Com um novo gradeamento que será fechado à noite e uma área de estacionamento no interior de apoio à Igreja dos Anjos, o Jardim António Feijó está a ser requalificado. Foi neste local que dezenas de pessoas de diferentes nacionalidades pernoitaram durante meses.
A Junta de Freguesia de Arroios divulgou as primeiras imagens, ainda computorizadas, do novo jardim da Igreja dos Anjos, mais conhecido como Jardim António Feijó. O estacionamento de apoio à Igreja, actualmente existente à frente do edifício, vai passar para o lado direito do jardim, ocupando-o temporariamente, sempre que houve actividade religiosa. Os carros deixarão, assim, de estar na frente da Igreja, que passará a ser uma praça pedonal com calçada artística.
O Jardim António Feijó irá ganhar novos canteiros, melhor iluminação pública, um novo pavimento permeável que irá substituir o asfalto, um sistema de rega renovado e novos sanitários públicos. O jardim passará a ter um gradeamento que permita o seu encerramento à noite, evitando-se que se torne um local de pernoita, como aconteceu no passado. A Junta de Freguesia diz que os gradeamentos possibilitam “maior segurança”, bem como “um período de regeneração da vegetação”, em que as plantas possam crescer sem serem pisadas.
As obras no Jardim António Feijó arrancaram em Maio e estão a ser executadas pela Junta de Arroios com o financiamento da Câmara de Lisboa, ao abrigo dos contratos de delegação de competências. A empreitada foi adjudicada à construtora XIX por cerca de 388,6 mil euros, tendo um prazo de execução de aproximadamente seis meses.
O Jardim António Feijó foi local de pernoita de dezenas imigrantes sem-abrigo durante vários meses. As pessoas, de diferentes nacionalidades, foram na véspera do 5 de Outubro de 2024 retiradas para alojamentos temporários, em hostels pagos pela Câmara de Lisboa. Activistas como Mariana Carneiro dizem que a solução tardou a chegar e que podia ter sido dada mais cedo. A maioria destes imigrantes já deixou esses hostels.
De qualquer modo, a requalificação do jardim da Igreja dos Anjos acompanha uma nova dinâmica que a autarquia lisboeta pretende imprimir ao eixo da Almirante Reis, que envolve não só a requalificação desta avenida, como da Praça do Martim Moniz. Uma requalificação que terá implicações sociais na zona, como conta esta reportagem.
