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Lisboa entre as 10 cidades que vão receber dinheiro da Bloomberg para infraestrutura ciclável

A capital portuguesa vai receber 400 mil dólares para melhorar as ligações escolares através da mobilidade activa e a conectividade da rede ciclável da cidade. O objectivo é conectar 20 escolas e 20 mil estudantes através de ciclovias seguras.

Fotografia LPP

Lisboa é uma das dez cidades distinguidas pelo Programa BICI – Bloomberg Initiative for Cycling Infrastructure, promovido pela Bloomberg Philanthropies e pela Global Designing Cities Initiative – foi anunciado nesta sexta-feira. A candidatura de Lisboa foi seleccionada entre 275 outras candidaturas de várias partes do mundo que foram apresentadas a este programa, que pretende melhorar e tornar mais inclusivas as redes cicláveis urbanas.

O projecto de Lisboa visa melhorar as ligações escolares através da mobilidade activa e a conectividade da rede ciclável da cidade. Prevê-se, no âmbito deste Programa BICI, conectar 20 escolas e 20 mil estudantes através de ciclovias protegidas e seguras. Lisboa vai receber 400 mil euros de financiamento da Bloomberg para esse objectivo.

A Câmara de Lisboa diz, num comunicado enviado às redacções nesta sexta-feira, que “o trabalho a desenvolver está alinhado com a estratégia de mobilidade urbana sustentável da autarquia, contribuindo para as metas de redução de emissões de CO2 estabelecidas no Plano de Acção Climática 2030 e para os objectivos da participação de Lisboa na Missão Cidades Inteligentes e Climaticamente Neutras até 2030.

A candidatura foi apoiada tecnicamente pela Lisboa E-Nova, a agência de energia e ambiente de Lisboa, que acompanhará o município no desenvolvimento dos trabalhos, promovendo o envolvimento social e a mobilidade limpa e saudável entre a comunidade escolar, em particular. O programa tem uma duração de três anos, termina no final de 2025.

Apoio técnico nos projectos

Além de Lisboa, as restantes nove cidades vencedoras são as seguintes: Fortaleza, no Brasil, que será a única a receber um milhão de dólares de financiamento; Adis Abeba, na Etiópia; Bogotá, na Colômbia; Milão, em Itália; Mombaça, no Quénia; Pimpri-Chinchwad, na Índia; Quelimane, em Moçambique; Tirana, na Albânia; e Wellington, na Nova Zelândia. Cada uma destas cidades receberá 400 mil dólares de financiamento.

O Programa BICI é conduzido em parceria com a Global Designing Cities Initiative (GDCI). Para além do financiamento para concretizar as suas propostas, cada cidade vencedora do BICI receberá assistência técnica da GDCI no desenvolvimento de projectos, concepção de instalações para ciclistas, recolha de dados e envolvimento dos residentes. As candidaturas envolvem projectos de ruas amigas das bicicletas para promover o transporte sustentável, revitalizar os bairros e melhorar a saúde e o bem-estar dos moradores.

Fortaleza vai usar o financiamento de um milhão de dólares para “desenvolver 180 quilómetros” de rede ciclável; Addis Abeba, na Etiópia, pretende “duplicar o número de ciclovias protegidas para criar a maior rede ciclável urbana de África”; Bogotá quer criar novas infraestruturas com crianças “para revitalizar um bairro de baixos rendimentos”, envolvendo os seus residentes; Milão também quer construir ciclovias para ligar “mais de 40 escolas”; Mombaça, no Quénia, vai criar ciclovias segregadas “ao longo de corredores-chave com elevados níveis de utilização da bicicleta”; Pimpri-Chinchwad, na Índia, quer “lançar um modelo de bairro de 15 minutos começando com o uso da bicicleta”; Quelimane, em Moçambique, quer construir ciclovias e estacionamentos para bicicletas; Tirana, na Albânia, vai “criar uma rede de ciclovias para todas as idades”; e Wellington, na Nova Zelândia, pretende “aumentar o número de pistas para bicicletas na cidade em 160%” com a participação dos residentes no planeamento.

“O combate às alterações climáticas anda de mãos dadas com a oferta de mais opções de transporte às pessoas”, afirma Michael R. Bloomberg, fundador da Bloomberg Philanthropies e antigo presidente de Câmara de Nova Iorque, em comunicado. “Estas propostas para tornar a utilização da bicicleta mais segura e acessível irão requerer uma assistência técnica robusta e a nossa equipa tem o prazer de apoiar os vencedores à medida que transformam as suas ideias em acção. Os progressos alcançados por estas 10 cidades ajudarão a limpar o ar, a proteger o ambiente e a impulsionar o crescimento económico. Estamos ansiosos por ver os resultados.”

“Construir redes de ciclovias seguras e conectadas é uma necessidade universal que beneficia a saúde física e mental e o bem-estar das pessoas, tanto quanto beneficia o meio ambiente e a economia”, refere Skye Duncan, directora executiva da GDCI. “Através dos seus ambiciosos projectos de infra-estruturas cicláveis, as cidades seleccionadas transformarão as suas ruas, colocando as pessoas acima de tudo – ao mesmo tempo que beneficiam as suas comunidades locais para garantir espaços mais saudáveis, seguros e equitativos para todos. A equipa BICI da GDCI está ansiosa por começar a trabalhar ao lado destas cidades para as ajudar a concretizar as suas iniciativas de infra-estruturas cicláveis urbanas.”

As 10 cidades vencedoras do BICI provêm de 10 países em cinco continentes e representam colectivamente mais de 15 milhões de habitantes. Os vencedores foram selecionados a partir de 275 inscrições enviadas entre 10 de Novembro de 2022 e 3 de Fevereiro deste ano, de cidades com mais de 100 mil residentes. A Bloomberg Philanthropies reunirá as 10 cidades vencedoras de 26 a 29 de Junho em Londres, proporcionando uma oportunidade para os líderes da cidade se encontrarem, trocarem ideias com colegas, iniciarem o planeamento de seus projetos e aprenderem com os especialistas em design urbano da GDCI.