A Infraestruturas de Portugal (IP) vai começar a elaborar o projecto de execução e o estudo de impacto ambiental para quadruplicar a linha entre Roma/Areeiro e Braço de Prata. É um primeiro passo para aumentar a circulação de comboios na Linha de Sintra e não só.

A Infraestruturas de Portugal (IP) vai dar início ao projecto de execução e estudo de impacto ambiental associado à quadruplicação da Linha de Cintura entre Roma/Areeiro e o Braço de Prata. Trata-se de um passo importante para o futuro da oferta ferroviária na Área Metropolitana de Lisboa, que permitirá estabelecer ligações de seis em seis minutos entre os dois concelhos mais populosos do país, Lisboa e Sintra.
Em cima da mesa, estão os seguintes investimentos:
- a quadruplicação da linha ferroviária entre as estações de Roma/Areeiro e de Braço de Prata. Actualmente, entre as estações de Roma/Areeiro e Braço de Prata, existem duas vias férreas; o objectivo é passar para quatro, o que permitirá:
- aumentar a oferta em termos de circulações de comboios da Linha de Sintra em hora de ponta dos actuais 10 minutos de frequência para apenas seis;
- prolongar o serviço da Fertagus, que actualmente termina em Roma/Areeiro, até à gare do Oriente. É uma vontade da empresa, mas terá, para tal, de adquirir novos comboios e também de renegociar o actual contrato de concessão com o Governo.

- a modernização da Linha do Norte entre as estações de Braço de Prata e de Sacavém, com a adição de mais três vias à Gare do Oriente, o que significará um crescimento da estação para a zona actualmente ocupada pelo terminal rodoviário;
- a construção de uma nova estação em Chelas/Olaias com ligação à estação de Metro das Olaias, que está sobre-dimensionada desde 1998, quando foi construída, a pensar nesta futura ligação entre o metro e o comboio neste ponto;
- renovação das estações de Braço de Prata e de Marvila (esta um apeadeiro), para as adequar aos “novos serviços ferroviários” e assegurar que oferecerem as “melhores condições de segurança, conforto e acesso aos utilizadores”.

Serão também construídas três novas pontes, um viaduto e dois túneis, será feita a substituição integral dos sistemas de catenária nos troços afectos à intervenção, e serão modernizados os sistemas de sinalização e de telecomunicações.
O concurso público tinha sido lançado no ano passado.


“Estas intervenções, que a Infraestruturas de Portugal muito valoriza, permitirão o aumento da oferta nas Linhas de Cintura, do Norte e de Sintra, em particular dos suburbanos, mas também nos regionais e de longo curso”, informa a gestora da infraestrutura ferroviária nacional. “A concretização destes investimentos irá ainda criar condições para a implementação de novos serviços de Alta Velocidade entre Lisboa-Oriente e Porto-Campanhã.” Recorde-se que está prevista a construção de uma nova linha de Alta Velocidade entre as duas maiores cidades do país até 2030, com o primeiro troço entre Porto e Soure (Coimbra) a ficar pronto mais cedo, em 2026-2028.
Refira-se que aquilo a que a IP vai dar avanço é apenas ao projecto de execução e ao consequente estudo de impacto ambiental – a obra ficará para depois, ainda sem data, e deverá recolher financiamento no âmbito do Plano Nacional de Investimentos (PNI2030). Por agora, existem apenas desenhos do que a gestora da infraestrutura ferroviária nacional pretende fazer em temos de novas vias, novas estações e aumento de capacidade. Em breve, com o projecto de execução e estudo de impacto ambiental, deveremos ter mais detalhes sobre a arquitectura das futuras/renovadas estações.
Recentemente, e no âmbito deste investimento que agora se prevê, foi iniciada a requalificação da estação de Sacavém.
