As mini-florestas urbanas podem trazer benefícios ambientais às cidades, mas podem também ser interessantes objectos de estudo, aprendizagem e inspiração no contexto escolar ou académico. Este guia explica-te tudo.

A partir da experiência com a plantação de várias mini-florestas urbanas em Lisboa, nasceu agora um guia digital para ajudar outras cidades e comunidades a fazerem o mesmo. Intitulado MiniFlorestas para MegaAprendizagens: um guia para a integração da biodiversidade urbana no ensino, este manual – de acesso livre e gratuito – compila os passos fundamentais, os recursos e as ferramentas necessárias para a criação de uma mini-floresta em contexto urbano e, em particular, em contexto escolar, apresentando a floresta como objecto de estudo, aprendizagem e inspiração.
O guia foi montado pela 2adapt, uma empresa de serviços de adaptação climática que nasceu na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e que foi subcontratada pela organização sem fins lucrativos VIDA. A VIDA tem sido uma das responsáveis por alguns projectos de mini-florestas em Lisboa, no âmbito do projecto europeu 1Planet4All.
Este guia nasce da vontade de inspirar e estimular a plantação de novas mini-florestas densas e biodiversas aplicando o método Miyawaki, a partir do potencial observado da experiência de co-criação e plantação de mini-florestas em diversos contextos, nomeadamente no contexto académico – na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa –, no contexto escolar – na Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira, no Seixal, e no Instituto dos Pupilos do Exército, em Lisboa –, e no contexto comunitário – nos bairros do Areeiro e Bela Vista, também na capital.

As mini-florestas urbanas são pequenos espaços com pelo menos 300 m2 onde se faz uma plantação muito densa: no espaço onde normalmente só há uma planta, colocam-se seis para fomentar uma competição positiva pela luz solar. Este método, concebido nos anos 1970 pelo botânico japonês Akira Miyawaki, permite uma taxa de crescimento dez vezes superior à observada nos métodos tradicionais de florestação e o nascimento de florestas densas e auto-sustentáveis a médio prazo. No início, no entanto, são precisos alguns cuidados, como a garantia de um bom solo, a plantação em abundância de espécies autóctones e uma rega mais frequente e consistente.
As mini-florestas em espaços urbanos podem trazer vários benefícios aos ecossistemas das cidades, ao nível da diminuição da poluição do ar e do ruído, da absorção de água, da regulação de temperatura e da atracção de biodiversidade. E podem também ter benefícios sociais, proporcionando encontros entre vizinhos e estabelecimento de laços com a Natureza.
A criação de uma mini-floresta precisa de quatro etapas: “sonhar e observar”; “planear e recolher”; “implementar e conectar”; “celebrar e potenciar”. Cada uma delas desenrola-se em três passos que estão detalhados no guia. Para apoiar a leitura, foram elaborados vídeos explicativos dos diferentes estudos de caso, que incluem testemunhos de várias pessoas e entidades envolvidas no processo de co-criação das mini-florestas mencionadas em cima.
Foram também desenvolvidas três infografias:
Sabe mais sobre este guia na página oficial do projecto, aqui.