Moedas conclui ciclovia da Almirante Reis com semáforos na Alameda

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Mais de um ano e meio depois, e com uma promessa de remoção pelo meio, a ciclovia da Avenida Almirante Reis está oficialmente concluída.

Fotografia de Lisboa Para Pessoas

Mais de um ano e meio depois, os semáforos nas intersecções que ligam a ciclovia da Almirante Reis à da Guerra Junqueiro, na zona da Alameda, foram activados, conferindo aos utilizadores de bicicleta e de outros modos suaves de mobilidade maior segurança no atravessamento. Apesar de instalados ainda no mandato de Medina, estes semáforos nunca tinham sido ligados e as pessoas iam, por isso, desenrascando-se.

A semaforização para bicicletas na zona da Alameda fazia parte do segundo projecto da ciclovia da Almirante Reis, que começou a ser implementado no terreno em Março de 2021, depois de a primeira versão em formato bidireccional ter gerado alguma controvérsia. Só que esse segundo projecto não ficou concluído aquando da mudança de executivo, e Moedas, que fizera da ciclovia da Almirante Reis um tema de fricção na cidade (e fora dela) durante a campanha eleitoral, deixou as obras suspensas.

Fotografia de Lisboa Para Pessoas

É que o novo Presidente da Câmara de Lisboa tinha em campanha prometido remover a ciclovia (“se eu for presidente, não há ciclovia na Almirante Reis”, disse ao Público em Abril de 2021); e, nos primeiros meses do mandato, o tema acabou por marcar a agenda da cidade, pairando a dúvida se a ciclovia seria efectivamente removida. Nesse limbo de incerteza, milhares de pessoas tentavam fazer a sua voz ouvir, entre grandes manifestações, uma das maiores petições a ser entregues na Assembleia Municipal e outras formas de luta; a oposição à esquerda, por seu lado, apontava críticas a Moedas e garantia que o tema da ciclovia não saía da ordem do dia.

Com o passar do tempo, tornou-se claro que, afinal, a ciclovia não seria retirada e, no início deste ano, começou a ser promovido um controverso processo participativo, que culminou com Moedas a apresentar uma terceira proposta de ciclovia. No entanto, este novo projecto – que poderia custar entre 290 e 400 mil euros – acabou por não sair do papel, numa cidade que parecia não esquecer o assunto e onde a melhor forma para “baixar a discussão” foi mesmo deixar tudo como estava.

Os planos de Moedas para a Almirante Reis passam agora por lançar um concurso de ideias para jovens arquitectos reimaginarem a avenida e todo aquele eixo. Entretanto, o Livre já tem uma proposta para aquela artéria; e o PCP quer que se desenvolva um Plano Urbano participado para a avenida e toda a sua envolvente.

Mas, ficando a ciclovia como está, faltava ligar os semáforos na zona da Alameda. Os dois atravessamentos cicláveis aí localizados – uma para permitir às bicicletas passar da ciclovia da Almirante Reis para a zona de passeio do corpo central da Alameda e outra para permitir aceder à ciclovia da Guerra Junqueiro – não eram críticos. Com os semáforos desligados, seria a bicicleta a ter sempre prioridade à luz do Código da Estrada, mas com o tráfego intenso e as velocidades praticadas naquela zona não se poderia esperar que o Código fosse aqui respeitado à risca pelos automobilistas.

Por isso, os ciclistas iam improvisando e atravessavam quando não viesse ninguém – o que acontecia várias vezes dado os semáforos dos carros.

Fotografia de Lisboa Para Pessoas

Agora, quem segue de bicicleta ou noutro modo suave nesta zona tem de esperar duas vezes por semáforos se optar por fazer tudo segundo as regras – isto é, tem de esperar pelo verde para sair da ciclovia da Almirante Reis e ir para a zona central da Alameda, e depois tem de esperar novamente pelo verde para chegar à Guerra Junqueiro.

Um atravessamento pedonal (vulgo passadeira) foi ajustado, tendo sido movido para junto do atravessamento de bicicletas. Há agora um sinal luminoso intermitente de cor laranja a avisar os automobilistas de que a precisam de ter atenção quer a peões, quer a bicicletas, mas o melhor será olhar duas vezes antes de atravessar nesta zona.

No primeiro dia de semáforos ligados na Alameda, o Lisboa Para Pessoas constatou desconhecimento ou ignorância de utilizadores em relação aos mesmos. Algumas pessoas foram observadas de bicicleta ou trotineta a atravessar de modo informal ou improvisada nesta zona, como fariam antes, passando ao lado da semaforização; e, se calhar, dado o desconforto que estas intersecções agora semaforizadas oferecem ao nível de tempos de espera, muitos irão continuar a improvisar.

Note-se que a estação GIRA da Alameda não foi (ainda?) desviada, apesar de tal estar previsto também no projecto da ciclovia. Esta estação, na sua localização actual, encontra-se no meio do caminho para quem segue de bicicleta entre a Almirante Reis e a Guerra Junqueiro, obrigando a algum cuidado na circulação, de modo a também evitar colisões com peões.

Fotografia de Lisboa Para Pessoas
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