Está em discussão uma “nova cidade” entre Marvila e o Beato

A Unidade de Execução de Marvila-Beato, que está neste momento em consulta pública, propõe dar vida a 28 hectares de território junto ao Tejo, transformando-o num novo núcleo urbano com mais de mil habitações, equipamentos públicos e um grande parque verde.

Imagem ilustrativa da Unidade de Execução de Marvila-Beato (via CML)

It's called Unidade de Execução de Marvila-Beato e é um procedimento administrativo que basicamente serve para definir o futuro de uma área de 28 hectares junto ao rio Tejo, que tem estado reservada para a construção dos acessos à Third Tagus Crossing (TTT). Essa Unidade de Execução (UE) permitirá o surgimento de uma “nova cidade” com mais de mil casas, equipamentos diversos e um grande parque verde; está neste momento em consulta pública.

Os cidadãos interessados em conhecer e discutir o futuro destes 28 hectares nas freguesias de Marvila e do Beato podem participar na consulta pública que está a decorrer entre dias 21 de Maio e 20 de Junho, com a partilha de toda a documentação associada a esta Unidade de Execução, bem como na sessão de apresentação que vai ter lugar na Biblioteca de Marvila no próximo dia 2 de Junho a partir das 17h30 (entrada é livre, limitada à capacidade da sala).

Proposta geral da Unidade de Execução Marvila-Beato (via CML)

28 hectares por consolidar

No âmbito desta Unidade de Execução, está prevista a transformação de um território que se tornou um vazio na cidade apesar da sua localização atractiva. A proposta junta natureza, espaço público, mobilidade e habitação, e propõe quatro bairros interligados entre si através de uma grande zona verde central, em que a mobilidade pedonal e ciclável seja privilegiada, bem como as ligações ferroviárias, e que possa oferecer também espaços recreativos para a comunidade, como campos desportivos, parques infantis, hortas comunitárias e pontos culturais.

A proposta propõe que este território se relacione com o rio, por exemplo, através de miradouros e do sistema de vistas, bem como o estabelecimento de continuidades verdes através das copas das árvores. Pretende-se ainda criar uma nova centralidade urbana na Estrada de Marvila e o cobrimento da Linha do Norte para que esta não seja uma barreira.

Imagem ilustrativa da Unidade de Execução de Marvila-Beato (via CML)

Dinamizar a zona oriental

Segundo os termos de referência, documento que orienta a UE, a área em causa tem “potencial para o desenvolvimento de projectos âncora, que possam contribuir para a dinamização da zona oriental de Lisboa e para a articulação da zona alta de Chelas/Marvila e da zona baixa da frente ribeirinha”. Os 28 hectares ficam maioriaritariamente na freguesia de Marvila e são limitados a poente pela Azinhaga da Salgada e da Bruxa, a noroeste pela Linha de Cintura, a nordeste pelaAzinhaga dos Alfinetes e Pátio Marialva, a este pela Rua do Açúcar e Rua dos Amigos de Lisboa, a sul pela Calçada Duque de Lafões, e a sudeste pelo Convento do Beato.

O território tem uma extensão máxima de cerca de 670 metros no seu sentido longitudinal e de cerca de 700 metros no sentido transversal, tendo um “pendente descendente” em direcção ao Tejo, permitindo “relações visuais privilegiadas com o rio”, pode ler-se nos termos de referência.

Imagem ilustrativa da Unidade de Execução de Marvila-Beato (via CML)

“Considerando a inexistência de plano de urbanização e/ou plano de pormenor para a zona em
apreço”
– indica-se no mesmo documento –, são estabelecidas na Unidade de Execução Marvila-Beato “as bases para a implementação de uma solução urbanística de conjunto, localizando as áreas privadas e as áreas destinadas a espaços públicos (incluindo arruamentos e espaços verdes e de utilização colectiva), as implantações, os usos e os principais indicadores urbanísticos, que conformam as respetivas operações urbanísticas”.

Articular com a envolvente

“Com efeito, trata-se de uma grande área por consolidar e regenerar numa zona da cidade que
concentra uma parte relevante dos vazios urbanos expectantes de Lisboa”
, lê-se ainda. “Por outro lado, a área de intervenção vai permitir a concretização de uma grande área verde, e o facto de a intervenção proposta ter integrado os impactos previstos com a construção da TTT, permite a adoção de soluções de modelação do terreno que não só mitigam a forte presença de tal infraestrutura, como até harmonizam e ligam o território envolvente”.

Os termos de referência referem ainda que “os bairros habitacionais existentes na envolvente conferem pouca densidade urbana e as infraestruturas ferroviárias impedem o estabelecimento de relações de continuidade com o tecido urbano em presença e definem, de forma muito marcante, este pedaço do território”. A proposta será, assim, “uma oportunidade para implementar uma solução urbana capaz de inverter este quadro, promover ligações urbanas francas com a envolvente e articular-se com os projetos em desenvolvimento no tecido urbano imediato”.

A Unidade de Execução de Marvila-Beato foi aprovada no dia 30 de Abril pela Câmara de Lisboa, em reunião de vereadores, e está em discussão pública desde então. Após este período, será finalizada a proposta e, uma vez aprovada, poderá ser concretizada. Como referido, está marcada uma conferência de apresentação na Biblioteca de Marvila para o próximo dia 2 de Junho, com início às 17h30 e entrada livre (mas limitada à capacidade da sala).

Os documentos podem ser consultados no site da autarquia ou, em alternativa, aqui:

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