Metro de Lisboa vai crescer com nova Linha Violeta para Loures e Odivelas

O Metro de Lisboa vai ter uma nova linha. A Linha Violeta está prevista para o final de 2025 e irá ligar, à superfície, os concelhos de Loures e Odivelas. Projecto está em consulta pública até meados de Fevereiro.

Linha Violeta será um sistema de metro ligeiro semelhante ao Metro Transportes do Sul (fotografia de Lisboa Para Pessoas)

Vai ser a Linha Violeta do Metro de Lisboa. Uma linha de metro ligeiro de superfície entre Loures e Odivelas, que promoverá uma ligação rápida e estruturante entre os importantes polos dos dois municípios, estendendo-se num corredor em “C”, ligando o Hospital Beatriz Ângelo ao Infantado, com transbordo e interface para Lisboa na estação de Metro de Odivelas. Projecto está inscrito no PRR e tem o final de 2025 como data de conclusão.

Com um total de 19 estações e cerca de 13 km de extensão, a Linha Violeta servirá no concelho de Loures com 11 estações nas freguesias de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Frielas numa extensão de cerca de 7,4 km, e no concelho de Odivelas serão implantadas oito estações nas freguesias de Póvoa de Sto. Adrião e Olival de Basto, Odivelas, Ramada e Caneças numa extensão total de cerca de 5,1 km.

O traçado da Linha Violeta (via AIA/Metro de Lisboa)

Uma linha, 19 estações

A maioria das estações (14) será à superfície, mas existirão três estações subterrâneas e duas em “trincheira” (ou seja, semi-enterradas). A maioria do traçado (66%) também será à superfície; só no concelho de Odivelas é que a Linha Violeta vai circular sobretudo debaixo de terra. As componentes subterrâneas e em “trincheira” serão 28% e 3% do traçado total. Sobra 3% da linha (cerca de 400 metros), que corresponde às partes em viaduto – está planeado um viadutos em Póvoa de Santo Adrião e outro no Infantado.

Enquadramento regional da linha (via Metro de Lisboa)

Estas serão as 19 estações da Linha Violeta:

EstaçãoLocalisationTipologia
Hospital Beatriz ÂngeloLouresSuperfície
Planalto da CaldeiraLouresSuperfície
Torres da Bela VistaSanto António dos Cavaleiros e Frielas, LouresSuperfície
Jardim da RadialRamada e Caneças, OdivelasSubterrânea
Ramada EscolasRamada e Caneças, OdivelasSubterrânea
RibeiradaOdivelasTrincheira
Jardim do CastelinhoOdivelasSubterrânea
Odivelas EstaçãoOdivelasTrincheira
Heróis de ChaimiteOdivelasSuperfície
Chafariz d’El ReiPóvoa de Santo Adrião e Olival Basto, OdivelasSuperfície
Póvoa de Santo AdriãoPóvoa de Santo Adrião e Olival Basto, OdivelasSuperfície
FlamengaSanto António dos Cavaleiros e Frielas, LouresSuperfície
Santo António dos CavaleirosSanto António dos Cavaleiros e Frielas, LouresSuperfície
Quinta do AlmiranteSanto António dos Cavaleiros e Frielas, LouresSuperfície
ConventinhoSanto António dos Cavaleiros e Frielas, LouresSuperfície
LouresLouresSuperfície
Várzea de LouresLouresSuperfície
InfantadoLouresSuperfície
Quinta de São RoqueLouresSuperfície
Exemplo de um perfil com a implantação da Linha Violeta à superfície (via CM de Loures)
Exemplo de um perfil com a implantação subterrânea da Linha Violeta (via CM de Loures)

A Linha Violeta irá começar à superfície junto ao Hospital Beatriz Ângelo, com uma estação mesmo ao lado deste equipamento hospitalar e que será compatibilizada com o chamado Plano de Pormenor da Quinta do Correio-Mor. Deste ponto, a linha segue em trincheira e túnel para vencer uma área de relevo mais acentuado em direcção à Ramada.

A estação seguinte será a do Planalto da Caldeira, à superfície, onde existe uma zona comercial. A linha prossegue à vista de todos com a estação Torres da Bela Vista, onde estão previstos cerca de 150 lugares de estacionamento; entra em túnel com as estações Jardim da Radial, numa área predominantemente residencial e com uma elevada densidade de ocupação no norte do concelho de Odivelas, e Ramada Escolas, que servirá uma zona também densamente povoada e onde existem duas escolas e um centro de saúde.

De seguida, a Linha Violeta caminhará para a superfície, com a estação Ribeirada em “trincheira”, com um desnível de cerca de 15 metros em relação à Rua Hermínia Silva e praticamente de nível com a Rua Combatentes do Ultramar. Aqui está previsto um total de 98 lugares de estacionamento e também a criação de um espaço público verde na envolvente à estação, preservando as hortas existentes, cozendo toda aquela zona urbana e prolongando para sul o já existente Parque Integrado de Ribeirada.

Após a estação Ribeirada, a linha desenvolve-se em trincheira, à superfície e em túnel até à estação seguinte, a do Jardim do Castelinho, que será subterrânea e que servirá uma zona habitacional, uma escola, um centro de saúde e a Piscina Municipal de Odivelas. O projecto prevê a criação e reforço da arborização e corredores pedonais e cicláveis. De seguida, o metro irá parar em Odivelas Estação e fazer a ligação com a Linha Amarela. Esta estação vai ocupar, em trincheira, a parte central da Rua José Gomes Monteiro, e a sua construção será o pretexto para requalificar uma área urbana necessitada, melhorando a acessibilidade pedonal e a arborização.

A Linha Violeta seguirá à superfície ao longo da estrada nacional N8 e atravessará a auto-estrada A8 até à estação seguinte, a Heróis de Chaimite, servindo não só uma zona comercial e um ginásio, mas também o núcleo urbano do Olival Basto e uma zona industrial com um número significativo de postos de trabalho. Seguem-se as estações Chafariz D’El-Rei e Póvoa de Santo Adrião. Para garantir a preservação do centro histórico da Póvoa de Santo Adrião, o traçado da linha de metro ligeiro sai do alinhamento da EN8 e desvia-se para se alinhar de forma paralela à ribeira da Póvoa, a poente desta linha de água e preservando o domínio hídrico, onde estaria prevista uma variante rodoviária à EN8. A estação irá servir o núcleo antigo da Póvoa de Santo Adrião, dando oportunidade para a criação de um novo espaço verde, permeável, e de uma nova centralidade.

Após a Póvoa de Santo Adrião, a linha regressa à EN8 com as estações Flamenga e Santo António dos Cavaleiros, ambas à superfície, servindo zonas comerciais e habitacionais. À saída da estação Santo António dos Cavaleiros, a linha mergulha de novo em túnel para atravessar uma área urbana residencial, comercial e de serviços, e para vencer o aumento do declive do terreno. O traçado volta de novo à superfície para a estação Quinta do Almirante, servindo uma cresce e um lar de idosos, mas também diversas actividades económicas e equipamentos desportivos. Segue-se a estação Conventinho na EN8, ao km 9+445 da Linha, junto ao Museu Municipal de Loures.

A estação seguinte, a de Loures, ficará no lado poente da Avenida das Descobertas, e servirá uma escola e também o núcleo histórico de Loures, a cerca de 600-800 metros. Após passar sobre a A8 em viaduto dedicado (a norte do viaduto existente), a linha continua a desenvolver-se sobre a Avenida das Descobertas, no Infantado, com a estação Várzea de Loures, junto à superfície comercial LoureShopping, e com a estação Infantado, também nessa avenida. Logo a seguir surge a estação Quinta de São Roque, também na Avenida das Descobertas, a estação terminal da linha e que estará inserida numa zona de elevada densidade urbana, onde se destacam diversas superfícies comerciais e equipamentos diversos, entre os quais uma escola. Desta última estação, o traçado continua a desenvolver-se até ao Parque de Material e Oficinas (PMO), atravessando marginalmente o nó com a estrada N115.

7 minutos em hora de ponta

O PMO será onde os comboios da Linha Violeta vão “dormir” e ser reparados. Este parque estará localizado numa área florestal e agrícola da Quinta das Carrafouchas de cerca de quatro hectares. A futura Linha Violeta de Metro de Lisboa deverá contar com 11 comboios em circulação nas horas de ponta da manhã e da tarde em período escolar, o que significará tempos de espera de 7 minutos e uma estimativa de 2270 passageiros transportados por hora. Os comboios demorarão cerca de 38 minutos a realizar todo o percurso, mas irá ligar à Linha Amarela sensivelmente a meio. A velocidade máxima de circulação será de 50 km/h em meio urbano e de 70 km/h fora das localidades ou em túneis.

Propõem-se veículos com 18 a 40 metros de comprimento, que consigam transportar 40 a 80 passageiros sentados e 100 a 230 em pé, e que tenham piso rebaixado para acessibilidade plena. Estima-se que a Linha Violeta, com uma reestruturação da oferta de transporte público rodoviário, consiga atrair perto de 12 milhões de passageiros anuais logo em 2026, o primeiro ano da exploração, e mais de 16 milhões após 30 anos. A construção da Linha Violeta irá levar a um reordenamento urbano, especialmente em Loures, onde ela se desenvolverá à superfície. Está prevista a construção de parques de estacionamento dissuasores junto a algumas estações e, em Loures, de uma ciclovia bididireccional ao longo da futura linha.

A Linha Violeta deverá custar 250 milhões de euros a construir e, à semelhança da expansão da Linha Vermelha até Alcântara, trata-se de um investimento inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), pelo que a data prevista de conclusão da empreitada é o último trimestre de 2025. O Metro de Lisboa, que está a realizar este projecto com os municípios de Loures e de Odivelas, já recebeu 32,5 milhões de euros da “bazuca” europeia. Estima-se que o reordenamento urbano e as expropriações necessárias custem às autarquias de Loures e de Odivelas entre 80 e 70 milhões de euros, respectivamente.

Neste momento, estão concluídas as fases de diagnóstico e de viabilidade do projecto, bem como o Estúdio Prévio, tendo sido analisadas alternativas de traçado e de localização das estações. O projecto está agora em Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) – neste âmbito, decorre até 14 de Fevereiro uma consulta pública, na qual os cidadãos e a sociedade civil em geral são convidados a conhecer a obra da Linha Violeta e sua documentação técnica, e a partilhar contributos como sugestões e opiniões. Neste artigo, destacámos os documentos mais importantes; podes consultar e descarregar a documentação na íntegra aqui.


Actualização a 9/01/2023: clarificada informação sobre a Avaliação de Impacte Ambiental.

Actualização a 11/01/2023: correcção sobre o tempo de percurso, referindo anteriormente como sendo de 75 mins. Não sendo clara a documentação do projecto, verificou-se que o tempo apresentado correspondia a uma ida e volta.

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