Habitação pública acessível cresce em Marvila

Na freguesia de Lisboa com o maior parque público habitacional, estão em construção novos edifícios de habitação pública para disponibilizar no mercado de renda acessível.

Habitação em construção no Bairro dos Alfinete (fotografia LPP)

Vários são os projectos de habitação pública para renda acessível que estão a surgir em Marvila, acompanhados pela renovação ou construção de equipamentos sociais. A freguesia, que actualmente é aquela com o maior parque público de habitação na cidade de Lisboa, não deverá perder esse estatuto nos próximos anos. Os novos empreendimentos habitacionais poderão ajudar Marvila a reconquistar a população que perdeu na última década. Na verdade, entre 2011 e 2021, Marvila viu o seu número de habitantes diminuir em 6,2% de 37,8 mil para cerca de 35,5 mil. Apesar desta decréscimo, mantém-se como a segunda freguesia mais populosa do concelho, logo a seguir ao Lumiar.

Marvila foi, outrora, um vasto vale utilizado para actividades agrícolas e de lazer, tendo, em finais do século XIX, sido e ocupado por bairros industriais e operários. Considerada periferia nesses tempos, teve o seu grande desenvolvimento urbano nos anos 1990 através da construção de habitação financiada ou promovida pelo Estado e pela Câmara Municipal, o que permitiu estender a cidade para a zona leste. Hoje em dia, estes bairros têm fins essencialmente habitacionais, mas não oferecem uma qualidade sustentável integrada e uma vida social diversificada. Marvila é uma freguesia com muitas carências, por exemplo, ao nível da mobilidade, mas tem progredido na resolução dessas deficiências.

A freguesia ganhou recentemente uma Unidade de Saúde, viu a sua EB1+JI Manuel Teixeira Gomes ser renovada e terá a EB1+JI Aquilino Ribeiro reabilitada em breve, e tem neste momento em obra um Pavilhão Desportivo com 130 lugares sentados em bancada, diversos campos de jogos e a possibilidade de acolher actividades como ginástica, combate ou jogos com raquetas. Alguns destes equipamentos estão a ajudar a preencher os vazios urbanos que caracterizam o território de Marvila e a promover uma maior coesão social. No entanto, este trabalho não pode ser desligado da habitação. Nesta matéria, estão em curso três importantes empreitadas em Marvila, a cargo da empresa municipal de obras, a SRU, e que integram melhorias no espaço público e em espaços verdes.

Se outrora Marvila cresceu com bairros para famílias de rendimentos mais baixos, poderá agora conquistar um público mais diverso, uma vez que os edifícios de habitação agora em construção serão integrados no Programa de Renda Acessível, dirigido sobretudo às classes médias.

Rua do Vale Formoso de Cima

2 edifícios, 8 pisos, 155 casas, T0 a T4

A empreitada situada na Rua do Vale Formoso de Cima consiste na construção de dois edifícios de habitação pública, com um total de 155 fogos, de tipologia T0 a T4. Para além das habitações, foram contemplados espaços de comércio/serviços e áreas de utilização comum (salas de uso comum e lavandarias). Em complemento à obra de edificação, está incluído o tratamento paisagista de toda a área envolvente, com a requalificação do espaço público, a introdução de infraestruturas e espaços verdes de utilização colectiva (incluindo a reformulação/introdução de hortas urbanas) – um trabalho em articulação com as vias envolventes e com o Parque do Vale Fundão.

​Bairro dos Alfinetes

1 edifício, 6 pisos, 84 casas, T0 a T3

A obra no Bairro dos Alfinetes consiste na construção de um edifício de habitação pública com estacionamento em cave e espaço exterior, numa área de 5,2 mil metros quadrados. O edifício será dividido em dois blocos habitacionais, que incorporarão 84 habitações das tipologias T0 a T3, distribuídas pelos seis pisos acima do solo. O estacionamento subterrâneo servirá as novas casas mas também a restante população, uma vez que terá uma utilização e exploração autónoma.

​A empreitada prevê igualmente a requalificação do espaço público, o reperfilamento da via, e a criação de infraestruturas e espaços verdes de utilização colectiva da área envolvente aos edifícios habitacionais. Este projecto foi desenvolvido em articulação com o novo Parque Urbano da Quinta do Marquês de Abrantes, também em construção. Com uma área de aproximadamente quatro hectares, este novo espaço verde irá nascer junto à linha ferroviária, perto da Biblioteca de Marvila e do apeadeiro. É um projecto que resulta da vontade expressa dos moradores, e que vem na sequência de um processo participativo, e que irá criar uma importante zona verde e de lazer para as famílias.

​O Parque Urbano da Quinta do Marquês de Abrantes terá um campo de jogos, um parque infantil e um quiosque com esplanada e ainda uma praça multiusos, arborizada e fortemente equipada na sua envolvente, perto do (futuro) acesso ao apeadeiro. Com a criação desta praça procura-se uma nova centralidade urbana, que se encontra tão dispersa pelos vários logradouros e pátios existentes, sendo equipada de forma a responder às mais variadas solicitações.

Bairro da Flamenga

2 edifícios, 6-7 pisos, 132 casas, T0 a T4

No Bairro da Flamenga, decorre a construção de de 132 fogos de habitação colectiva pública a disponibilizar no mercado de renda acessível. Serão construídos dois edifícios; um deles com sete pisos acima do solo e dois em cave para estacionamento, com 72 frações habitacionais; e o outro com seis pisos acima do solo e 60 fogos. O edifício com estacionamento terá 161 lugares (mais que o número de casas), sendo que no exterior estão previstos mais 86 lugares. Os pisos térreos de ambos os edifícios estão reservados para as áreas comuns, áreas técnicas e lojas de comércio/serviços.

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