Terminal rodoviário do Areeiro: afinal, o que vai acontecer?

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O regresso das linhas de autocarro de Almada, da Carris Metropolitana, ao Areeiro está previsto até ao final deste ano. Depois disso, será construído um novo terminal rodoviário próximo do actual.

Lisbon Photography For People

Três abrigos seguidos na Avenida Padre Manuel da Nóbrega, próximo da estação ferroviária de Roma-Areeiro, compõem o designado Terminal rodoviário do Areeiro. Aqui paravam alguns autocarros da TST, que serviam Almada, e continuam a parar os da Rodoviária de Lisboa, que liga municípios como Loures e Vila Franca de Xira. Com este Terminal, que nunca foi digno dessa terminologia, chegava-se da periferia bem ao centro da cidade e saía-se do centro da cidade para a periferia.

Com a chegada da Carris Metropolitana à Margem Sul no início do Verão, as antigas linhas de autocarro que serviram Almada foram desviadas para Sete Rios, o que gerou contestação de alguns passageiros, que lamentaram ficar mais longe dos destinos a que estavam habituados, obrigando a novos transbordos. A desactivação do Terminal do Areeiro e a concentração dos serviços rodoviários suburbanos em Sete Rios tinha sido decidida pela Câmara Municipal de Lisboa e a mudança para a Carris Metropolitana terá sido o pretexto para começar a fazer essa alteração – no Areeiro, ficaram apenas as carreiras da Rodoviária de Lisboa, mas a prazo, já que quando fossem integradas na nova marca em Janeiro de 2023 deixariam também de parar no Areeiro.

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Face à contestação popular, o município de Almada terá pressionado o município da capital para continuar a haver terminal no Areeiro; e, no final de Julho, a Presidente da Câmara almadense, Inês de Medeiros, publicava nas suas redes sociais o projecto do suposto terminal que seria reposto no centro de Lisboa, numa nova localização. O Lisboa Para Pessoas pediu quer à Câmara de Almada, quer à de Lisboa, o projecto desse futuro terminal, mas nunca conseguiu, infelizmente, uma resposta afirmativa.

No entanto, o município liderado por Carlos Moedas adiantou estar“a trabalhar numa solução para conseguirmos, o mais rapidamente possível, devolver as carreiras em causa ao Areeiro, retirando-as de Sete Rios”. O regresso dos autocarros da Carris Metropolitana será feito em duas fases: uma intermédia e uma definitiva, pelo menos a médio prazo. A solução intermédia “será executada pela Câmara Municipal de Lisboa” e poderá passa por uma decisão quase administrativa, de voltar a autorizar a paragem dos autocarros suburbanos no local onde paravam anteriormente. Este terminal “intermédio” deverá ficar operacional “até ao final do ano” e a autarquia diz estar a reunir com “com os diversos stakeholders envolvidos no processo para encontrar a melhor solução para todos”, nomeadamente para os passageiros das linhas de autocarro afectadas.

Ponto de situação dos transportes públicos no Areeiro (mapa de Lisboa Para Pessoas)

Já a solução definitiva – definitiva, pelo menos, a médio prazo – será localizada na Avenida Almirante Gago Coutinho onde hoje existe um parque de estacionamento da EMEL. De acordo com o projecto divulgado por Inês de Medeiros, este parque irá encolher, mas a autarquia lisboeta garante que o projecto ainda está a ser concluído e que só depois será possível “o envio de mais detalhes”.

Não é certo qual o futuro do Areeiro enquanto interface intermodal e se manterá com o futuro terminal previsto para Sete Rios, que irá cruzar autocarros suburbanos com os de longo curso (Rede Expressos e Flixbus), numa grande interface, ligada ao metro e ao comboio. Certo é que a EMEL tem vindo a colaborar com diferentes entidades num projecto de investigação sobre os actuais terminais rodoviários da cidade de Lisboa – um trabalho que irá ajudar a definir o futuro desses equipamentos na perspectiva da mobilidade municipal e intermunicipal. No início do Verão, foram realizados inquéritos presenciais e online aos utilizadores dos cinco principais terminais da cidade – Campo Grande, Colégio Militar, Oriente, Pontinha e Sete Rios.

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