Orçamento Municipal para 2023 prevê três milhões para estações e bicicletas GIRA

A proposta de Orçamento Municipal para 2023 foi apresentada esta terça-feira pelo Vice-Presidente e Vereador das Finanças, Filipe Anacoreta Correia.

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O Vice-Presidente da Câmara de Lisboa e Vereador das Finanças, Filipe Anacoreta Correia, apresentou esta terça-feira as linhas gerais do próximo Orçamento Municipal, “um orçamento de mudança, correspondente àquilo que foi a vontade dos eleitores em Lisboa, e de muita audácia, a pensar no futuro que nós queremos para a nossa cidade”.

Uma das áreas em que a Câmara de Lisboa prevê investir é na Mobilidade. Para a GIRA, a Câmara de Lisboa prevê um investimento de três milhões de euros, um aumento de 50% face a 2022, para reforçar o sistema com 29 novas estações e 1000 bicicletas. Filipe Anacoreta Correia explicou que a GIRA “deve ser objecto de reforço do investimento para acomodar a oferta à procura que tem tido” e destacou a recente inclusão da rede de bicicletas partilhadas no passe Navegante para residentes em Lisboa que sejam estudantes ou tenham mais de 65 anos. “Isso vai levar a um maior número de pessoas a procurar a GIRA e nós temos de reforçar o investimento”, explicou o Vereador das Finanças. “Por isso, estamos a propor a duplicação do que existe já na cidade em número de bicicletas.” Actualmente, a rede GIRA conta com cerca de 1600 bicicletas, das quais entre 800-900 costumam estar disponíveis diariamente.

Excerto da apresentação do Orçamento Municipal 2023 (via CML)

Além de novas bicicletas, a autarquia prevê 20 novas estações em 2023, conforme previsto anteriormente (a ideia é um crescimento anual da rede na ordem das duas dezenas de novas estações), e a abertura de nove estações que já estão em posse da EMEL ou instaladas no terreno. Assim, no total, a rede GIRA passará a ter 29 novas estações no próximo ano.

A Câmara de Lisboa alega um aumento de 50% do investimento na GIRA para três milhões em 2023, pelo que se pressupõe que a autarquia terá gasto cerca de dois milhões este ano com a rede de bicicletas partilhadas. Note-se que, para 2022, a EMEL, que gere a GIRA, tinha orçamentado apenas 405 mil euros para a GIRA, a maior fatia deste investimento para a compra de bicicletas. Mas, só em peças e componentes para bicicletas já existentes na rede e a precisar de reparação, a empresa municipal acabou por gastar recentemente 656,5 mil euros, segundo o portal Base - um investimento para resolver os recentes problemas.

Parques dissuasores, eléctricos e autocarros

Em relação a outros campos da área da Mobilidade, o executivo de Carlos Moedas prevê um investimento de 186 milhões de euros entre 2023 e 2026 em três grandes áreas:

Excerto da apresentação do Orçamento Municipal 2023 (via CML)
  • 17 milhões para parques dissuasores para automóveis (Pontinha Norte, Pontinha Sul, Lumiar/Azinhaga, Braço de Prata e Cidade Universitária), que já estavam previstos nos mandatos anteriores e que foram “um compromisso eleitoral” de Moedas;
  • 60 milhões para a expansão da rede de eléctricos, em particular o alargamento da linha de eléctrico 15 da Carris até Santa Apolónia e até Cruz Quebrada (Oeiras) – algo que também já estava planeado, mas que não pode se executado sem a conclusão das obras de drenagem e sem a nova frota (é esperado que os novos eléctricos articulados comecem a chegar entre Março e Abril do próximo ano);
  • 109 milhões para a renovação da frota de autocarros da Carris, sendo esperados 88 novos autocarros em 2023 e um total de 342 até 2026. Esta renovação, já prevista também em anos anteriores e que consiste num processo gradual, prevê atingir uma frota “amiga do ambiente” em 76% até 2026 e 96% até 2030.
Fotomontagem dos futuros eléctricos articulados 15 (via Carris/CML)

“Os desafios de mobilidade que a cidade tem são muito acrescidos pelo conjunto muito relevante de centenas de carros que todos os dias entram e saiam da cidade. E nós temos de oferecer respostas e alternativas para alguns desses carros possam não entrar”, contextualizou Anacoreta Correia, prometendo novos investimentos em parques dissuasores no futuro para além dos cinco já identificados. A Câmara mostra também “um grande empenho no investimento na área dos transportes, ligando à sustentabilidade”, acrescentou o Vereador das Finanças, mencionando o compromisso da neutralidade carbónica até 2030.

Passes gratuitos com mais orçamento

No campo da Sustentabilidade, o Vice-Presidente da autarquia destacou a mudança da iluminação pública para lâmpadas LED, o Plano Geral de Drenagem já em curso, a utilização de água reutilizada em parques municipais e a aposta em Comunidades de Energia Renovável para a produção descentralizada de energia solar fotovoltaica. Ainda na área da Sustentabilidade, Filipe Anacoreta Correia destacou os passes gratuitos para estudantes e maiores de 65 anos residentes em Lisboa com “um incremento da dotação orçamental” para 15,8 milhões por se tratar de “uma medida com grande adesão” (inicialmente estava prevista uma despesa de 14,9 milhões de euros por ano até 2025 com os passes gratuitos).

Excerto da apresentação do Orçamento Municipal 2023 (via CML)

Hub Azul avança em 2023

Um último destaque no Orçamento Municipal prende-se com o Hub Azul, um novo espaço para acolher empresas na área do mar e da biotecnologia que irá dar uma nova vida à Doca de Pedrouços, em Belém. Este projecto integra uma intervenção maior na frente marítima de Lisboa/Oeiras, o Ocean Campus, estando prevista a parte lisboeta avançar em 2023 com a adjudicação do projecto e início da construção, e um orçamento de 37 milhões.

Excerto da apresentação do Orçamento Municipal 2023 (via CML)

Em 2023, o município espera um aumento da receita e arrecadar ao longo do ano 1,305 milhões de euros – o mesmo valor que prevê para a despesa. No campo do investimento, existirá um aumento de 14% em relação a 2022, destacou Filipe Anacoreta Correia. O Orçamento Municipal terá agora de ir a reunião de Câmara para discussão e aprovação por todos os vereadores, incluindo os da oposição, e depois à Assembleia Municipal. O documento em detalhe do Orçamento ainda não é conhecido, e falta também conhecer os documentos das empresas municipais – Carris, EMEL, SRU, EGEAC e Gebalis. O que foi hoje divulgado foi apenas as linhas gerais do Orçamento Municipal, que comanda os orçamentos de cada empresa.

Podes descarregar a apresentação PDF e ver a transmissão em baixo.

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