Jardim da Praça do Império ganha novo desenho com mais árvores e menos estacionamento

O novo e o antigo jardim da Praça do Império (esquerda: projecto do atelier de arquitectura ACB; direita: imagem de satélite do Google Earth)

O jardim existente na Praça do Império vai ser reformulado numa intervenção assinada pelo atelier de arquitectura paisagista ACB e que terá como principal objectivo “retomar o traçado de Cottinelli Telmo, recuperando o conceito original de 1940”, conforme se pode ler na memória descritiva do projecto. Será mantida, assim, a actual geometria dos canteiros, pavimentos e lagos e que é baseada no quadrado original dos desenhos de 1940

Na zona do tanque central, o elemento mais vislumbraste deste jardim, vai ser melhorada a acessibilidade ao mesmo conforme as fotografias da época, colocada calçada portuguesa e replantados os quatros conjuntos de árvores, também presentes na altura, “que se mantiveram, pelo menos, até meados dos anos ’60 e que proporcionarão sombra e maior conforto”.

Já os escudos das capitais de distrito, ilhas e províncias ultramarinas, que foram instalados nos arbustos por ocasião da Exposição Nacional de Floricultura e da comemoração do quinto centenário da morte do Infante D. Henrique em 1961 vão desaparecer. A alteração não foi consensual, mas era vontade da autarquia remover esses elementos por se encontrarem “ultrapassados”, conforme disse o vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, em 2014. A polémica foi tal que a Câmara viu-se obrigada a promover um concurso de ideias.

A proposta da ACB foi a vencedora, tendo sido conhecida em 2016. “A proposta tenta, pois, retomar a integridade (‘inteireza’) e depuração (‘simplicidade’) do Projecto de Cottinelli Telmo – Vasco Lacerda Marques, recuperando relações que comprovadamente se produziam na intervenção original, nomeadamente pela presença de conjuntos arbóreos à cota do tanque da Fonte, e propondo a remoção de acrescentos mais recentes que prejudicam aquelas intenções basilares e essenciais, entre outros, a ‘moldura’ de relvado e buxo em torno do tanque e as plantações herbáceo-arbustivas de quatro espécies que outrora corresponderam aos conjuntos topiados dos ‘escudos das capitais’.”

O projecto inclui ainda a remoção do estacionamento de um pequeno atravessamento paralelo à Avenida da Índia, pelo que o novo jardim ficará colado a esta avenida, onde no futuro próximo será instalada uma ciclovia para ligar o Cais do Sodré a Algés.

As obras do novo jardim estarão a cargo da empresa Decoverdi – Plantas e Jardins, vão durar quatro meses e custarão cerca de 778 mil euros, valor que já inclui manutenção pelo período de um ano após a conclusão da empreitada, segundo o jornal Público. O contrato da Câmara com o empreiteiro está assinado, aguardando-se apenas o visto do Tribunal de Contas.

O projecto do atelier de arquitectura ACB
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