Livre avança com proposta e debate sobre requalificação de fundo da Almirante Reis

Colocando de lado a questão da ciclovia, o Livre decidiu dar um primeiro passo na discussão sobre a prometida requalificação de fundo da Almirante Reis. Apresentou ideias e na próxima terça-feira vai debatê-las publicamente no LACS dos Anjos.

Imagem cortesia de Livre/DR

Colocando de lado a questão da ciclovia, o Livre decidiu dar o primeiro passo no debate sobre a prometida requalificação de fundo da Avenida Almirante Reis. O executivo do PS tinha prometido lançar essa discussão no final do mandato, o que não aconteceu; e o Presidente Carlos Moedas já disse que pretende resolver a avenida em dois tempos – primeiro, com uma terceira solução pop-up para a ciclovia e depois com uma intervenção de fundo.

No entanto, sem Moedas ter avançado ainda qualquer proposta concreta para o futuro da Avenida, fê-lo esta semana o partido Livre. Em reunião pública de Câmara, nesta quarta-feira, dia 28, a vereadora substituta Patrícia Gonçalves (Rui Tavares está agora mais ocupado com a Assembleia da República) apresentou uma proposta preliminar do Livre para transformar a Almirante Reis numa “Avenida da Igualdade”, onde todos os modos de transporte tenham percentagens mais igualitárias de espaço público: 36% para o andar a pé, 16% para a bicicleta, 24% para o automóvel e 24% para o transporte público.

O Livre mostrou dois renders que pretende iniciar uma discussão. O partido vai promover um debate público já na próxima terça-feira, dia 3 de Maio, às 19h30 no espaço LACS dos Anjos, não sendo necessária qualquer inscrição.

Imagem cortesia de Livre/DR

O Livre pretende que “a Avenida Almirante Reis, possa vir, gradualmente, e passo a passo, a ser melhorada em vários aspectos, mas como um todo, transformando-se numa verdadeira Avenida da Igualdade, para quem nela circula, mora ou quer simplesmente dela usufruir”. Em concreto, a proposta da vereação do Livre passa por:

  • criar percursos pedonais “acessíveis e confortáveis, contínuos e seguros”, alargando os passeios em cerca de um metro de largura (em média) e conjugando a calçada portuguesa com pavimento confortável como acontece noutras avenidas;
  • aumentar o número de passadeiras para encurtar a distância entre atravessamentos pedonais na avenida, colocando passadeiras em ambos os lados dos cruzamentos quando isso não acontece, e criando passadeiras intermédias quando as distâncias entre cruzamentos ultrapassam os 100 metros;
  • colocar passadeiras elevadas e apostar também em passadeiras acessíveis, com pavimento tátil (para invisuais) e ressalto zero;
  • substituir o separador central arborizado por duas linhas de árvores de grande porte, junto aos passeios, apostando “preferencialmente de copa horizontal para permitir copas pegadas, gerando um ecossistema linear para pássaros e insectos”, e ao mesmo tempo em folha caduca “para permitir aquecer, com a radiação solar, as casas no Inverno e maximizar a sombra e a frescura no Verão”;
  • redesenhar a iluminação pública de tal forma que “melhore a visibilidade e a segurança” das pessoas e dos veículos que circulam na avenida, seja mais sustentável ao nível de consumos energéticos, se mitigue a poluição luminosa e se aumente a utilização de LEDs com “temperatura de cor quente de forma a aumentar a sensação de conforto visual no espaço público e evitar efeitos negativos na saúde”;
  • criar duas ciclovias unidireccionais junto aos passeios e tornar todas as paragens dos transportes públicos (autocarros e eléctricos) acessíveis e sem conflitos com a ciclovia;
  • incluir uma via exclusiva para transporte público e veículos de emergência que permita paragem sem bloquear o trânsito e ultrapassar o trânsito parado em hora de ponta.
  • remover todos os lugares de cargas e descargas da avenida e colocá-los nas perpendiculares em todas as interseções junto à avenida;
  • estudar a realização de eventos como feiras e mercados ao fim-de-semana com o corte parcial de um dos sentidos da avenida, reactivando o programa A Rua É Sua.

Em resposta, Carlos Moedas elogiou a “excelente apresentação” da vereadora do Livre e indicou que algumas das propostas serão consideradas na solução permanente, reforçando que o executivo quer discutir com as pessoas. O Livre pretende agora debater as suas ideias com todas as pessoas que assim o quiserem e formalizar a sua proposta mais tarde.

Actualização a 2/05/2022: houve uma alteração do local do debate que o Livre vai promover sobre a sua proposta para a Almirante Reis da Casa Independente (local original) para o LACS dos Anjos. O artigo foi actualizado para reflectir essa mudança.

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