programa municipal arrancou só em Março de 2022, tendo-se desenrolado até ao fim do período de aulas, em Junho. No presente ano lectivo, não só haverá mais quatro linhas/percursos, como estão previstos mais meses de operação, como será lançada uma “iniciativa-piloto”, “complementar” aos Comboios de Bicicleta, para os alunos do 3º Ciclo.

“Constitui objectivo da autarquia, durante este período, aumentar o número de crianças e jovens que se deslocam para a escola em bicicleta, promovendo a bicicleta como meio de transporte e a progressiva autonomia das crianças e jovens nas suas deslocações para a escola”, lê-se na proposta, que foi aprovada por unanimidade.

As inscrições para os Comboios de Bicicletas têm estado abertas desde o final de Setembro no site da autarquia. O programa irá arrancar no início de 2023 nas escolas onde funcionou no ano lectivo passado com a adição da Academia de Música de Santa Cecília.

Nova modalidade de bike-budy

O programa municipal de Comboios de Bicicletas vem neste ano lectivo 2022/23 com uma novidade: um programa complementar a pensar nos alunos de 3º Ciclo e também do Secundário, que preferem maior autonomia nas suas deslocações escolares (a ir em Comboios com alunos mais novos) mas que, como muitos novos ciclistas urbanos, podem ter dúvidas sobre como usar a bicicleta na cidade, seja em contexto de ciclovia, seja em contexto de partilha com automóveis e outros elementos da estrada.

Para esses jovens mais velhos, a Câmara de Lisboa e a Bicicultura vão lançar uma “iniciativa-piloto” de bike-buddy – durante um tempo, terão o acompanhamento de um monitor adulto e experiente, para ajudá-los nas primeiras deslocações e com todas as dúvidas, até poderem ser 100% autónomos.

Segundo a proposta, o projecto-piloto de bike-buddy resultou da identificação “como uma necessidade e uma mais-valia de complemento ao Programa Municipal dos Comboios de Bicicletas na avaliação da execução no ano letivo 2021/2022”, e os moldes concretos de funcionamento desta iniciativa vão ser definidos pela Bicicultura em conjunto com a divisão de Mobilidade da autarquia. Certo é que serão formados monitores específicos para acompanhar de forma personalizada os jovens até à escola; nessa formação, “além das componentes já desenvolvidas na formação de monitores de Comboios de Bicicletas, será dado ênfase a técnicas para avaliação da autonomia e aspetos pedagógicos, incluindo a gestão de tempo”.

Les bike-buddys (ou acompanhantes) irão, com os jovens estudantes, definir os melhores percursos casa-escola e escola-casa, “com base na localização de cada participante” e “tendo em atenção a segurança, o nível de autonomia e o conforto”. Antes de cada participante passar a ir sozinho para a escola, será feita uma “avaliação de autonomia”.

O piloto de bike-buddy será avaliado pela Bicicultura e pela Câmara no final do ano lectivo, de modo a estudar a eventual “implementação desta componente como complemento” ao já consolidado programa municipal de Comboios de Bicicleta.

Cicloficinas nas escolas

Ainda neste ano lectivo 2022/23 vai ser lançado um outro projecto-piloto de mobilidade escolar. São oficinas comunitárias de bicicletas dentro das escolas. De acordo com a proposta, que foi aprovada em reunião de Câmara também nesta semana, estas cicloficinas – como são vulgarmente conhecidas – pretendem ajudar a dotar as crianças e jovens estudantes, mas também professores e outros membros das comunidades escolares, de conhecimentos de mecânica, para que possam ser autónomos na manutenção e reparação das suas bicicletas.

Está previsto o desenvolvimento de sete cicloficinas, das quais seis em ambiente escolar e uma em ambiente comunitário (ou seja, fora da escola, aberta à cidade). As cicloficinas serão dinamizadas pela Cicloda, a associação que está por detrás da Cicloficina dos Anjos; para esse fim, a Cicloda contará com um apoio de 41,6 mil euros da Câmara de Lisboa.

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Em cima da mesa está a criação de um programa municipal de Oficinas de Bicicletas comunitárias e escolares, devendo este piloto com sete cicloficinas servir para testar a ideia. A Cicloda, em conjunto com a autarquia, irá usar o orçamento de que dispõe para dinamizar as seis oficinas que funcionarão no seio escolar e a sétima oficina aberta à cidade. Essa dinamização incluirá a aquisição de ferramentas, peças, mobiliário e outros equipamentos necessários, o desenvolvimento de materiais de comunicação e ainda a realização de formações para dotar os intervenientes iniciais dessas cicloficinas de conhecimentos básicos de mecânica, de forma a que possam ajudar os membros seguintes com a utilização de ferramentas e a resolução dos problemas de mecânica.

As cicloficinas “são um serviço de assistência mecânica voltado para os utilizadores de bicicleta que funcionam de forma informal. São abertas a todos os que nela queiram colaborar, funcionando também como um serviço promoção do uso quotidiano da bicicleta, dando-lhe visibilidade. Por outro lado, favorecem a animação da rua e da vida coletiva do local onde estão instaladas, aumentando as interações entre as pessoas e fortalecendo as relações da comunidade” – pode ler-se na proposta aprovada. “A componente de formação e passagem de conhecimento fortalece a autonomia dos utilizadores de bicicleta, ensinando-os a regular, ajustar, afinar e manter as suas bicicletas, tendo em conta a sua segurança e o seu conforto, com vista a fomentar um maior uso da bicicleta na cidade.”

Além das cicloficinas, a Cicloda irá ainda desenvolver um programa-piloto para o ensino da condução urbana de bicicleta nas comunidades escolares” com aulas dirigidas a alunos dos 2º e 3º ciclos e do ensino secundário, mas também a encarregados de educação, professores e restante comunidade escolar. A associação e a autarquia irão realizar ainda a “definição do programa de formação, dos objetivos pedagógicos a atingir, metodologias a aplicar e critérios para avaliação dos resultados, assim como a identificação dos recursos necessários, materiais e humanos”, para a implementação das aulas de condução.

PMUS aprovado

Nas reuniões de Câmara desta semana ficou ainda aprovado o lançamento do concurso público internacional com vista à elaboração do Plan de mobilité urbaine durable (PMUD), documento que irá guiar os futuros investimentos da cidade ao nível da mobilidade urbana em transporte público, a pé e de bicicleta.

O PMUS será “um instrumento estratégico desenhado para satisfazer as necessidades de mobilidade das pessoas e dos serviços na cidade, com o objectivo de melhorar a qualidade de vida dos residentes e utilizadores da cidade”, segundo a proposta discutida e votada em reunião de Câmara. A inexistência de um PMUS para Lisboa tem sido criticada por associações e especialistas de mobilidade, como é o caso da MUBi. A elaboração do PMUS responde ainda “às directrizes da Comissão Europeia, que advoga ser crucial que as cidades desenvolvam e implementem PMUS (SUMP – Sustainable Urban Mobility Plans)”.

Será uma entidade externa à Câmara de Lisboa a desenvolver o PMUS por via de concurso público internacional, que terá um valor base de 424,35 mil euros; o vencedor terá um prazo de 180 a 300 dias para a elaboração do referido Plano, isto é, entre seis meses a um ano. A proposta foi votada na Câmara de Lisboa com os votos favoráveis de todas as forças políticas representadas (PSD, CDS, PS, PCP e Livre), excepto do BE (que votou contra) e do Cidadãos Por Lisboa (por abstenção).

“O Município de Lisboa pretende criar um ecossistema de mobilidade centrado nas pessoas, que seja acessível, útil, confiável e seguro, assente numa rede integrada de transportes públicos complementada por soluções inovadoras, que permita escolhas conscientes e sustentáveis”, lê-se na proposta. “O investimento no sistema integrado e intermodal de transporte público, a promoção da multipolaridade do território (para uma redução dos trajectos necessários a percorrer) e da sua qualificação urbana, a reestruturação dos interfaces de transportes, o incentivo ao recurso aos modos activos de circulação, a introdução de soluções de transportes menos poluentes e a disponibilidade de novas tecnologias de apoio à mobilidade, são alguns dos instrumentos de sustentabilidade urbana que conduzem nessa direcção.”

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