O estaleiro já está montado junto à estação do Campo Grande, no lado de Telheiras, onde futuramente nascerá um jardim.
O estaleiro já estava montado num baldio existente em Telheiras junto à estação do Campo Grande mas no dia 22 de Dezembro, quarta-feira, a placa foi destapada. Ficou, assim, formalizado o início dos trabalhos da empreitada da Linha Circular na zona do Campo Grande, onde se fará a ligação entre as actuais linhas Verde e Amarela e a ampliação da estação.
Para permitir o funcionamento da Linha Circular, é preciso mudar a infraestrutura existente no Campo Grande. Telheiras passará a estar ligada à Linha Amarela que segue para o Lumiar e Odivelas. Já a linha que vem hoje de Alvalade vai ter de passar a seguir para a Cidade Universitária. Estas alterações vão obrigar à construção de dois novos viadutos na parte poente da estação do Campo Grande, sobre a Rua Cipriano Dourado e a Avenida Padre Cruz.
Os novos viadutos irão fazer as ligações necessárias, mas os antigos viadutos serão mantidos. Isso quer dizer que, no futuro, quando a obra estiver terminada, a actual Linha Verde estará ligada à actual Linha Amarela e a actual Linha Amarela estará ligada à actual Linha Verde, pelo que em teoria continuará a ser possível a ideia de uma “linha em laço” de Moedas.
A nascente, a estação do Campo Grande será ampliada em 16,5 metros, com uma largura útil de 2,9 metros para os passageiros. Este prolongamento será feito com um avançado no actual edifício sobre o espaço público – vai ser uma estrutura de betão armado desligada da estação existente e da estrutura dos viadutos. Por forma a obter a possível continuidade formal do espaço interior da estação existente e o prolongamento a realizar, será utilizada a mesma pedra no pavimento dos prolongamentos dos cais e no forro das paredes.
A empreitada relativa ao Campo Grande foi entregue ao consórcio “Viadutos do Campo Grande”, formado pelas empresas Teixeira Duarte e Somafel, e tem um preço contratual de cerca de 19,5 milhões de euros. A conclusão está prevista para o 1º trimestre de 2023. Esta obra é o Lote 3 de empreitadas que irão dar corpo à Linha Circular, que significará um prolongamento da rede do Metro de Lisboa em mais de 2 km e duas novas estações (na Estrela e em Santos). A inauguração de toda a Linha Circular está prevista para 2024.
O Lote 1 – referente à execução da obra entre o término da estação do Rato e a futura estação de Santos – já se encontra em execução, estando a decorrer trabalhos de escavações nas diversas frentes de obra e a adaptação do edifício da antiga farmácia do Hospital Militar da Estrela, local onde se localizará o acesso à futura estação Estrela. O Lote 2 diz respeito à estação de Santos e à sua ligação à estação do Cais do Sodré e está mais atrasado; de acordo com o Metro de Lisboa, está “em conclusão o Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (RECAPE) relativo ao projecto deste lote, que será, depois de concluído, enviado à Agência Portuguesa do Ambiente”. Por fim, o Lote 4 tem a ver com os acabamentos entre o Rato e o Cais do Sodré e encontra-se neste momento em concurso público.
As alterações no Campo Grande vão implicar algumas alterações no espaço público. O baldio em Telheiras agora ocupado pelo estaleiro das obras será, no futuro, o chamado Novo Jardim de Telheiras, um projecto da Câmara Municipal de Lisboa que resultou do Orçamento Participativo de 2016 e que terá de ser compatibilizado com a intervenção que o Metro de Lisboa fará no local. Esta intervenção consistirá num novo acesso às garagens do edifício habitacional da Torre Vicentina, uma reorganização do estacionamento à superfície, novos pavimentos pedonais e a recuperação da ciclovia “em mau estado de conservação”.