Oeiras présente un plan d'action pour la neutralité carbone

Isaltino Morais disponibilizou, para consulta pública, o Plano de Acção Energia e Clima de Oeiras (PAECO 2030+), o documento onde está definido o caminho do concelho para responder às alterações climáticas e para ser neutro em carbono até 2050. Nesta sexta-feira, ao final do dia, haverá uma sessão pública de esclarecimento em Algés.

Parque Urbano de Miraflores (fotografia LPP)

Os municípios estão a desenvolver e a apresentar os seus planos de acção para alcançarem a meta da neutralidade carbónica. Estes planos são uma obrigação legal, através da chamada Lei de Bases do Clima, uma vez que Portugal e toda a União Europeia se comprometeram a serem neutros até 2050. Oeiras também quer acompanhar estes objectivos e, por isso, tem, para consulta pública, o seu Plano de Acção Energia e Clima de Oeiras – ou PAECO 2030+. Nesta sexta-feira, 19 de Julho, ao final do dia, haverá uma sessão de esclarecimento aberta a todos os interessados.

O Plano de Ação Energia e Clima de Oeiras (PAECO 2030+) define a estratégia do concelho para não só mitigar as alterações climáticas, como se adaptar a estas mudanças, respondendo à necessidade de um desenvolvimento urbano mais sustentável e com menos impactos ambientais e ao objectivo de aumentar a resiliência local a médio-longo prazo a essas alterações climáticas. Este plano está alinhado com os compromissos de neutralidade carbónica até 2050, estabelecidos tanto a nível europeu como nacional, e visa alcançar, no concelho de Oeiras, uma redução de 70% nas emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) até 2030, em comparação com os níveis de 2008.

Excerto do “documento de comunicação” do PAECO 2030+ (via CMO)

Neste plano, foi elaborado um inventário das emissões de GEE em Oeiras considerando 2008 como ano de referência, com o objetivo de construir uma linha de base para apoiar na tomada de decisão e na monitorização para alcançar a neutralidade carbónica até 2050. Verificou-se, neste inventário, que as emissões de GEE em Oeiras foram 35% mais baixas em 2019, face ao ano base, e que em 2020 essa redução foi de 48%, tendência fortemente condicionada pelo contexto da pandemia. Os transportes são o sector com maiores emissões de GEE, representando mais de metade do total das emissões. O sector dos serviços, a utilização de energia em edifícios, a indústria e os resíduos, sector que inclui emissões de aterros, resíduos orgânicos e processos de tratamento de águas residuais, são também fontes de emissão de carbono.

Oeiras pretende ainda incrementar a infraestrutura verde para 870 hectares até 2030 e para 1000 hectares até 2050, assim como alcançar outras metas para responder aos principais riscos climáticos a que o território está sujeito, a saber: cheias e inundações, galgamentos das zonas costeiras, eventos extremos de temperatura e (in)disponibilidade de água.

Riscos climáticosMetas
Cheias e inundações– Diminuição da ocorrência de cheias e inundações em espaços urbanos (até 2050).
Galgamentos e inundações costeiras– Diminuição do risco tendo em conta o aumento do nível médio da água do mar entre 0,17 metros e 0,38 metros (até 2050).
Eventos extremos de temperatura– 50 metros de espaços verdes com sombra por habitante (até 2030);
– 60 metros de espaços verdes com sombra por habitante (até 2050);
– 100% dos edifícios e infraestruturas municipais com medidas de conforto térmico (até 2050).
Disponibilidade hídrica– mais 100 hectares de espaços verdes urbanos permeáveis (até 2030);
– mais 230 hectares de espaços verdes urbanos permeáveis (até 2050).
Frente costeira em Cruz Quebrada (fotografia LPP)

O Município de Oeiras pretende que a sua resposta à crise climática responda a quatro objectivos estratégicos: não só “proteger e assegurar o bem-estar das pessoas” como a “competitividade da economia”, mas também “aumentar a resiliência das infraestruturas construídas e naturais” e ainda “promover o conhecimento e o envolvimento da comunidade”. No PAECO 2030+, foram priorizadas 24 medidas, cuja implementação se prevê gerar o maior impacto e acelerar a acção climática em Oeiras. Estas medidas foram agregadas em sete eixos: sensibilização e conhecimento; conforto térmico; economia circular; infraestrutura verde; água e estuário do Tejo; eficiência energética; e mobilidade.

Excerto do “documento de comunicação” do PAECO 2030+ (via CMO)
Excerto do “documento de comunicação” do PAECO 2030+ (via CMO)
Excerto do “documento de comunicação” do PAECO 2030+ (via CMO)

Entre as medidas concretas, propõem-se mais 746 GWh/ano de produção de energia renovável até 2050, 100% da iluminação pública e semaforização com tecnologia LED até 2050, 100% dos edifícios municipais com medidas de conforto térmico e certificação energética até 2050, 100% das viaturas municipais electrificadas e 500 pontos de carregamento de carros eléctricos até 2030, mais 89 km de percursos cicláveis até 2030, a redução do ruído do tráfego rodoviário, 61% de taxa de captura de biorresíduos até 2030, mais 34 mil novas árvores até 2030, e ainda a protecção de infraestruturas nos 15,2 km de linha de costa até 2050.

EixoMedidas
Informação, Sensibilização e Conhecimento1. Sensibilizar para as boas práticas a adotar face às alterações climáticas;
2. Promover o conhecimento do Município, apoiar e fomentar a colaboração científica para o conhecimento das alterações climáticas.
Conforto Térmico e Segurança3. Introduzir sistemas de vigilância dos riscos climáticos prioritários e promover o conhecimento técnico do Município em alterações climáticas, nomeadamente ao nível das temperaturas extremas e ondas de calor;
4. Aumentar a resiliência da infraestrutura verde face ao aumento da temperatura e diminuição da precipitação;
5. Promover o conforto térmico no edificado e no espaço público.
Economia Circular e Consumo Responsável6. Definir uma estratégia de economia verde e circular para o Município;
7. Promover a Eficiência hídrica.
Infraestrutura Verde e Serviços de Ecossistemas8. Aumentar a infraestrutura verde e a sua conectividade.
Sistema Hídrico e Orla Costeira9. Minimizar a vulnerabilidade a cheias e inundações;
10. Reforçar a gestão do ciclo da água na perspectiva de “reduzir, reutilizar e gerir eficientemente”;
11. Promover a adaptação da frente ribeirinha à subida do nível médio do mar e aumento de cheias.
Sistemas de Energia Sustentáveis e Resilientes12. Reforçar a eficiência energética em edifícios e infraestruturas municipais;
13. Promover a eficiência energética na habitação privada;
14. Promover a eficiência energética no parque habitacional municipal;
15. Promover a eficiência energética nos serviços
16. Reforçar a eficiência energética na iluminação pública
17. Promover fontes de energia limpa;
18. Promover a justiça climática;
19. Assegurar o fornecimento energético resiliente.
Mobilidade Sustentável20. Reforçar a mobilidade municipal sustentável;
21. Aumentar a rede de transporte público sustentável;
22. Reforçar a mobilidade suave e partilhada;
23. Aumentar a rede de abastecimento eléctrico;
24. Promover novas centralidades e zonas urbanas multifunção.

O PAECO 2030+ teve como suporte técnico, os estudos e documentos previamente elaborados, como o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS) de Oeiras. Foram considerados ainda planos municipais relacionados com as alterações climáticas e a energia; enquanto que esses documentos definem a estratégia, este plano reúne as acções para concretizar essa estratégia, permitindo uma resposta de mitigação e adaptação às alterações climáticas projectadas para o concelho de Oeiras. A elaboração do PAECO 2030+ contou com o envolvimento de diferentes departamentos da Câmara de Oeiras e foi objecto de auscultação prévia junto da comunidade académica, instituições públicas, empresas e organizações da sociedade civil.

O eléctrico 15 em Algés (fotografia LPP)

Como participar

Durante um período de consulta pública, que está a decorrer desde 5 de Junho até ao final de Agosto, a população e as partes interessadas têm a oportunidade de contribuir com ideias e sugestões para a versão final do PAECO 2030+. Para participar, basta enviar um e-mail para [email protected]; se ajudar, podes descarregar, preencher e enviar este formulário em PDF. Mais informações ici.

Podes descarregar a versão preliminar do plano aqui:

PAECO 2030+ (via CMO)

O PAECO 2030+ estrutura-se em quatro documentos: 

  • Documento de Comunicação – a estrutura desta publicação, através de dados, gráficos e tabelas, proporciona a divulgação para o público em geral das diversas etapas de construção do PAECO 2030+. Se tiveres pouco tempo e quiseres perceber o plano, este é o documento a consultar;
     
  • Relatório Síntese – sistematiza o percurso de elaboração do PAECO 2030+ e os compromissos de descarbonização e de adaptação assumidos por Oeiras;
     
  • Relatório I – apresenta de forma detalhada a metodologia de construção do PAECO 2030+, designadamente todas as etapas que levaram ao desenho do roteiro de acção.
     
  • Relatório II – compila os contributos recebidos na fase de participação (reuniões temáticas com entidades internas e externas), bem como as fichas de acção e o quadro de referência estratégico que enquadrou a elaboração do PAECO 2030+. 

Os ficheiros estão disponíveis também na plataforma de dados abertos da Câmara de Oeiras.

Nesta sexta-feira, pelas 18 horas, no Palácio dos Anjos, em Algés, vai decorrer uma sessão pública de esclarecimento sobre este Plano de Acção Energia e Clima de Oeiras (PAECO 2030+).

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