778 da Carris volta ao trajecto original, mas passa a haver um “778 Especial”

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A 1 de Junho, os passageiros da carreira 778 podem respirar de alívio. A carreira regressa ao percurso e horários habituais, voltando a circular entre o Colégio Militar e o Campo Grande. E será criado um “778 Especial” entre o Campo Grande e a Cidade Universitária, que funcionará nas horas não cobertas pelo “vai-e-vém” especial…

Fotografia LPP

Desde que a carreira 778 da Carris foi prolongada à Cidade Universitária que José desistiu de a apanhar no terminal do Colégio Militar. “Vivo em Benfica e trabalho no Lumiar. Costumava apanhar a 778 no Colégio Militar até à paragem junto da minha empresa. Era muito pontual, e muito procurada àquela hora, tanto na paragem inicial como no Metro de Carnide, onde ficava bem composta até ao Hospital das Forças Armadas. Chegava sempre a horas, todos os dias.”

Mas as obras do Metro no Campo Grande, que obrigaram a cortes nas linhas Verde e Amarela, geraram o caos também na 778. É que a Câmara e a Carris decidiram prolongar esta carreira, que circulava entre o Colégio Militar ao Campo Grande, à Cidade Universitária, sem reforçar o número de veículos ou actualizar os horários de circulação. “Quando a 778 foi prolongada até à Cidade Universitária começou o caos. Não se cumpriam os horários publicados nas paragens e no site da Carris, e houve manhãs em que tive 30 e 50 minutos à espera do autocarro, com três partidas suprimidas e a paragem a ficar bastante cheia”, conta José.

Segundo o que o Lisboa Para Pessoas apurou, junto de fontes próximas, desde a alteração do trajecto da 778 que esta carreira passou a funcionar sem horários. Os tempos de espera em cada paragem passaram a ser condicionados pelo tempo que os autocarros ao serviço da 778 (não houve reforço do número viaturas nesta carreira) demorariam a fazer o percurso prolongado, com todas as externalidades a ele associadas (como o trânsito). Os horários apresentados no site, no Google Maps ou nas paragens deixaram de fazer sentido.

Para sorte de José, 27 anos, designer de interfaces digitais, e de tantos outros utilizadores diários da 778, esta carreira está de volta ao seu percurso original. A partir desta quinta-feira, 1 de Junho, a 778 volta a fazer o percurso entre o Campo Grande e o Colégio Militar para “dar resposta aos pedidos dos clientes no sentido de repor a frequência e serviço da carreira”, segundo informa a Carris. Ao mesmo tempo, a operadora municipal vai criar uma derivação da 778. Um “778 Especial”, que circulará apenas entre a Cidade Universitária e o Campo Grande nos horários não cobertos pelo “vai-e-vém” da Câmara, ou seja, nos dias úteis entre as 10h e 16h30 e aos fins-de-semana (no horário habitual desta carreira, entre as 7 e 21 horas).

O “778 Especial” entre o Campo Grande e a Cidade Universitária é uma linha circular. Com terminal e partida na Avenida Prof. Gama Pinto, junto à Cantina Velha, segue via Alameda da Universidade, Campo Grande e Rua Actor António Silva, junto à estação de Metro do Campo Grande, efectuando paragem em conjunto com a carreira 767. Daqui continua caminho de volta à Cidade Universitária, pela lateral junto ao Museu da Cidade.

José tinha enviado três reclamações à Carris por causa do prolongamento inesperado da 778, sugerindo que fossem colocados mais autocarros nesta carreira e que os horários de passagem fossem actualizados. Entretanto, desistiu de se deslocar ao escritório: “Eu decidi ficar-me pelo teletrabalho ou apanhar a 703 que me deixava mais longe, mas era mais certo. Agora a 778 volta ao normal, sem nunca ter tido horários actualizados desde o prolongamento feito em Maio.”

Também Sara, 34 anos, designer, colega de José, tinha deixado de usar o 778. “Apanhava o 778 diariamente nas deslocações de e para Benfica. Com as obras do Metro, prolongaram o percurso do autocarro sem qualquer aviso aos utentes da Carris e o intervalo de 20 minutos entre carreiras passou a ser de mais de 60 minutos, nos dois sentidos”, conta ao LPP. “Utilizar o Metro não era uma alternativa e vi-me obrigada a recorrer ao TVDE algumas vezes para conseguir chegar ao trabalho. O regresso a casa a pé passou a ser uma realidade, cerca de uma hora. Passei depois para a bicicleta, própria e convencional. Quarenta minutos de percurso, sendo que, mesmo com ciclovia, é uma aventura diária nesta cidade.”

Autocarros de substituição entre o Campo Grande e a Cidade Universitária

Os cortes nas linhas Verde e Amarela vão durar até 7 de Julho, sendo que as seis carruagens na Linha Vede deverão regressar até 20 de Junho. Em resposta a estes condicionamentos, a Câmara de Lisboa, o Metro e a Carris têm ao serviço os seguintes serviços rodoviários de substituição, a partir de dia 1 de Junho e até ao final do curso da obras:

CarreiraHorárioPercursoObservações
Serviço “vai-e-vém” da CMLDas 6 às 10 horas e das 16 às 20 horas, nos dias úteisCidade Universitária – Campo Grande (circular)Utilização gratuita, sempre a passar
“778 Especial” da CarrisDas 10 horas às 16h30, nos dias úteis; e das 7 às 21 horas aos fins-de-semanas e feriadosCidade Universitária – Campo Grande (circular)Tarifário habitual (passes e bilhetes ocasionais), sempre a passar
Serviço “vai-e-vém” do MetroDas 7 horas às 10h30 e das 16h30 às 19h30, nos dias úteisCidade Universitária – Campo Grande – Telheiras (circular)Tarifário habitual (passes e bilhetes ocasionais), frequências de 12-13 minutos

Confere aqui os percursos de cada serviços rodoviário de substituição:

Serviço “vai-e-vém” da CML
“778 Especial” da Carris
Serviço “vai-e-vém” do Metro

Nota que, ao contrário do “vai-e-vém” da Câmara de Lisboa, que só tem duas paragens (a da Cidade Universitária e a do Campo Grande, o “778 Especial” faz mais paragens: cinco em direcção ao Campo Grande e três em direcção à Cidade Universitária, pelo que o tempo de viagem poderá ser maior que o serviço oferecido pela autarquia.

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