O futuro Parque Urbano da Quinta Marquês de Abrantes será mais pequeno porque já se está a trabalhar na expansão da linha de comboio; mas a Vereadora Filipa Roseta garantiu que o concurso público para o lançamento da obra está orçamentado e previsto para 2023.

A linha de comboio vai crescer mas o futuro Parque Urbano da Quinta Marquês de Abrantes, em Marvila, não vai deixar de ser feito. “A resposta é muito directa e rápida: sim, nós vamos fazer o Parque. Sim, está incluído no orçamento da Câmara. Houve aqui um atraso por causa do alargamento das vias do comboio. O projecto vai ter de ser repensado por causa desse alargamento”, informou Filipa Roseta, Vereadora da Habitação, durante reunião pública descentralizada sobre as freguesias de Marvila e Alvalade, que decorreu na semana passada.
“Sim, e em 2023. A ideia é lançar o concurso público da obra em 2023. Vai ser lançado ao mesmo tempo que o edifício de habitação” de renda acessível previsto para o mesmo local, detalhou Filipa Roseta, referindo que o orçamento municipal tem quatro milhões de euros para este projecto – menos um milhão do que inicialmente avançado. “O projecto é o mesmo, vai é ter de considerar o aumento das linhas”, reforçou a vereadora social-democrata. “É um projecto muito querido pela população e é para avançar. Foi pela vossa participação, por tudo aquilo que sonham e querem para o bairro, não havia outro cenário que não fosse avançar com este projecto.”

A cargo da SRU, o Parque Urbano da Quinta Marquês de Abrantes nasceu de uma vontade expressa dos cidadãos da freguesia de Marvila. Foi através do grupo comunitário 4Crescente que moradores começaram a pensar num espaço verde para o terreno de mais de sete hectares junto à linha de comboio. Fizeram uma candidatura ao Orçamento Participativo em 2018, que foi rejeitada por o terreno já estar destinado a construção de habitação de renda acessível. Não desistiram de lutar por um parque urbano naqueles hectares e, em 2019, lá conseguiram convencer a autarquia então liderada por Fernando Medina. O projecto para o agora baptizado de Parque Urbano da Quinta Marquês de Abrantes foi criado através de um concurso público – houve várias propostas e os moderadores integraram o júri que escolheu o projecto vencedor, assinado pelo estúdio de arquitectura PROAP.
O Parque Urbano foi planeado em duas fases, já a pensar na eventual expansão do canal ferroviário; há duas semanas, a Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou o lançamento do concurso público para desenhar o projecto de quadruplicação da Linha de Cintura entre Roma-Areeiro e o Braço de Prata, bem como a requalificação das estações de Marvila e Braço de Prata, e a construção de uma nova estação em Chelas, ligada ao Metro das Olaias. Porque a expansão da ferrovia terá sido mais rápida que a construção do Parque, o projecto esteve a ser ajustado à realidade; por isso, a parte do Parque que ficaria debaixo da futura linha de comboio já não será construída. Podes ver nas imagens seguintes como seria o Parque com e sem o aumento da linha de comboio:


O Parque Urbano da Quinta do Marquês de Abrantes terá equipamentos lúdicos e desportivos, hortas comunitárias, percursos pedonais e cicláveis e um parque infantil, e promoverá uma integração urbana entre a futura estação de comboio de Marvila, que substituirá o actual apeadeiro, e o bairro, integrando-se com as habitações municipais já existentes, com a expansão prevista do bairro e também com a Biblioteca Municipal de Marvila.