O contrato com o consórcio Soltráfego/MEO prevê o fornecimento de bicicletas e de peças durante um período de quatro anos – ou até ser atingindo o montante de 4,3 milhões. A EMEL deverá receber cerca de cerca de 2 250 bicicletas, sendo que pelo menos 400 terão de ser entregues neste primeiro ano do contrato.

4,3 milhões de euros. É este o valor de um mega pacote de novas bicicletas GIRA que a EMEL assegurou com um consórcio formado pelas empresas Soltráfego, especialista em semaforização e outras soluções de trânsito, e a operadora de telecomunicações MEO. O contrato é de quatro anos e as bicicletas deverão ser fornecidas, em número exacto a definir pela EMEL, ao longo desse período, sendo que no primeiro ano está acordada a entrega de pelo menos 400 bicicletas. Todas as bicicletas são eléctricas e do mesmo modelo que o actual.
O consórcio Soltráfego/MEO foi seleccionado através de um concurso público internacional, que ficou fechado no início deste mês de Julho. O pacote de 4,3 milhões de euros inclui não só bicicletas novas, mas também “o eventual fornecimento de peças para manutenção” do sistema de bicicletas públicas partilhadas da cidade de Lisboa. Dos 4,3 milhões, cerca de 3,9 milhões estão reservados para bicicletas novas, e cerca de 393,8 mil euros serão para peças, como rodas, quadros, selins, guiadores, guarda-lamas, cabos ou iluminação.
Durante os quatro anos do contrato, ou até ser atingindo o montante de 4,3 milhões, a EMEL poderá encomendar as unidades que entender necessárias, tendo em conta que o consórcio Soltráfego/MEO fixou o preço de cada bicicleta em 1 745 euros (se fizermos as contas e dividirmos este valor pelo bolo de 3,9 milhões, obtemos cerca de 2 250 bicicletas). No primeiro ano de contrato, o fornecedor está obrigado a entregar 400 bicicletas. No restante período, o fornecimento deverá ser gradual, ou seja, faseado.

Recorde-se que a Câmara de Lisboa e a EMEL tinham previsto reforçar o sistema GIRA com 900 bicicletas eléctricas neste ano de 2023: 500 bicicletas novas, do concurso público agora fechado, e 400 bicicletas “clássicas” electrificadas. Em Maio, a EMEL tinha adjudicado um contrato para a electrificação das 400 bicicletas sem motor da sua frota, de forma a potenciar a sua utilização (as bicicletas eléctricas são mais procuradas pelos utilizadores) – esse processo irá custar cerca de 520 mil euros, só no fornecimento de peças.
Dificuldades na GIRA
Ao jornal ECO, a EMEL admitiu dificuldades em responder à crescente procura pelo sistema de bicicletas públicas partilhadas da cidade, referindo que tem “tentado diariamente” através das equipas e do conhecimento do terreno, que “o balanceamento seja efetuado de acordo com padrões que acompanham a procura real de bicicletas por zona”. Mas admite que “esse trabalho não é perfeito”, na medida em que “as bicicletas estão limitadas à quantidade disponível e por outro lado, existe um rápido crescimento do número de utilizadores e de viagens diárias realizadas pela GIRA, resultante do sucesso da operação”. Actualmente, a empresa de mobilidade de Lisboa tem cerca de 1100 bicicletas de uma frota de 1500-1600, distribuídas por 152 estações, e ao serviço de 28 mil utilizadores com passe activo. No primeiro semestre, foi registado um aumento de 7% no número de utilizadores e de 3% no número de viagens realizadas, face ao período homólogo de 2022, referiu a empresa ao mesmo jornal. No ano passado, tinha sido registado um recorde 2,6 milhões de viagens realizadas, mais do dobro do ano anterior.
A EMEL denuncia também “aumento anormal” de avarias nas bicicletas, justificando-o com “situações de má utilização”, como o transporte de dois ou mais indivíduos, “prática que tem causado danos substanciais” na frota, provocando uma “diminuição do número de bicicletas em operação” e colocando “em causa a segurança de quem as utiliza”. Entre esses danos, aponta a quebra dos quadros. A EMEL diz, por último, que está a preparar acções que sensibilizem os utilizadores “para uma utilização correcta das bicicletas GIRA”.
Seis novas estações
Apesar dos problemas – também têm sido registadas inúmeras falhas na aplicação que permite a utilização do serviço e no sistema tecnológico por detrás desta –, a Câmara de Lisboa e a EMEL abriram, nesta sexta-feira, seis novas estações GIRA, aumentando em 114 docas a oferta para recolha de bicicletas partilhadas na cidade.
Os novos pontos de acesso da rede pública de bicicletas foram abertos pela EMEL nas freguesias do Beato, São Domingos de Benfica, Benfica e Carnide. No Beato, abriram as duas primeiras estações da freguesia, num total de 42 docas. Ambas estão localizadas na Avenida Infante D. Henrique, junto ao Hub Criativo (uma das estações tem 16 docas e a outra 26).

Também em São Domingos de Benfica foram inauguradas duas estações, uma na Rua São Domingos de Benfica (16 docas) e outra na Rua Conde de Almoster (12 docas). Na freguesia de Benfica, a nova estação GIRA está Avenida do Uruguai e tem capacidade para 27 docas. E Carnide conta com mais 17 docas na Avenida do Colégio Militar.
Com estes novos pontos de acesso, a EMEL aumenta para 152 o número de estações GIRA espalhadas pela cidade, totalizando 2987 docas.