É a vez de o Eixo Central da cidade de Lisboa, entre Entrecampos e o Marquês de Pombal, receber o SIM.Lx, o novo “Sistema Inteligente de Mobilidade de Lisboa” que tem vindo a ser implementado pela cidade.

A EMEL está a proceder à modernização da rede semafórica no chamado Eixo Central da cidade de Lisboa, entre a rotunda de Entrecampos e a rotunda do Marquês de Pombal. Segundo a empresa, as intervenções estão previstas durante o mês de Agosto, de forma a minimizar os constrangimentos à circulação.
Os trabalhos vão decorrer faseadamente, com a modernização de duas a três intersecções do Eixo Central por semana, afectando a Rotunda de Entrecampos, Avenida da República, Saldanha, Avenida Fontes Pereira de Melo e Rotunda do Marquês de Pombal. Não vão existir alterações na circulação do trânsito, apenas os semáforos nas intersecções em intervenção serão desligados.
A modernização em cada uma das intersecções incidirá num único dia, sendo o período de trabalho variável consoante a complexidade da intersecção. Durante estes períodos, o trânsito será regulado pela Polícia Municipal, de forma a garantir a segurança de todos os intervenientes e mitigar os transtornos ao nível do tráfego e atravessamentos pedonais e cicláveis.
Que modernização é esta?
No âmbito da transferência de competências na área da gestão da infraestrutura semafórica da cidade de Lisboa, a EMEL ficou responsável pela modernização de toda a sua infraestrutura. Em 2021, a EMEL começou a implementar um novo sistema central de gestão de tráfego na cidade de Lisboa, que permita gerir o tráfego de forma integrada e dinâmica. O SIM.Lx – Sistema Inteligente de Mobilidade de Lisboa, que tem vindo progressivamente a substituir o sistema Gertrude, permitirá através da centralização de todas as intersecções da cidade uma resposta, em tempo real, a acções programadas – como o fecho de vias ou obras rodoviárias – ou a acontecimentos aleatórios – como sinistros –, segundo a implementação de estratégias que melhor se adequam à realidade do momento em questão.
A gestão da semaforização dos corredores BUS, essencial para a priorização do transporte público e/ou veículos de emergência, é outra das valências que este novo sistema integrará, bem como a gestão de “corredores”, para escoamento do tráfego de entrada e saída da cidade, e de zonas de emissão reduzida, passando a ser possível obter dados dos sensores ambientais e actuar em conformidade, isto é, minimizar o impacto da poluição rodoviária na saúde da cidade.
Poderão existir melhorias para a mobilidade pedonal e ciclável?
Ainda será cedo para responder a essa pergunta. Questionada pelo Lisboa Para Pessoas sobre o assunto, a EMEL explica que a intervenção em curso “manterá uma programação semelhante à existente” – ou seja, não estão previstas, para já, mexidas nos tempos de espera para peões e ciclistas. No entanto, assim que esteja operacional a 100%, o SIM.Lx “permitirá uma gestão da rede semafórica mais dinâmica, preditiva e integrada”, com a recolha de dados que permitirão analisa e melhorar as diferentes intersecções.
“Nessa altura”, explica a EMEL, uma eventual alteração dos tempos para peões e ciclistas ao longo do Eixo Central “poderá ser avaliada, considerando as optimizações que melhor se adaptam às solicitações dos diferentes modos de mobilidade”.

A ciclovia da Avenida da República, que integra o Eixo Central, é a ciclovia mais movimentada da cidade e do país, segundo os dados dos contadores públicos; no entanto, em dois cruzamentos a prioridade é actualmente dada aos carros e outros veículos que venham nas vias principais da Avenida e precisam de virar à direita, cruzando com a ciclovia, para aceder à via lateral direita da Avenida. Nesses dois cruzamentos – um na zona do Campo Pequeno e outro na intersecção da Avenida Miguel Bombarda –, os ciclistas (e também as viaturas que seguem na via lateral) são convidados a aguardar com um sinal vermelho. São muitos os que, impacientes, arriscam atravessar.
Também na rotunda de Entrecampos é difícil o atravessamento de poucos metros de uma só vez, uma vez que os ciclistas terão de aguardar pelo menos três vezes em semáforos para passarem da Avenida da República para o Jardim do Campo Grande ou vice-versa.