Estação de Algés “não está conforme o que a Câmara de Oeiras pretende em 2023”

A Câmara de Oeiras gostaria que Algés fosse “uma grande interface de transportes”, um espaço “cómodo, confortável, seguro, com a introdução de tecnologia”. Mas a estação ferroviária é gerida pela Infraestruturas de Portugal (IP).

Estação ferroviária de Algés (fotografia LPP)

A Câmara de Oeiras gostaria que a estação ferroviária de Algés fosse “uma grande interface de transportes”, ou seja, ambiciona “algo que seja cómodo, confortável, seguro, com a introdução de tecnologia”, comentou a Vereadora da Mobilidade do município, Joana Baptista, na sexta-feira. “Aquilo que vemos hoje não responde a nenhuma das premissas.”

A Vereadora oeirense comentou o tema durante a discussão pública das Portas de Algés, um projecto da autarquia para revitalizar toda a baixa de Algés e transformar a Avenida dos Bombeiros Voluntários numa avenida urbana com menos carros e mais transporte público. O projecto das Portas de Algés não abrange directamente a área da interface de transportes de Algés, mas o tema acabou por surgir durante a sessão através da intervenção de alguns munícipes. “A estação de Algés é uma estação que responde a Algés, responde a Oeiras e que responde à Grande Lisboa. Mas, na realidade, é uma estação que não esta conforme o que a Câmara de Oeiras pretende em 2023”, garantiu Joana Baptista.

Estação ferroviária de Algés (fotografia LPP)

Em Dezembro de 2022, a estação de Algés foi particularmente afectada pelas chuvas intensas que se verificaram na área metropolitana de Lisboa e que inundaram por duas vezes aquela zona em particular. Durante vários dias, os comboios da Linha de Cascais deixaram de fazer paragem naquela estação, enquanto decorriam as operações de bombeamento de água e de limpeza. As máquinas de venda automática avariaram, tendo sido recentemente reparadas; as bilheteiras foram fechadas e substituídas por contentores à porta da estação; os pórticos automáticos de validação e acesso aos cais estão sem funcionar.

“Decorridos que são seis meses desde as intempéries, não imaginam a forma como a Câmara de Oeiras se tem comportado junto da Infraestruturas de Portugal [responsável pela infraestrutura ferroviária], a reivindicar aquilo que não foi feito. Não estamos confortáveis que ao fim de seis meses nem umas meras limpezas e intervenções paliativas tenham sido feitas”, disse a Vereadora de Mobilidade. “Temos consciência do problema e temos lutado para esse problema ser resolvido mas não depende exclusivamente da Câmara de Oeiras.”

Para Isaltino Morais, Presidente da Câmara de Oeiras, “a chamada Linha de Cascais tem uma estação no Cais do Sodré e outra em Cascais, e no meio é um vazio. Não temos nenhuma estação de caminho-de-ferro com o mínimo de conforto ao longo de toda esta via”. “Na Câmara estamos a fazer todos os possíveis para que, na estruturação da linha – que não é o que está a acontecer agora, agora são obras na via férrea e cantenárias –, a estação de Algés venha a ser devidamente modernizada no sentido de ser uma estação adequada à localização e ao movimento que tem”, acrescentou o autarca, referindo também que “as reuniões com a IP [Infraestruturas de Portugal] são cordialmente sempre muito boas, mas a IP é uma estrutura pesada”.

Estação ferroviária de Algés (fotografia LPP)

“O cidadão comum não tem noção de como o território está espartilhado em termos de responsabilidade”, contextualizou Joana Baptista. “Não tem noção nem tem de saber do diálogo permanente com a Infraestruturas de Portugal para se fazer uma intervenção na estação de Algés não só funcional mas também estética. Não queremos um mono em Algés, queremos uma intervenção que, além de naturalmente confortável, seja icónica na delimitação dos dois territórios de Lisboa e de Oeiras.”

A estação ferroviária de Algés é um ponto central da interface de transportes daquela vila, às portas do município de Lisboa. Actualmente, a interface junta apenas transporte ferroviário da CP com o rodoviário da Carris e da Carris Metropolitana, mas por Algés passará o futuro metro de superfície LIOS e também uma linha de BRT/Metrobus para a Reboleira. A interface de Algés também já é servida pelo modo eléctrico, nomeadamente pela linha 15E da Carris.

No âmbito da modernização da Linha de Cascais em curso, a IP vai realizar pequenas obras em várias estações, sendo a de Algés uma das abrangidas. Mas os trabalhos a fazer serão muito simples: apenas serão colocados painéis de informação ao público a indicar os próximos comboios e vai ser colocada uma diagonal na linha férrea para permitir que, em caso da obstrução de uma das duas vias, os comboios possam desviar-se para a via adjacente.

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