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Setúbal, Palmela and Sesimbra move towards carbon neutrality together

As Câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra assinaram um memorando de entendimento, com diversas entidades locais, para trabalharem em conjunto nos objectivos de neutralidade carbónica, com que Portugal se comprometeu até 2050.

Parque Urbano da Várzea, em Setúbal (fotografia LPP)

As Câmaras Municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra assinaram, com mais de uma dezena de entidades de diversos sectores, incluindo o dos transportes, um memorando de entendimento para a promoção da neutralidade carbónica no designado Território Arrábida.

“O território da Arrábida é algo que nos é precioso, sendo essencial defender os seus valores naturais e prepará-lo para os efeitos das alterações climáticas, tornando-o mais resiliente, assegurando o desenvolvimento económico e, simultaneamente, elevando a qualidade de vida das suas populações”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, na abertura da cerimónia, que decorreu nos Paços do Concelho no passado dia 5 de Abril.

O Memorando de Entendimento para a Neutralidade Carbónica do Território Arrábida – que podes consultar no final deste artigo – formaliza o compromisso de Setúbal, Palmela e Sesimbra e dos agentes que operam na região para promover a descarbonização, facilitando a implementação e o acompanhamento dos roteiros de transição para a neutralidade climática concebidos para estes municípios, de forma sustentada e participada.

Embora cerca de 95% das emissões de gases com efeito de estufa no Território Arrábida não sejam da responsabilidade dos municípios, estes jogam um papel crucial como força motriz para a transição energética, impulsando medidas transformadoras, transversais, ambiciosas e urgentes para minimizar as emissões de gases com efeito de estufa que devem envolver toda a comunidade.

A criação do Memorando de Entendimento para a Neutralidade Carbónica do Território Arrábida surge no âmbito da Lei de Bases do Clima, a qual obrigou os municípios portugueses a elaborar, até Fevereiro, Planos Municipais de Acção Climática, que devem incluir medidas de mitigação e adaptação a implementar no território. Neste sentido, os três concelhos do Território Arrábida têm agora ao dispor roteiros de transição para a neutralidade climática, elaborados ao longo do ano passado pela ENA (Setubal, Palmela e Sesimbra), com o envolvimento de cerca de oito dezenas de participantes, representantes de mais trinta entidades, entre as quais câmaras municipais, associações de cidadãos e organizações não-governamentais.

Quais os objectivos do memorando?

  • Promover a descarbonização do Território Arrábida, facilitando a implementação e o acompanhamento dos roteiros de transição para a neutralidade climática concebidos para estes municípios;
  • Desenhar uma visão para a descarbonização, contribuindo para que todos caminhem no mesmo sentido em prol do cumprimento de um objetivo comum e agregador;
  • Ativar projetos específicos que visem o objetivo de mitigação das emissões de gases com efeito de estufa no Território Arrábida;
  • Procurar oportunidades de financiamento para implementar as medidas previstas nos roteiros de transição;
  • Manter envolvidos os diferentes atores-chave locais que participaram na conceção do roteiro de transição (técnicos municipais, empresas, indústria, academia, associações de cidadãos, ONG, etc.), bem como outros atores que possam, no futuro, juntar-se a este compromisso para a descarbonização do território;
  • Promover uma rede de diálogo, colaboração e intercâmbio de experiências em matéria de neutralidade climática no Território Arrábida;
  • Assegurar a monitorização do balanço de carbono no Território Arrábida;
  • Realizar ações de comunicação e divulgação, promovendo informação e o conhecimento sobre os desafios das alterações climáticas e os esforços em curso no território para alcançar a neutralidade carbónica;
  • Participar de forma estruturada em programas de financiamento, atividades de apoio e trabalho em rede a desenvolver a nível regional, nacional e europeu;
  • Contribuir para uma transição energética do Território Arrábida justa e equitativa, onde todas as organizações e cidadãos têm um papel a desempenhar.

Com que se comprometeram os autarcas?

  • Contribuir para a prossecução dos objetivos deste memorando, promovendo a colaboração, o envolvimento dos atores e a utilização dos meios adequados para atingir a neutralidade carbónica do Território Arrábida;
  • Designar um representante para integrar o Grupo de Acompanhamento dos Roteiros, que será coordenado pela ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, e que visa facilitar a
    implementação e monitorização dos roteiros de transição para a neutralidade climática de Setúbal, Palmela e Sesimbra, analisando o progresso e os impactos no território das medidas adotadas para reduzir as emissões de CO2;
  • Participar nas reuniões do Grupo de Acompanhamento (pelo menos duas vezes por ano) para orientar as ações e acompanhar a implementação dos Roteiros;
  • Divulgar, o mais amplamente possível, os resultados decorrentes deste memorando, contribuindo para a disseminação das iniciativas relacionadas.

Além das três Câmaras Municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra, o memorando foi assinado pela Quinta de Alcube, pela Oro Agri Europe, pelo núcleo regional da Quercus, pela Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL), pela Docapesca, pela Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) e pela Escola Secundária du Bocage. A Fertagus, a Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, a Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal (ADREPES), os Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS), a Alsa Todi, a Associação Baía de Setúbal, a SIMARSUL, a Lisnave e a ENA são os restantes signatários.

André Martins realçou que as alterações climáticas são uma das principais preocupações do município, em particular desde 2014, “ano em que aderiu ao Pacto de Autarcas” e, desde então, tem desenvolvido “um processo activo de mudança, trazendo novas dinâmicas ao território, com obra, investimento e estabelecimento de parcerias”. O autarca deu como exemplo o Parque Urbano da Várzea, onde foi criada a maior bacia de retenção do concelho. “O projecto da Várzea foi considerado pela União Europeia uma medida exemplar de adaptação às alterações climáticas em matéria de cheias rápidas”he explained. “A Câmara integra, ainda, um dos principais projetos lançados no âmbito da Missão Adaptação às Alterações Climáticas da Europa, o CLIMAAX, destacando-se por ser um dos cinco territórios piloto, e o único município português, a testar um modelo de adaptação climática".

Este Memorando está em linha com o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, estratégia nacional de longo prazo para reduzir emissões de gases com efeito estufa, que prevê que Portugal atinja esse objectivo em 2050. Para o país atingir esse desiderato, foram definidas “metas de redução de emissões de gases de efeito de estufa de menos 55 por cento até 2030 e de menos 90 por cento até 2050”, o que, notou o autarca de Setúbal, constitui “um desafio fortíssimo”.

A estreita cooperação entre empresas e instituições é, para André Martins, essencial para alcançar a transição para a neutralidade carbónica e daí ter assinalado a importância da assinatura do memorando, que constitui “mais um passo decisivo no caminho até agora trilhado”. O memorando está aberto a novas adesões de qualquer entidade ou pessoa que partilhe o seu espírito e os seus objetivos, e esteja interessada em subscrever este compromisso de descarbonização. More information here.

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